Eletromobilidade

Com 33 novos ônibus elétricos em São Paulo, frota sobe de 3,2% para 4,5% da meta de Ricardo Nunes

Não há infraestrutura nas garagens e redes de distribuição, São agora apenas 117 ônibus com bateria; Promessa era de 600 até o fim de 2023 e 2,6 mil até o fim de 2024

ADAMO BAZANI

Após muitas promessas, altos valores envolvidos e desentendimentos entre prefeitura de São Paulo, ENEL e empresas de ônibus, a quantidade de coletivos elétricos movidos com baterias subiu de 84 para 117 na capital paulista, ou seja, com estes 33 ônibus a mais, a frota atual passou de 3,2% para apenas 4,5% da meta do prefeito Ricardo Nunes de 2,6 mil veículos deste tipo rodando na cidade até o fim de 2024. O anúncio de 600 ônibus até o fim de 2023 não se cumpriu.

Aliás, na novela da eletrificação da cidade de São Paulo, houve até desmentidos mútuos entre o prefeito e a ENEL. Nunes disse que a ENEL subiu de R$ 600 milhões para R$ 1,6 bilhão o orçamento para a infraestrutura e a distribuidora disse que a declaração estava errada e que R$ 1,6 bilhão é a soma de todos as possibilidades de soluções tecnológicas, mas que nem todas serão adoradas porque as empresas de ônibus vão escolher algumas opções somente.

A informação do crescimento da frota foi confirmada pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, ao Diário do Transporte na manhã desta sexta-feira, 22 de março de 2024.

O número quase insignificante em relação às promessas da gestão Ricardo Nunes reflete bem os desencontros do processo de eletrificação da frota de ônibus na cidade de São Paulo cujo principal problema é a falta de infraestrutura nas garagens e redes de distribuição para carregar as baterias destes veículos.

Em nota, a SPTrans coloca na conta da eletrificação os trólebus, mas este tipo de transporte existe na cidade desde 1949 e o prefeito Ricardo Nunes já declarou várias vezes que não pretende manter o sistema mais, descontinuando os investimentos até o fim.

A SPTrans segue trabalhando junto a todos os envolvidos na implantação da infraestrutura para a eletrificação da frota de ônibus da cidade. A meta é substituir 20% da frota de ônibus da cidade por modelos movidos a energia limpa, até o fim de 2024. Atualmente, 318 veículos elétricos já estão circulando, dos quais 117 são movidos à bateria e 201 trólebus. A frota operacional do município é de 11.950 ônibus. O processo de eletrificação da frota foi iniciado em 2019, com os primeiros 19 ônibus movidos a bateria e, desde setembro do ano passado, estão sendo incluídos novos veículos. – diz a nota da gerenciadora.

A cidade de São Paulo desde 17 de outubro de 2022 proibiu as compras de ônibus a diesel.

A frota de ônibus na capital paulista está envelhecendo porque não é possível mais trazer coletivos a diesel, mas ao mesmo tempo, não há infraestrutura para a distribuição de energia e recarga de baterias para os ônibus elétricos, que estão sendo comprados, mas não podem rodar.

Em 18 de outubro de 2023, o prefeito Ricardo Nunes anunciou durante a entrega de 50 ônibus elétricos da nova geração, que até 31 de dezembro daquele ano, seriam 600 veículos deste tipo em circulação na cidade.

Financiamento até tem. São R$ 5,75 bilhões em empréstimos assumidos pela prefeitura de São Paulo junto a instituições financeiras nacionais e de fora do País.

Entretanto, não houve ainda acordo entre a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema municipal, as empresas operadoras da cidade e a ENEL, distribuidora de energia.

São necessárias duas frentes: a infraestrutura de recarga de baterias dentro das garagens e a rede de distribuição nos bairros onde ficam as empresas de ônibus.

Estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontam que em bairros com redes de baixa tensão (que são a maioria na cidade de São Paulo), se 50 ônibus carregarem as baterias ao mesmo, ainda que na madrugada, vai cair a energia das casas das pessoas, comércios e hospitais.

Os bairros das garagens devem ter subestações iguais das estações de trem e metrô e a rede deve ser de média ou alta tensão.

ÔNIBUS ELÉTRICOS EM SÃO PAULO:

DE ONDE VEM O DINHEIRO PARA ÔNIBUS ELÉTRICOS EM SÃO PAULO:

Na prática, as empresas de ônibus não vão desembolsar nada para a eletrificação da frota na cidade de São Paulo nesta primeira fase.

Isso porque, a meta de 2,6 mil ônibus elétricos até o fim de 2024 deve custar em torno de R$ 8 bilhões.

A prefeitura obteve R$ 5,75 bilhões em financiamentos de diversas fontes, vai injetar R$ 165 milhões dos cofres públicos como contrapartida e os cerca de R$ 2 bilhões restantes seriam arcados pelas empresas, mas elas serão subsidiadas.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de transportes na cidade de São Paulo, em 13 de setembro de 2023, informou ao Diário do Transporte que a  s empresas pelos ônibus elétricos vão contar com subsídios 15% maiores (https://diariodotransporte.com.br/2023/09/13/exclusivo-remuneracao-as-viacoes-por-onibus-eletricos-sera-em-media-15-maior-que-para-onibus-a-diesel-em-sao-paulo-diz-sptrans/) A informação foi confirmada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em entrega das 50 primeiras unidade de ônibus elétricos no dia 18 de setembro de 2023 (https://diariodotransporte.com.br/2023/09/19/ouca-subsidios-vao-aumentar-com-onibus-eletricos-e-nunes-confirma-que-quer-fim-gradativo-de-trolebus/ )

Assim, os recursos serão divididos em:

FINANCIAMENTOS: R$ 5,75 bilhões em financiamentos sendo

– R$ 2,5 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)

– R$ 2,5 bilhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Banco Mundial

– R$ 250 milhões do BB (Banco do Brasil)

– R$ 500 milhões da CEF (Caixa Econômica Federal)

CONTRAPARTIDA da PREFEITURA

– R$ 165 milhões:

EMPRESAS DE ÔNIBUS COM SUBSÍDIOS MAIORES:

– R$ 2 bilhões, mas as viações vão receber subsídios maiores pelos ônibus elétricos.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de transportes na cidade de São Paulo, em 13 de setembro de 2023, informou ao Diário do Transporte que a  s empresas pelos ônibus elétricos vão contar com subsídios 15% maiores (https://diariodotransporte.com.br/2023/09/13/exclusivo-remuneracao-as-viacoes-por-onibus-eletricos-sera-em-media-15-maior-que-para-onibus-a-diesel-em-sao-paulo-diz-sptrans/ ) A informação foi confirmada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em entrega das 50 primeiras unidade de ônibus elétricos no dia 18 de setembro de 2023 (https://diariodotransporte.com.br/2023/09/19/ouca-subsidios-vao-aumentar-com-onibus-eletricos-e-nunes-confirma-que-quer-fim-gradativo-de-trolebus/  )

18 de setembro de 2023: Apresentação de nova geração, subsídios e trólebus:

OUÇA: Subsídios vão aumentar com ônibus elétricos e Nunes confirma que quer fim gradativo de trólebus

Sobre financiamento internacional, prefeito disse que recursos já irão diretamente para as empresas

ADAMO BAZANI

Colaborou Arthur Ferrari

Os subsídios ao sistema de transportes da capital paulista vão aumentar com a inclusão dos ônibus elétricos na frota.

Foi o que confirmou o prefeito Ricardo Nunes em entrega das 50 primeiras unidades da nova geração destes veículos na manhã desta segunda-feira, 18 de setembro de 2023, em frente ao estádio do Pacaembu, zona Oeste da cidade de São Paulo.

Nunes disse que a remuneração maior, em média 15% a mais, para as empresas operarem estes ônibus ocorre por causa do investimento na compra dos elétricos que são aproximadamente três vezes mais caros que os a diesel.

O prefeito disse que o investimento vale a pena porque ao longo da vida útil dos elétricos, o valor se paga porque o custo por quilometragem percorrida é menor que os modelos a diesel.

Até dezembro, devem ser inseridos 600 ônibus elétricos no sistema paulistano.

Segundo o prefeito, neste ano de 2023, os subsídios ao sistema de ônibus podem chegar a R$ 5,8 bilhões

Nunes confirmou no evento que tem a intenção de acabar com o sistema de trólebus, ônibus elétricos conectados à fiação aérea.

De acordo com Nunes, o objetivo é ir aposentando estes veículos.

O prefeito, para isso, argumentou que os trólebus atrapalham os projetos de aterramento da fiação e que a manutenção da rede aérea custa R$ 30 milhões por ano.

Nunes ainda citou grupos de defensores de trólebus, mas disse que como prefeito, não pode ter predileção por nenhum tipo de veiculo em específico.

OUÇA:

O prefeito disse que o fim dos trólebus será gradativo e que o fim é uma “questão prática e objetiva”.

Sobre os financiamentos internacionais, Nunes explicou que o dinheiro irá diretamente para as empresas, com a intermediação da prefeitura para obtenção de taxas de juros menores.

Até abril de 2024, devem ser liberados os recursos de R$ 2,5 bilhões pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Banco Mundial. A contrapartida da prefeitura será de R$ 625 milhões.

A carência para pagamento é de quatro anos com prazo total de financiamento de 15 anos, que é a vida útil dos ônibus.

Antes disso, devem ser conseguidos recursos por meio de BNDES e Banco do Brasil, de acordo com o prefeito.

Esses 50 ônibus apresentados nesta segunda-feira (18) tiveram financiamento pela ENEL-X também contando com a energia e infraestrutura.

A empresas de ônibus vão pagar diretamente a ENEL

Os 50 veículos já começam a operar imediatamente.

Os veículos têm carroceria Caio, sistema Eletra, chassis Mercedes-Benz ou Scania e baterias/motores WEG.
GCM:

O prefeito ainda falou que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) também vai contar com veículos elétricos.
Serão 50 viaturas.

De acordo com Nunes, a licitação para o fornecimento destes carros já está lançada.

Veja fotos dos veículos:

ÔNIBUS ELÉTRICOS EM SÃO PAULO:

18 de setembro de 2023: Apresentação de nova geraç

ÔNIBUS ELÉTRICOS EM SÃO PAULO:

O prefeito Ricardo Nunes prometeu os 2,6 mil ônibus elétricos até o fim de 2024 ainda no plano de metas em julho de 2021, como mostrou o Diário do Transporte na ocasião.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/07/01/plano-de-metas-sp-2021-2024-promete-2600-onibus-eletricos-dois-brt-40-km-de-corredores-e-50-km-de-faixas-exclusivas/

Passando praticamente dois anos do anúncio e faltando um ano e meio para o fim da meta, nenhum destes novos ônibus elétricos está em circulação ainda.

São apenas 19 ônibus à bateria comprados, sendo que a maioria, 15 deles, começou a operar em 2019.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2019/11/19/quinze-onibus-eletricos-da-transwolff-comecam-a-operar-nesta-terca-feira-19/

Há ainda 201 trólebus (ônibus elétricos conectados à rede aérea), cuja maioria tem de dez anos de circulação para cima.

Financiamento Internacional: Em 1º de junho de 2023, COFIEX, Comissão de Financiamentos Externos, do Governo Federal, aprovou que a União dê garantia para que o projeto de eletrificação da frota de ônibus da cidade de São Paulo receba do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) US$ 500 milhões (US$ 496,6 milhões) em forma de financiamento.

O município terá de fornecer como contrapartida, US$ 125 milhões.

Este financiamento, de acordo com resposta da prefeitura ao Diário do Transporte, que revelou no dia 05 de junho de 2023, a aprovação pela COFIEX, possibilitaria a compra de cerca de mil ônibus elétricos.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/06/05/exclusivo-cofiex-do-governo-federal-aprova-projeto-de-eletrificacao-de-onibus-em-sao-paulo-para-receber-us-500-milhoes-do-bid-bird-contrapartida-da-cidade-e-de-us-125-milhoes/

A cidade de São Paulo é a que promete a maior frota de ônibus elétricos no Brasil em curto prazo: cerca de 2,6 mil unidades até o fim de 2024.

Em 06 de janeiro de 2023, foram publicados no Diário Oficial da cidade de São Paulo os aditamentos aos contratos firmados entre a prefeitura e as viações já com essa nova obrigação.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/01/06/empresas-de-onibus-de-sao-paulo-terao-de-apresentar-cronograma-de-compra-de-modelos-menos-poluentes-ate-28-de-fevereiro/

Em 24 de fevereiro de 2023, o superintendente de Engenharia Veicular e Mobilidade Especial da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, Simão Saura Neto, disse que as empresas de ônibus da cidade de São Paulo encomendaram até então, 2152 coletivos elétricos para o sistema municipal de linhas.

Segundo o técnico, deste total, 1480 unidades estão previstas para ser entregues ainda neste ano de 2023, mas o mercado teme ainda a falta de insumos e semicondutores na indústria automotiva em todo o mundo.

Entre estes modelos estão veículos do tipo padron, articulado e superarticulado.

O número é inferior à meta de 2,6 mil ônibus elétricos operando até o fim de 2024 como meta anunciada pela prefeitura, mas novas unidades ainda podem ser encomendadas.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/02/25/em-primeira-mao-empresas-de-onibus-da-cidade-de-sao-paulo-encomendaram-2152-coletivos-eletricos-diz-sptrans/

No dia 30 de dezembro de 2022, a SPTrans havia divulgado que empresas de ônibus que atendem a cidade de São Paulo já tinham encomendado 1109 coletivos elétricos a bateria.

Como mostrou o Diário do Transporte, desde 17 de outubro de 2022, por meio de uma circular, a SPTrans proibiu a inclusão de ônibus a diesel no sistema, com exceção de micro-ônibus, pouco disponíveis nesta versão.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2022/12/30/empresas-de-onibus-ja-encomendaram-1109-coletivos-eletricos-diz-sptrans-para-a-capital-paulista/

A empresa de transportes urbanos que atua na zona Sul da capital paulista, Transwolff, anunciou nesta quinta-feira, 12 de janeiro de 2023, que vai comprar 304 ônibus elétricos no âmbito de uma parceria com a Enel X.

O anúncio foi feito em primeira mão ao Diário do Transporte por volta de 13h00 desta quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Deste total, 100 vão operar neste ano de 2023 (Veja no link detalhes dos veículos)

Segundo a companhia de transporte, é o primeiro resultado da parceria que tinha sido anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes no dia 08 de novembro de 2022.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/01/12/em-primeira-mao-em-parceria-com-a-enel-x-transwolff-anuncia-compra-de-304-onibus-eletricos-para-linhas-da-zona-sul-de-sao-paulo/

Como mostrou o Diário do Transporte na ocasião, a multinacional já participou da implantação de frota de ônibus elétricos em outras cidades da América Latina, como no Chile.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2022/11/08/ouca-prefeitura-de-sao-paulo-anuncia-financiamento-de-r-8-bilhoes-para-onibus-eletricos-na-capital-paulista-por-parceria-com-a-enel/

O Diário do Transporte, em 2018, havia dito que a Enel X já demonstrava na ocasião interesse em replicar no Brasil modelo semelhante ao chileno de financiamento.

https://diariodotransporte.com.br/2022/11/08/ouca-prefeitura-de-sao-paulo-anuncia-financiamento-de-r-8-bilhoes-para-onibus-eletricos-na-capital-paulista-por-parceria-com-a-enel/

Gestão Nunes publica nesta segunda (11) os valores que propõe pagar às viações para operar os ônibus elétricos e estica idade de coletivos a diesel

Somente depois deste acordo é que as novas unidades, paradas nas garagens, vão prestar serviços com passageiros

ADAMO BAZANI

A prefeitura de São Paulo publicou em Diário Oficial nesta segunda-feira, 11 de setembro de 2023, os valores que pretende pagar às viações pela operação dos ônibus elétricos nesta fase de transição de frota e ajuste de contratos para os serviços.

O aditivo também estica entre seis meses e um ano e meio, a idade máxima permitida para os ônibus a diesel, com miniônibus podendo rodar por até oito anos e meio em vez de sete anos como previsto em contrato e os demais, por até 11, 5 anos, em vez de 10 anos.

Com esta definição finalmente será possível colocar para transportar passageiros os coletivos elétricos que já estão prontos e parados nas garagens, muito embora, também ainda estão sendo implantadas as infraestruturas de recarga de baterias.

O documento é assinado pelo secretário executivo de Transporte e Mobilidade, Gilmar Pereira Miranda.

A fórmula é complexa.

A remuneração por veículo leva em conta a soma do valor por hora trabalhada de mão de obra com ou sem cobrador, custeio de energia, rodagem e lubrificantes por quilômetro percorrido; o quanto as empresas pagaram para comprar o ônibus (capital investido), a mão de obra de manutenção, despesas administrativas, peças e acessórios; implantação de infraestrutura de recarga, entre outros itens.

Os valores finais dependem do tipo de veículo, que podem ser midi (micrão), básico, padron, padron 15 metros, padron articulado de 18 metros e padron articulado de 21 metros.

A vida útil máxima destes ônibus elétricos, de acordo com o aditivo publicado, é de 15 anos, cinco anos a mais dos 10 anos permitidos para os coletivos a diesel originalmente.

A vida útil das baterias deve ser de, no mínimo, oito anos, sendo necessário o descarte correto ao fim deste período.

As viações serão subsidiadas pela compra dos ônibus elétricos, mas também as companhias podem alugar ou arrendar estes veículos, sem, no entanto, receber a mesma subvenção.

MAIS PRAZO PARA RENOVAÇÃO:

O aditivo estica para mais de dez anos a idade máxima dos ônibus a diesel.

Os ônibus ano/modelo 2013 poderão circular até 30 de junho de 2024.

Já os miniônibus, que originalmente poderiam circular por sete anos, serão admitidos por mais tempo também. Os veículos ano 2016 poderão operar até 30 de junho de 2024 também.

Para ter estas “vantagens” de deixar mais tempo rodando os ônibus a diesel, as viações devem comprovar que já fizeram os pedidos de modelos elétricos de tamanho corresponde e, preferencialmente, deixar estes coletivos mais velhos como reservas.

Remuneração às viações por ônibus elétricos será, em média, 15% maior que para ônibus a diesel em São Paulo, diz SPTrans

Gerenciadora ainda informou ao Diário do Transporte que a prefeitura busca financiamentos nacionais e internacionais para reduzir a diferença entre a remuneração de ônibus a diesel e elétricos

ADAMO BAZANI

As empresas de ônibus da cidade de São Paulo vão receber, em média, 15% a mais para operar os coletivos elétricos em comparação com modelos semelhantes que rodam com óleo diesel.

A informação foi confirmada pela SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de ônibus da capital paulista, em resposta aos questionamentos feitos pelo Diário do Transporte.

A reportagem mostrou que na segunda-feira, 11 de setembro de 2023, a prefeitura publicou os valores médios que serão recebidos pelas empresas de acordo com o tipo de ônibus, entre midi (micrão), convencional, padron, padron de 15 metros, articulado de 18 metros e articulado de 21 metros.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/09/11/gestao-nunes-publica-nesta-segunda-11-os-valores-que-propoe-pagar-as-viacoes-para-operar-os-onibus-eletricos-e-estica-idade-de-coletivos-a-diesel/

A remuneração engloba o retorno do empresário, como se fosse o lucro previsto em contrato, e os custos operacionais e de aquisição e manutenção dos veículos.

Por meio de nota, a SPTrans esclareceu que não é apenas o tipo de ônibus que determina o valor da remuneração, mas também as condições de operação de cada grupo de linhas, chamados de lotes.

A gerenciadora ainda informou na nota que a prefeitura busca financiamentos nacionais e internacionais para reduzir a diferença entre a remuneração de ônibus a diesel e elétricos.

A SPTrans informa que a remuneração por veículo é variável, seja ele movido a diesel ou a baterias elétricas, podendo variar considerando não apenas o tipo de veículo, mas também as condições operacionais de cada um dos 32 lotes do sistema. A estimativa atual é de que a remuneração final de um veículo elétrico do tipo Padron, para efeito de referência, seja de até 15% acima de um equivalente a diesel.

Especificamente sobre a remuneração dos ônibus elétricos, a atual gestão municipal está buscando diversas fontes de financiamento junto a instituições financeiras nacionais e internacionais para fomentar a energia limpa nos transportes, o que pode reduzir esta diferença.

O valor de um ônibus elétrico pode chegar a R$ 3 milhões, quase três vez mais que um diesel similar.

ÔNIBUS A DIESEL TIVERAM IDADE ESTICADA:

Na publicação oficial da segunda-feira (11), foi ampliada entre seis meses e um ano e meio a idade máxima de cada ônibus a diesel hoje em vigor para ser aposentado.

Os ônibus ano/modelo 2013 poderão circular até 30 de junho de 2024. Assim, em vez de 10 anos, os coletivos podem ter 11,5 anos.

Já os miniônibus, que originalmente poderiam circular por sete anos, serão admitidos por mais tempo também, podendo chegar a 8,5 anos de idade máxima. Os veículos ano 2016 poderão operar até 30 de junho de 2024 também.

Para ter estas “vantagens” de deixar mais tempo rodando os ônibus a diesel, as viações devem comprovar que já fizeram os pedidos de modelos elétricos de tamanho corresponde e, preferencialmente, deixar estes coletivos mais velhos como reservas.

Na nota, a Prefeitura de São Paulo diz que a previsão é de os ônibus posam circular por mais seis meses que a previsão original de terem de sair do sistema nesta transição de frota e que, neste período, haverá mais vistorias sobre estes veículos com idade maior.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, informa que as empresas concessionárias apresentaram pedidos para a produção de 2.292 ônibus elétricos. A previsão atualizada considera a capacidade produtiva do mercado em atender a demanda existente. A meta da gestão é que 20% da frota seja composta por ônibus elétricos até o fim de 2024.

Para garantir a frota em operação sem prejuízo ao transporte dos passageiros, foi permitido que os ônibus possam circular por mais seis meses, após a data prevista para serem baixados. Durante esse período, as vistorias serão mais frequentes nesses veículos

A administração municipal ainda relaciona as vantagens de ônibus elétricos para o meio ambiente e diz que os únicos 19 coletivos com baterias que estão operando já contam com mudanças específicas nos contratos originais da empresa que, no caso, é a Transwolff, que opera na zona Sul da cidade.

O contrato de concessão assinado em 2019 estabelecia que este termo aditivo seria firmado para permitir a inclusão dos veículos movidos a energia elétrica para operação na cidade. Os 19 veículos que operam hoje já foram objeto de termo aditivo específico.

O termo aditivo autorizado define as regras econômicas para a inclusão dos veículos elétricos, contemplando todas as possibilidades de financiamento dos veículos, com ou sem subvenção por parte do poder público.

Desde outubro de 2022, não é mais permitida a compra de veículos movidos a diesel no sistema de transporte da Cidade. A prioridade da gestão municipal é o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas e do Programa de Metas da Prefeitura 2021-2024.

Cada veículo movido com tração elétrica deixa de emitir anualmente, em média: 0,24 toneladas de NOx (óxidos de nitrogênio); 0,002 toneladas de MP (material particulado); 106 toneladas de CO2 (dióxido de carbono).

Dezenas de ônibus elétricos da nova geração já estão com algumas empresas nas garagens, entre elas Transwolff (zona Sul) e Ambiental (zona Leste), mas ainda não operam com passageiros. Havia dúvidas sobre esta remuneração e também sobre a infraestrutura de recarga das baterias.

Enquanto isso, o Diário do Transporte revelou que, apesar de desde 17 de outubro de 2022 estar proibida a compra de ônibus a diesel, diversas unidades com esta forma de tração ainda serão colocadas para operar. Estes veículos poderão circular até 2033, dada a vida útil permitida.

Vão entrar no sistema de linhas da cidade de São Paulo, entre os novos ônibus a diesel, cuja compra foi proibida em outubro de 2022, modelos que só começaram a ser produzidos em linha no Brasil em janeiro de 2023, do padrão Euro 6.

Entre estas empresas estão Sambaíba (zona Norte) e MobiBrasil (zona Sul)

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/09/07/eletrificacao-parcial-mesmo-com-proibicao-de-compras-de-onibus-a-diesel-cidade-de-sao-paulo-ainda-vai-receber-veiculos-grandes-deste-tipo/

CORREDORES:

Como mostrou o Diário do Transporte, em 05 de novembro de 2021, durante anúncio de parceria do Estado de São Paulo e da Prefeitura em investimentos em mobilidade, o prefeito Ricardo Nunes e o então governador João Doria disseram que os novos corredores de ônibus da cidade serão servidos apenas por modelos elétricos.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/11/06/ouca-novos-corredores-de-onibus-de-sao-paulo-serao-operados-com-onibus-eletricos-diz-doria/

O Plano de Mobilidade Urbana da Cidade prevê 27 obras que totalizam mais de R$ 5,5 bilhões, entre a implantação de 11 novos corredores de ônibus, o que representa mais de 95 km de novas vias, 30 km de requalificação de corredores já existentes, além da construção de quatro novos terminais.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/11/05/prefeitura-de-sao-paulo-anuncia-brts-e-corredores-de-onibus-dentro-de-pacote-de-mobilidade-que-soma-r-55-bilhoes/

PROPOSTA NO ORÇAMENTO PARA 2024:

Orçamento: ônibus elétricos em São Paulo vão contar com R$ 2,5 bilhões em 2024, propõe Nunes em projeto de lei

Valor deve ser compensado com financiamentos que virão do BID e Banco Mundial; Subsídios ao sistema de ônibus serão de R$ 5,1 bilhões sem tarifa-zero

ADAMO BAZANI

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, propôs aos vereadores reservar R$ 2,5 bilhões do Orçamento do Município para eletrificação da frota de ônibus em 2024

A proposta está no Projeto de Lei 578/2023, que trata do Orçamento para o ano que vem, e se aproxima do valor que a prefeitura estima receber como financiamentos internacionais do Banco Mundial e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que tiveram aval do Governo Federal e, segundo o prefeito, devem ser liberados em abril de 2024.

A prefeitura tem como meta um total de 2,6 mil ônibus elétricos operando em São Paulo até o fim de 2024.

Para este ano de 2023, a promessa é de 650 coletivos deste tipo, número que ainda é visto com desconfiança pelo setor de ônibus.

No dia 18 de setembro de 2023, os primeiros 50 ônibus da nova geração foram entregues.

Atualmente, de uma frota de mais de 12 mil ônibus, a cidade tem apenas 69 elétricos com bateria e 201 trólebus.

Já estão em testes na cidade, veículos de outros modelos, além dos que foram apresentados em setembro Nunes (ver mais abaixo a relação completa).

O Orçamento total para o ano eleitoral de 2024 é previsto para ficar em R$ 110,7 bilhões, uma alta de quase 16% na comparação com o exercício de 2023.

Para o setor de transportes, a intenção é destinar R$ 11,8 bilhões. Quase a metade de tudo, R$ 5,1 bilhões, serão para subsidiar as operações dos ônibus da cidade, não adotando a tarifa zero.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/10/04/orcamento-sem-tarifa-zero-nunes-preve-r-51-bilhoes-em-subsidios-para-onibus-em-2024/

Corredores de ônibus também contarão com verbas, como o BRT Aricanduva, na zona Leste, que deve receber R$ 418 milhões.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/10/04/orcamento-da-capital-paulista-preve-r-118-bilhoes-para-o-setor-transporte-com-destaque-para-o-brt-aricanduva/

O PL do Orçamento está sendo debatido na Câmara Municipal, deve receber emendas e ser votado até o fim do ano.

Outros destaques da proposta na área de mobilidade são R$ 700 milhões para serviços de engenharia de tráfego e R$ 400 milhões para a manutenção e operação do sistema municipal de transporte público. Em terminais de ônibus, devem ser destinados R$ 165,97 milhões para serviços de manutenção e operação e R$ 149,09 milhões para a contraprestação de PPP (Parceria Público-Privada) em terminais urbanos. Já o transporte público voltado a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, o serviço Atende, tem a indicação de R$ 135 milhões

O orçamento estimado para a secretaria também pretende destinar recursos para a implantação de transporte público hidroviário (R$ 40 milhões). Somadas, a construção e manutenção de ciclofaixas, ciclorrotas e ciclovias tem estimados R$ 314,85 milhões.

Ainda para a área de mobilidade e trânsito, há, por exemplo, indicação de R$ 1,38 bilhão para Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito, R$ 1,74 bilhão para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e R$ 11,54 bilhões para a SPTrans (São Paulo Transportes S/A).

MODELOS DE ÔNIBUS ELÉTRICOS:

No dia 18 de setembro de 2023, foram apresentados os seguintes modelos:

– 25 unidades de 12,1 metros para a empresa Transwolff. Modelo: Caio eMillennium/Eletra/Mercedes-Benz O 500 U

– 24 unidades de 15 metros com três eixos, sendo 12 para a Transppass e 12 para a Ambiental. Modelo: Caio eMillennium/Eletra/Scania K310

– 01 unidade de 21,5 metros, com quatro eixos para a empresa Viação Campo Belo. Modelo: Caio eMillennium-BRT/Eletra/Mercedes-Benz O 500 UDA

Estão em testes um ônibus com tecnologia integral da Mercedes-Benz (eO500 U), Volvo BZL, ambos com carroceria eMillenniun da Caio; além do Marcopolo Attivi integral e o chinês Higer Azure A 12 BR

No caso do modelo da Mercedes-Benz, a montadora anunciou em primeira mão ao Diário do Transporte que entre o fim de 2023 e início de 2024 entrega 50 unidades para a cidade de São Paulo, sendo 40 para a Viação Metrópole Paulista, oito para a MobiBrasil e dois para a Sambaíba.

De R$ 8 bilhões que vai custar meta de ônibus elétricos de São Paulo, prefeitura vai bancar R$ 6 bilhões e R$ 2 bilhões são pelas viações, que terão subsídios

Dado está em nota oficial do BNDES, que formalizou empréstimo de R$ 2,5 bilhões nesta quinta-feira (19)

ADAMO BAZANI

De R$ 8 bilhões que vai custar a meta de 2,6 mil ônibus elétricos de São Paulo até o fim de 2024, a prefeitura vai bancar R$ 6 bilhões e R$ 2 bilhões são pelas viações, que terão subsídios para isso.

A informação está numa nota oficial divulgada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que formalizou nesta quinta-feira, 19 de outubro de 2023, a liberação de um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para a compra de ônibus elétricos na cidade de São Paulo, como anunciou em primeira mão o Diário do Transporte.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/10/18/video-em-primeira-mao-bndes-vai-liberar-r-25-bilhoes-para-onibus-eletricos-em-sao-paulo-e-cidade-tera-r-575-bilhoes-no-total/

Na prática, as empresas serão ressarcidas integralmente pelos elétricos.

Isso porque, além de bancar a diferença entre o preço dos ônibus elétricos, que é três vezes maior, e de dos coletivos a diesel, a prefeitura vai subsidiar as viações pelos veículos que se movem com eletricidade.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema da capital paulista, informou que, em média, os subsídios por ônibus elétricos serão 15% maiores que pelos ônibus a diesel.

Em entrega das 50 primeiras unidades de ônibus elétricos da mais nova geração, no dia 18 de setembro de 2023, o prefeito Ricardo Nunes confirmou os subsídios maiores para este tipo de veículo.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/09/19/ouca-subsidios-vao-aumentar-com-onibus-eletricos-e-nunes-confirma-que-quer-fim-gradativo-de-trolebus/

Com os R$ 2,5 bilhões do BNDES, a cidade terá no total R$ 5,75 bilhões em empréstimos, contanto também com R$ 2,5 bilhões que virão do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Banco Mundial, além de R$ 750 milhões do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

A Prefeitura de São Paulo colocou na proposta de Orçamento para 2024, a previsão de R$ 2,5 bilhões para eletrificar a frota de ônibus municipais.

A meta é de 2,6 mil ônibus elétricos até o fim de 2024, dos quais, 650 neste ano, números que são vistos com desconfiança por especialistas e pelo setor de transportes.

Dos 12 mil ônibus na cidade, apenas 69 são elétricos com bateria.

Novos modelos de ônibus já estão sendo testados na cidade, além das marcas dos coletivos que já rodam.

MODELOS DE ÔNIBUS ELÉTRICOS:

No dia 18 de setembro de 2023, foram apresentados os seguintes modelos:

– 25 unidades de 12,1 metros para a empresa Transwolff. Modelo: Caio eMillennium/Eletra/Mercedes-Benz O 500 U

– 24 unidades de 15 metros com três eixos, sendo 12 para a Transppass e 12 para a Ambiental. Modelo: Caio eMillennium/Eletra/Scania K310

– 01 unidade de 21,5 metros, com quatro eixos para a empresa Viação Campo Belo. Modelo: Caio eMillennium-BRT/Eletra/Mercedes-Benz O 500 UDA

Estão em testes um ônibus com tecnologia integral da Mercedes-Benz (eO500 U), Volvo BZL, ambos com carroceria eMillenniun da Caio; além do Marcopolo Attivi integral e o chinês Higer Azure A 12 BR

No caso do modelo da Mercedes-Benz, a montadora anunciou em primeira mão ao Diário do Transporte que entre o fim de 2023 e início de 2024 entrega 50 unidades para a cidade de São Paulo, sendo 40 para a Viação Metrópole Paulista, oito para a MobiBrasil e dois para a Sambaíba.

CENÁRIO DA INDÚSTRIA (nacional e internacional):

Apesar de os veículos elétricos também serem impactados pela falta de insumos e equipamentos, como também ocorre com automóveis a combustão, a demanda pelos modelos não poluentes tem aumentado.

No Brasil, já existem opções de produtos em plena atividade, algumas que apresentarão modelos e outras que estão se estabelecendo (por ordem alfabética):

BYD: Indústria de origem chinesa, com planta em Campinas (SP), que fabrica ônibus elétricos de diversos portes: micros, padrons e articulados, além de rodoviários, produzindo as baterias, tecnologia e chassis. Está entre as maiores produtoras mundiais na área de mobilidade elétrica e produz também no Brasil placas de energia solar. Existem diversas cidades que operam com ônibus BYD no Brasil, inclusive São Paulo. Em agosto de 2023, no Congresso da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), juntamente com a Marcopolo, a BYD apresentou o Torino elétrico de piso alto, configuração que é usada na maior parte das cidades brasileiras que não adotam piso baixo.

CaetanoBus: A empresa portuguesa CaetanoBus trouxe para testes no sistema de transportes da cidade de São Paulo o chassi e.CC 100 C5845 E.E, 100% elétrico. O modelo recebeu carroceria Caio, de produção brasileira. O e.CC 100 pode ser receber carrocerias de comprimento mínimo de 9.5 metros e máximo de 12.7metros.

Eletra: Indústria 100% nacional, do Grupo ABC/Next Mobilidade, com planta em São Bernardo do Campo (SP). A empresa foi inaugurada oficialmente no dia 22 de agosto de 2000. Faz toda a integração e tecnologia para ônibus elétricos à bateria, trólebus, híbridos (motores elétricos e à combustão no mesmo veículo), Dual Bus (mais de um tipo de tração elétrica em mesmo ônibus, por exemplo: trólebus+baterias ou baterias+híbridos). Não produz os chassis e baterias. O BRT-ABC, entre São Bernardo do Campo e São Paulo, é uma concessão à Next Mobilidade terá ônibus 100% elétricos de 22 metros cada com tecnologia Eletra, chassis Mercedes-Benz e carroceria Caio. A Eletra anunciou em2022 cinco tipos de ônibus elétricos para carrocerias com 10 m, 12,5 m, 12, 8 m ,15 m e 21,5 m. Ainda em 2022, para o BRT-ABC, a Eletra anunciou também o E-Troll, um veículo de 21,5 metros, com chassi Mercedes-Benz, que em parte do trajeto vai operar como trolébus e em outra parte, como ônibus elétrico a bateria. De acordo com presidente da Eletra, Milena Braga Romano, o corredor terá trechos com rede aérea como a dos trolébus. Enquanto estiver operando nesses trechos, o veículo carrega as baterias. Nos trechos sem a rede aérea, o funcionamento é com o banco de baterias já carregado. Em 31 de julho de 2023, a Eletra deu detalhes ao Diário do Transporte sobre ônibus midi (micrão) de 10 metros de comprimento (9.955 mm), com tração elétrica. O veículo é indicado para linhas alimentadoras de subsistemas locais de médio ou baixo carregamento passageiros que se integram com ônibus de maior capacidade de linhas estruturais ou troncais ou com redes de trilhos, em especial metrô e trem.

O chassi usa a base do Mercedes-Benz OF 1721L, com suspensão a ar e piso alto.

O modelo foi escolhido porque, segundo a empresa, a maior parte das linhas alimentadoras e locais é prestada em locais de tráfego mais severo, o que dificultaria a escolha de um modelo de piso baixo, como são as versões oferecidas pela fabricante para os veículos padrons com 12 metros de comprimento em diante, incluindo os de três eixos e os articulados.

O segmento de ônibus menores com tração elétrica é um dos que possuem menor oferta de coletivos deste tipo, tanto é que ao proibir a compra pelas empresas de ônibus da capital paulista a partir de 17 de outubro de 2022 de veículos a diesel, a gerenciadora do sistema SPTrans (São Paulo Transporte), deixou de fora da proibição os micro-ônibus e micrões (mídis) por, até então, haver poucas opções no mercado.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/07/31/conheca-em-video-como-e-por-dentro-o-eletra-micrao-de-10-m-eletrico-para-linhas-alimentadoras/

Segundo a diretora comercial da Eletra, Ieda Oliveira, entre as vantagens é que não haverá necessidade de carregamento dos ônibus nas garagens, dispensando as caras estruturas de recarga.

Higer: Empresa de origem chinesa que apresentou um modelo elétrico de ônibus padron em novembro de 2022 na capital paulista. O modelo de 12 metros de comprimento está sendo testado e passou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiros, Curitiba e São José dos Campos. Diz que trará ao Brasil também vans, ônibus articulados elétricos. Apresentou também um ônibus de fretamento com baterias. Os modelos são monoblocos (chassi, motores e carroceria formando um bloco só).

Marcopolo: Tradicional fabricante de carrocerias de Caxias do Sul (RS), testou em parceria com a empresa Suzantur, operadora de transportes de Santo André (SP), um ônibus 100% elétrico, projeto integral da Marcopolo. O modelo é padron com piso baixo. O veículo circulou sem passageiros entre o Terminal Vila Luzita (bairro populoso de Santo André) e o terminal principal da cidade no centro (Terminal Santo André Oeste). Já homologado, o modelo está sendo comercializado.

Mercedes-Benz: A gigante alemã lançou em 25 de agosto de 2021 o chassi de ônibus elétricos eO500U, de piso baixo, para carrocerias de até 13,2 metros, justamente os padrões de São Paulo. O modelo será produzido em São Bernardo do Campo (SP) e em 2023 já serão vistas as primeiras unidades. A capital paulista é o maior mercado previsto, mas outras cidades devem ter o modelo.  A empresa planeja lançar em breve ônibus articulados e superarticulados.

Volvo: A gigante sueca produz em Curitiba (PR) um modelo de ônibus elétrico híbrido. O ônibus tem um motor a combustão, que gera energia, e o elétrico que atua na maior parte da tração. A tecnologia é híbrida paralela, quando o ônibus está parado, freia e até 20 km/h a atuação é do motor elétrico. A partir de 20 km/h, entra em operação o motor a combustão. Há unidades em circulação em Curitiba, Foz do Iguaçu e Santo André (Suzantur), por exemplo. Em agosto de 2022, a Volvo apresentou seu primeiro chassi de ônibus totalmente elétrico para exibição no Brasil, o BZL. Com zero emissões, o Volvo BZL pode ser equipado com 3 a 5 baterias de lítio níquel cobalto óxido de alumínio (NCA) de 94kWh cada, dependendo da aplicação a que for destinado. Em primeira mão para o Diário do Transporte, em 16 de fevereiro de 2023, o diretor operações de ônibus na América Latina montadora, André Marques, disse que o modelo 100% elétrico da marca será testado na capital paulista no segundo semestre. O modelo de chassi será o BZL, chassis elétricos para veículos de até 13,2 metros de comprimento.

Scania: Não descarta a produção própria de elétricos, mas investe na tecnologia de ônibus a gás natural e biometano. Em 2023, foram intensificados testes pela Eletra Industrial de sua tecnologia para ônibus elétrico num chassi Scania de três eixos para carrocerias de até 15 metros de comprimento.

Volkswagen: Em 2018, a Volkswagen apresentou um modelo de médio porte elétrico, o e-Flex com um sistema pode aliar diferentes formas de recarga e abastecimento para ônibus elétricos. Um pequeno motor à combustão gera energia para o elétrico, sendo um propulsor 1.4 turbinado flex de 150 cv de potência. Em novembro de 2018, a montadora prometeu que o modelo já estaria nas ruas em seis meses, o que não aconteceu. Um ano antes, em 2017, a Volkswagen anunciou que a partir do chassi do caminhão 100% elétrico e-Delivery, desenvolveria um micro-ônibus de 11 toneladas elétrico, o que ainda não se concretizou.

Iveco: Em agosto de 2022, a Iveco apresentou um modelo a gás natural/biometano, o 17.210G, para carrocerias de até 12 metros. O ônibus possui seis cilindros a gás, 80 litros cada um, que oferece autonomia de 250 quilômetros. Foi mostrado, mas não para o mercado nacional, apenas como conceito, ônibus elétrico Iveco E WAY, de 20 toneladas.

O modelo, é um monobloco de 12 metros, piso baixo total, com oito packs de bateria. A autonomia é de 300 quilômetros, aproximadamente.

O elétrico não será comercializado, inicialmente, no Brasil e a Iveco pretende oferecer para o mercado brasileiro chassi elétrico para encarroçamento de fabricantes locais.

SPTrans diz que rede de energia da cidade precisará de modificações para dar conta de aumento de frota de ônibus elétricos

Segundo gerenciadora, “será necessária a utilização de circuitos de alta tensão, como ocorre atualmente nas linhas do sistema metroferroviário”

ADAMO BAZANI

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de ônibus municipais da capital paulista, informou ao Diário do Transporte neste sexta-feira, 17 de novembro de 2023, que a rede de energia na cidade terá de passar por modificações para dar conta do crescimento da frota de ônibus elétricos.

A promessa da prefeitura é de que até o fim de 2024, estejam em circulação entre 2,4 mil e 2,6 mil ônibus elétricos com bateria.

Atualmente, são 69 veículos deste tipo, sendo 50 da nova geração e o restante um pouco mais antigo.

Segundo a gerenciadora, em nota ao Diário do Transporte, “atualmente a demanda de energia para a recarga da frota está dentro do limite previsto pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] para os circuitos de média tensão que estão instalados na cidade”, porém, com o crescimento da frota de ônibus elétricos “será necessária a utilização de circuitos de alta tensão, como ocorre atualmente nas linhas do sistema metroferroviário”

Em outras palavras, para a atual frota, a rede elétrica dá conta, mas com mais ônibus elétricos, a capacidade de fornecimento do sistema de energia vai ter de aumentar.

E, para isso, serão necessários investimentos.

Os custos dessa adequação não foram informados, mas técnicos da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) estimam investimentos entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões [por localização das garagens]. Como há 32 garagens na cidade, os custos podem ser entre R$ 1,44 bilhão e R$ 1,6 bilhão somente para adequações.

Quem vai pagar esta conta ainda não foi definido.

Um estudo feito pelo órgão mostra potenciais fragilidades do sistema de energia. Por exemplo: para que um ônibus carregue em aproximadamente três horas é necessário um carregador DC de 150 kW. Se multiplicar 150 kW por 50 ônibus (carregamento simultâneo), haverá uma demanda de 7,5 MW e somando a demanda atual das garagens, haverá um consumo final em torno de 7,8 MW.

Ainda de acordo com a SPTrans, a ENEL, responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo “possui conhecimento do plano de eletrificação da frota de ônibus da cidade” e que reuniões estão sendo feitas sobre o tema.

A SPTrans reforçou, ainda na nota, que a maior parte dos ônibus elétricos vai recarregar na madrugada, quando o consumo de energia pelas residências e estabelecimentos comerciais é menor.

Veja a nota na íntegra:

A SPTrans informa que o plano de eletrificação da frota prevê que a recarga dos veículos seja feita durante a madrugada, quando há maior ociosidade na utilização da rede de distribuição de energia elétrica. Atualmente a demanda de energia para a recarga da frota está dentro do limite previsto pela Aneel para os circuitos de média tensão que estão instalados na cidade. Com a evolução do projeto de substituição da frota diesel por ônibus elétricos, será necessária a utilização de circuitos de alta tensão, como ocorre atualmente nas linhas do sistema metroferroviário. Essa medida irá conferir maior disponibilidade de energia e confiabilidade de fornecimento para as garagens, colocando esse sistema de alimentação no mesmo patamar de segurança dos sistemas que suprem o transporte sobre trilhos.

A SPTrans tem contato direto com a Enel e desde o início dos estudos para a implantação da frota piloto de ônibus a baterias, a concessionária de energia vem participando de reuniões com as empresas e órgãos envolvidos. O objetivo dos encontros é tratar da implantação em escala do projeto de substituição da frota diesel por ônibus elétricos. Assim, a Enel possui conhecimento do plano de eletrificação da frota de ônibus da cidade.

A substituição da matriz energética da frota é prevista pela Lei de Mudanças Climáticas sendo essencial para reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar e de vida do paulistano.

O Diário do Transporte procurou na quinta-feira (16), a Enel e ainda não recebeu nenhum retorno.

Na segunda-feira, 13 de novembro de 2023, durante o evento Eletric Day, na fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, onde também há produção de ônibus elétricos, o diretor do segmento de ônibus da fabricante, Walter Barbosa, disse que ao mesmo tempo em que há entusiasmo sobre os ônibus elétricos, existe uma grande preocupação sobre a infraestrutura para o fornecimento de energia quando a frota aumentar.

Segundo Barbosa, estudos feitos para a realidade de São Paulo mostram que com a atual rede de baixa e média tensão, que é a maioria na capital paulista, bairros com garagens com 50 ônibus do tipo padron ou 30 articulados, podem ficar sem energia caso estes veículos sejam carregados ao mesmo tempo.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/13/entrevista-bairros-inteiros-com-garagens-que-tenham-acima-de-50-onibus-eletricos-podem-ficar-sem-luz-caso-redes-de-distribuicao-atuais-nao-forem-adequadas/

ESTUDO DA ANTP:

O Diário do Transporte também mostrou que um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), de outubro de 2023, reforça as preocupações sobre a necessidade de adequações nas redes de distribuição de energia elétrica nos bairros para que não falte luz na casa das pessoas que moram perto de garagens que terão ônibus elétricos.

Segundo o trabalho, dependendo do número de ônibus carregando as baterias, mesmo que de madrugada, devem ser instaladas subestações específicas nas regiões das garagens.

Intitulado “Custos dos Serviços de Transporte Público por Ônibus Elétrico – Metodologia de Cálculo e Parâmetros”, o trabalho foi conduzido pelo professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Fleury Filho, e pelo Engenheiro Civil/Escola Politécnica/USP, Mestre em Transportes/UNICAMP e Consultor de Transporte, Rodrigo Eduardo Dias Verroni.

Ao Podcast do Transporte, Fleury disse que existem sim riscos de desabastecimento de energia caso as redes de distribuição em cidades como São Paulo não sejam adequadas para uma grande frota de ônibus elétricos.

Não é pelo fato de ser uma linha de tendência que o movimento tem que ser feito de forma abrupta, descoordenada ou intempestiva Nós vamos ter que fazer essa transição de forma gradual, entendendo  os próprios limites sobre a eletrificação da frota, limites que por um lado vêm exatamente da criação de uma margem de segurança pra que os serviços possam ser sempre prestados com a qualidade necessária, limites estabelecidos sobre a própria capacidade de geração e distribuição de energia pra que a gente evite, evidentemente, riscos de desabastecimento pela forte demanda que uma eletrificação representaria para toda capacidade de produzir e distribuir energia no município de São Paulo ,desafio sobre a capacidade financeiras das empresas e etc. Essa foi, infelizmente uma aprendizagem na prática sobre uma das vertentes, mas que de certa forma alerta para o todo, a gente tem que planejar com muita cautela essa transição.

OUÇA AQUI:

 

Ônibus Elétricos: São Paulo ainda não tem estrutura adequada para frota maior; ENEL confirma que mudanças precisam ser feitas

Segundo concessionária de energia, é preciso fazer intervenções no sistema distribuição e obras de aumento de carga com novas subestações dentro de garagens; SPTrans também já havia afirmado que locais de garagens precisam de circuitos de alta tensão, como ocorre atualmente nas linhas do sistema metroferroviário

ADAMO BAZANI

Após uma semana de insistência do Diário do Transporte, a ENEL respondeu nesta quinta-feira, 23 de novembro de 2023, sobre as condições da infraestrutura de energia para a ampliação da frota de ônibus elétricos na cidade de São Paulo.

Segundo a concessionária, é preciso fazer intervenções no sistema distribuição e obras de aumento de carga com novas subestações dentro de garagens.

Faltando um mês para a conclusão da nova meta de 650 ônibus elétricos com bateria até o fim de dezembro deste ano de 2023, São Paulo possui apenas 69 ônibus deste tipo em operação de uma frota de 12 mil coletivos. Para até o fim de 2024, a meta é entre 2,4 mil e 2,6 mil ônibus elétricos.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia os ônibus da cidade, também já havia afirmado que os locais das garagens precisam de circuitos de alta tensão, como ocorre atualmente nas linhas do sistema metroferroviário.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/17/eletromobilidade-sptrans-diz-que-rede-de-energia-da-cidade-precisara-de-modificacoes-para-dar-conta-de-aumento-de-frota-de-onibus-eletricos/

A ENEL ainda informou que os pedidos para mudança da rede nos bairros das garagens devem ser feitos pelas empresas de ônibus e pela SPTrans para que sejam realizados os estudos de viabilidade técnica.

Todo o planejamento de atendimento às novas cargas, como o caso específico para atendimento à demanda de infraestrutura para as garagens que terão atividades com ônibus elétricos, é efetuado com base nas solicitações dos clientes. Após a análise de viabilidade, todas as obras necessárias para adequação da rede de distribuição de energia elétrica a estas novas demandas serão apresentadas e executadas seguindo os trâmites regulatórios.

Mas até agora, 24 de novembro de 2023, não se vê obras e alterações substanciais na infraestrutura.

Ainda de acordo com a ENEL, ocorreram apenas encontros com a SPTrans e prefeitura.

Foram realizadas inúmeras reuniões e workshops com as orientações para atendimento aos procedimentos para a eletrificação do transporte urbano.

A ENEL ainda garantiu que a cidade tem capacidade de distribuir energia para 2,6 mil ônibus sem danos aos demais consumidores, mas para isso, são necessárias a oficialização e a solicitação por parte das empresas e a criação de um planejamento de acordo com os procedimentos e normativas vigentes sobre o setor energético.

(Veja mais abaixo as respostas completas da ENEL)

SE VÁRIOS ÔNIBUS CARREGAREM AS BATERIAS, PODE FALTAR LUZ EM ALGUNS BAIRROS:

Um estudo realizado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que existem riscos de problemas de fornecimento de energia nos bairros, com até mesmo possibilidade de faltar luz na casa das pessoas, caso vários ônibus elétricos estejam carregando as baterias ao mesmo tempo.

Para evitar isso, é necessário fazer mudanças na estrutura de fornecimento de eletricidade.

Intitulado “Custos dos Serviços de Transporte Público por Ônibus Elétrico – Metodologia de Cálculo e Parâmetros”, o trabalho foi conduzido pelo professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Fleury Filho, e pelo Engenheiro Civil/Escola Politécnica/USP, Mestre em Transportes/UNICAMP e Consultor de Transporte, Rodrigo Eduardo Dias Verroni.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/17/onibus-eletrico-pode-causar-falta-de-luz-com-apagao-estudo-da-antp-revela-preocupacao-quanto-a-rede-de-distribuicao-em-sao-paulo/

Até mesmo fabricantes, que vendem estes ônibus por um valor três vezes maior que um a diesel comum, demonstram preocupação.

Durante o evento Eletric Day na fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, em 13 de novembro de 2023, o diretor de vendas da empresa, Walter Barbosa, disse que simulações feitas para a realidade de São Paulo mostram que com a atual rede de baixa e média tensão, que é a maioria na capital paulista, bairros com garagens com 50 ônibus do tipo padron ou 30 articulados, podem ficar sem energia caso estes veículos sejam carregados ao mesmo tempo.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/13/entrevista-bairros-inteiros-com-garagens-que-tenham-acima-de-50-onibus-eletricos-podem-ficar-sem-luz-caso-redes-de-distribuicao-atuais-nao-forem-adequadas/

O QUE DIZ A ENEL:

– Estão sendo feitas adequações nos bairros das garagens para ampliar a capacidade de fornecimento e a tensão? 

A partir da solicitação de aumento de carga efetuado pelos clientes, é efetuada a análise de viabilidade técnica para atendimento a demanda necessária. A partir desta análise, são informadas obras necessárias no sistema de distribuição de energia para adequar a rede elétrica à nova demanda, considerando o tempo de implementação e custo atrelados.

– Estão sendo projetadas subestações de energia nos bairros das garagens? 

Todo o planejamento de atendimento às novas cargas, como o caso específico para atendimento à demanda de infraestrutura para as garagens que terão atividades com ônibus elétricos, é efetuado com base nas solicitações dos clientes. Após a análise de viabilidade, todas as obras necessárias para adequação da rede de distribuição de energia elétrica a estas novas demandas serão apresentadas e executadas seguindo os trâmites regulatórios. A Distribuidora está preparada para atendimento à toda demanda que seja oficializada com base na regulamentação vigente.

– Como está o diálogo entre prefeitura de São Paulo/SPTrans e ENEL?

Foram realizadas inúmeras reuniões e workshops com as orientações para atendimento aos procedimentos para a eletrificação do transporte urbano.

– A cidade tem capacidade de distribuir energia para 2,6 mil ônibus sem danos aos demais consumidores? 

Sim, considerando a oficialização e solicitação por parte dos clientes e seguindo um planejamento de acordo com os procedimentos e normativas vigentes.

– Se faltar energia como ocorreu nos dias seguintes ao temporal de 03 de novembro de 2023, como ficariam os ônibus elétricos se a frota for maior?

Todo o suporte e atendimento a um projeto que impacta diretamente na prestação de serviços à população é considerando estratégico. A partir do momento em que os ônibus entram em operação, são tratados com planejamento de infraestrutura e atendimento adequados para mitigar possíveis interrupções. 

Informações adicionais:

Independentemente da quantidade de ônibus a serem adquiridos pelos operadores, de acordo com a potência total dos carregadores a serem instalados e o tempo disponível para recarga, é solicitado um pedido de Análise de Viabilidade Técnica para as distribuidoras locais, que realizam um estudo do carregamento das redes de distribuição elétrica (Média Tensão e Alta Tensão). Com este estudo é analisada a necessidade de se fazer ou não reforços da rede de distribuição existente.  Todo o processo é realizado com base nas solicitações dos clientes e seguindo as normativas vigentes de forma a adequar a rede de distribuição de energia elétrica aos novos cenários de carga e qualidade.

Além das intervenções no sistema Distribuição são necessárias obras de aumento de carga com adequação e/ou construção de novas subestações internas de responsabilidade do cliente. Para este tipo de serviço os clientes podem contratar diretamente as empresas de Engenharia com essa expertise para executar os serviços, além de assessorar em todo o processo.

ENTREVISTA: Não existe protocolo para combater incêndio em ônibus elétricos e Bombeiros de SP se preocupam com aumento de frota

De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Capitão André Elias, ainda não houve um contato por parte de operadores, gerenciadores e fabricantes de ônibus elétricos com a corporação para a troca de conhecimentos

ADAMO BAZANI

Ainda não há um protocolo estabelecido no Brasil e no mundo sobre como combater incêndio em ônibus elétricos e demais veículos deste tipo.

Isso tem preocupado os Bombeiros pelo redor do planeta e em São Paulo não é diferente.

Não se trata de criar alarmismos e nem condenar a eletrificação da frota do transporte coletivo em cidades como São Paulo, mas estar atento a algumas questões que ainda precisam de melhor definição já que a quantidade deste tipo de automóvel tem crescido.

Somente a prefeitura da capital paulista tem a meta de 2,6 mil ônibus elétricos em circulação até o fim de 2024.

Até 2038, para atender às emissões zero previstas em lei, será necessário que todos os 12 mil coletivos sejam movidos à eletricidade (pelos parâmetros atuais).

Além da infraestrutura de energia e o modelo de financiamento mais adequado, há a questão da segurança.

O Diário do Transporte entrevistou o porta-voz do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado São Paulo, Capitão André Elias, que disse que, assim como está ocorrendo em todo o mundo, a corporação paulista ainda trabalha na elaboração de protocolos e manuais para padronização do atendimento a incêndio em ônibus elétricos e demais veículos deste tipo.

Elias disse também que ainda não foram feitos contatos por parte de operadores, gerenciadores públicos e fabricantes de ônibus elétricos com a Corporação para a troca de conhecimentos.

Este contato é visto como positivo para que todas as partes possam contribuir para os procedimentos mais corretos.

Conversando com motoristas que trabalham com ônibus elétricos na cidade de São Paulo e até com frotistas, a impressão é de que ninguém sabe o que fazer ao certo em caso de chamas nestes veículos.

A indústria diz que possui tecnologias avançadas para minimizar os riscos de incêndio em ônibus elétricos.

Mas em realidades como do Brasil, a questão vai além.

Por aqui, o pior problema é que o ônibus não pega fogo somente, mas colocam fogo nele.

É somente haver um confronto entre policiais e bandidos que, horas depois, aparece um ônibus queimado.

Os criminosos não vão selecionar se o ônibus é elétrico ou não na hora do ataque.

O Diário do Transporte mostrou que, no dia 21 de novembro de 2023, uma forte fumaça branca no teto de um ônibus elétrico da empresa Transwolff, no Terminal Grajaú, na zona Sul de São Paulo, assustou passageiros e motoristas. O veículo integra o sistema municipal de transportes e é de uma geração anterior que os apresentados neste ano pelo prefeito Ricardo Nunes, mas não é velho, não tem quatro anos de fabricação.

Não foi incêndio propriamente dito, mas a situação mostrou algumas fragilidades de conhecimento geral nestas situações.

É justamente isso que preocupa os Bombeiros.

Um vídeo do momento foi gravado por pessoas que estavam no terminal.

Um dos funcionários dizia no momento da gravação que não poderia ser jogada água no coletivo pelo fato de o modelo ser elétrico.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/22/video-onibus-eletrico-de-sao-paulo-tem-forte-fumaca-na-regiao-das-baterias-e-causa-susto-no-terminal-grajau-no-fim-da-noite-desta-terca-21/

O que o funcionário disse é totalmente contrário do que, por enquanto, antes da definição de um protocolo, é indicado em incêndio ou pane de ônibus elétrico.

De acordo com o capitão André Elias, em uma situação onde não há equipe treinada e especializada de resposta a emergências no local, deve-se resfriar as baterias com água.

Mas pela composição química de baterias de tração de ônibus e demais veículos elétricos, segundo André Elias, para o resfriamento das células destas baterias devem ser usados preferencialmente com aditivos misturados à água. Mas isso deve ser feito por bombeiros militares ou brigadistas civis profissionais, que sabem quais os melhores produtos a usar nestes casos.

Outra preocupação, de acordo com o Porta-Voz dos Bombeiros de São Paulo, é que quando uma bateria desses ônibus elétricos queima, são lançadas no ar substâncias muito tóxicas à saúde humana, mais até quando um ônibus a diesel entra em chamas.

Além disso, André Elias esclareceu ao Diário do Transporte que quando um veículo elétrico pega fogo, há a projeção de partículas incandescentes e causa um fenômeno chamado de “jet-fire” ou jato de fogo, que pode atingir qualquer pessoa próxima do veículo.

Assim, a ordem é se afastar o máximo possível do veículo em chamas e ligar para os Bombeiros.

O alto calor provado pela queima de algumas substâncias que compõem as baterias é outro ponto de atenção. Segundo o capitão, as temperaturas podem extrapolar os 200 º C ao redor do ônibus. Isso gera queimadura por aproximação. Nem precisa ser atingido pelas chamas.

A dúvida fica em como adotar estes procedimentos da melhor maneira possível diante da realidade operacional dos ônibus que trafegam em áreas extremamente adensadas, com muita gente, com casas e estabelecimentos por perto, como em lotadíssimos terminais, vias estreitas nos bairros e avenidas congestionadas.

Novamente, não se trata de criar alarmismos, nem classificar os ônibus elétricos como inseguros e muito menos ser contrário à eletrificação da frota do transporte coletivo, mas todo o debate é válido.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

1)            O Corpo de Bombeiros de São Paulo possui um protocolo já definido para combate às chamas em veículos elétricos, ainda mais ônibus, que são grandes e possuem baterias maiores e com mais carga energética?

O Corpo de Bombeiros da PMESP, assim como todos os outros corpos de bombeiros no mundo ainda estuda o processo de incêndio que acontece nas chamadas baterias de lítio. Trata-se de uma tecnologia relativamente nova, na qual ainda são desconhecidos todos os seus comportamentos quando submetidos a altas temperaturas.

As melhores práticas mostram que a melhor maneira de se combater e conter o incêndio em bateiras desse tipo que equipam, principalmente os veículos elétricos, é o resfriamento com água.

2)            O Corpo de Bombeiros de São Paulo possui algum manual de procedimento para eventuais incêndios em veículos elétricos?

Está em fase de criação tanto protocolos de atendimento a este tipo de incêndio assim como manuais para padronização do atendimento destas ocorrências, que tenderão a aumentar com o aumento do número de veículos elétricos circulando.

3)            A SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema de ônibus, e/ou as empresas operadoras das linhas municipais tiveram contato com os Bombeiros para pedir orientações e treinamentos?

Não existe, ainda, protocolos de intenções para padronização e transmissão de conhecimentos mútuos entre o Corpo de Bombeiros ou qualquer outra entidade pública ou privada neste sentido.

4)            O que não pode ser terminantemente usado para tentar controlar fogo e fumaça em ônibus elétricos?

Ainda não existe, no mundo, protocolos que preconizam como deve ser combatido um incêndio ocasionado pela fuga térmica ocasionada por abusos em baterias de lítio. As melhores práticas, até o momento, levam a crer que a maneira mais profícua de se combater esse tipo de incêndio, que pode ser classificado como classes A, B e C, ou seja, um incêndio que tem como características materiais sólidos, materiais gasosos e equipamentos elétricos, deve ser através do resfriamento das células de bateria preferencialmente com aditivos misturados à água tais como agentes umectantes, surfactantes e encapsuladores, que tem se mostrado mais eficaz neste tipo de incêndio. Na falta destes aditivos, recomenda-se o resfriamento com água.

5)            O que pode ou deve ser usado nestas situações?

Em uma situação onde não há equipe treinada e especializada de resposta a emergências no local, deve-se resfriar as baterias com água.

6)            Antes mesmo de ligar 193, naqueles segundos de evacuação de um ônibus ou perímetro, o que um cidadão comum (passageiros, motoristas, cobradores, etc) deve fazer e o que não deve fazer em casos de fumaça e incêndio em coletivos elétricos?

Um dos principais pontos negativos dos veículos elétricos, quando tem suas células de baterias entrando em combustão, é a liberação de vapores extremamente tóxicos para o ser humano, como é o caso do ácido fluorídrico, hidretos, monóxido de carbono e dióxido de carbono, provenientes do produto da combustão da matéria prima existente internamente nas baterias.

Outro ponto a ser levado em consideração é que, quando ocorre a fuga térmica da bateria, ou seja, quando a bateria começa a extravasar os vapores e junto com esses, calor, a célula passa a estar sujeita a explosão, inicia-se a liberação de gases tóxicos, há a projeção de partículas incandescentes e causa um fenômeno chamado de jet-fire ou jato de fogo, que pode atingir qualquer pessoa próxima do veículo.

As temperaturas podem extrapolar os 200 º C.

Portanto, em caso de início de incêndio ou, em se notando vapores advindos da célula da bateria, deve-se evacuar imediatamente o veículo, afastar-se e acionar o Corpo de Bombeiros.

 

Ônibus elétricos vão gerar às viações subsídio até 32% mais alto que ônibus a diesel em São Paulo, define Nunes em publicação no Diário Oficial

Preço deste tipo de ônibus pode ser entre três e cinco vezes maior; Empresas de transporte terão de fornecer à SPTrans cronograma de substituição de modelos a diesel por elétricos

ADAMO BAZANI

Colaborou Alexandre Pelegi

As empresas que operam o transporte coletivo na cidade de São Paulo vão receber da prefeitura uma subvenção entre 21% e 32% maior para cada ônibus elétrico em comparação com os veículos movidos a óleo diesel.

Os valores foram publicados nesta segunda-feira, 04 de dezembro de 2023, no Diário Oficial da Cidade, e são trazidos em primeira mão pelo Diário do Transporte.

A portaria com as regras para a compra destes ônibus e recebimento de valores traz a relação dos preços máximos estimados para os veículos a diesel e elétricos, de acordo com as categorias de modelos.

O preço deste tipo de ônibus pode ser entre três e cinco vezes maior.

No caso de um articulado de 21 metros, enquanto o preço foi estipulado em R$ 1,35 milhão para os modelos a diesel, um elétrico custa R$ 4,1 milhões.

Já quanto ao midi, que é o micrão, a menor categoria disponível no mercado de elétricos, enquanto um a diesel sai por R$ 496 mil, o modelo movido com baterias tem um preço em torno de R$ 2,3 milhões.

As viações terão de fornecer à SPTrans cronograma de substituição de modelos a diesel por elétricos até 31 de agosto de cada ano.

A portaria diz ainda que parcela do ônibus a ser subvencionada não poderá ser superior à diferença entre os preços de referência do ônibus elétrico e do ônibus a diesel.

O documento ainda determina que as empresas terão de negociar com as fabricantes os menores valores.

Como tem mostrado o Diário do Transporte, para bancar a diferença para as empresas entre os ônibus a diesel e os elétricos, a prefeitura de São Paulo reservou R$ 2,5 bilhões no projeto de lei do Orçamento de 2024 está captando R$ 5,75 bilhões em financiamentos de diversas fontes, inclusive internacionais.

FINANCIAMENTOS: R$ 5,75 bilhões em financiamentos sendo

– R$ 2,5 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)

– R$ 2,5 bilhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Banco Mundial

– R$ 250 milhões do BB (Banco do Brasil)

– R$ 500 milhões da CEF (Caixa Econômica Federal)

CONTRAPARTIDA da PREFEITURA

– R$ 165 milhões:

EMPRESAS DE ÔNIBUS COM SUBSÍDIOS MAIORES:

– R$ 2 bilhões, mas as viações vão receber subsídios maiores pelos ônibus elétricos.

Banco da China estuda financiar ônibus elétricos em São Paulo

Instituição pretende liberar US$ 500 milhões que podem contribuir para modelos do País no Brasil. Enquanto a China está de olho no transporte coletivo brasileiro por ônibus, o Governo Federal diz que a indústria brasileira vai receber incentivos. Como mostrou o Diário do Transporte, nesta segunda-feira (22), foi lançado um programa de US$ 300 bilhões até 2026 para a “neoindustrialização” e um dos focos são os ônibus elétricos.

ADAMO BAZANI

O Banco da China (Bank of China Limited; BOC), instituição do Governo Chinês, estuda financiar ônibus elétricos para o sistema de transportes da capital paulista.

O banco trabalha com a possibilidade de liberar US$ 500 milhões para a aquisição destes veículos.

A verba poderia contribuir para a ampliação de modelos daquele país circulando na cidade de São Paulo.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o secretário da Fazenda do município, Luis Felipe Arellano, disse que se trata de uma primeira conversa, mas que o interesse foi demonstrado diretamente pelos diretores do banco público chinês no fórum Brazil China Meeting, que ocorreu entre os dias 10 e 13 de janeiro de 2024.

A liberação de recursos incluiria a seguradora chinesa SinoSure.

Há ao menos duas fabricantes de capital chinês de olho nos planos da cidade de São Paulo para ampliar a frota de ônibus elétricos: a BYD, que está instalada no Brasil e já tem ônibus elétricos em circulação de 2019 na capital paulista e a Higer, que ainda não possui planta brasileira, mas adaptou um modelo para as operações nacionais com produção na China.

Como mostrou o Diário do Transporte, por causa da falta de infraestrutura, a meta para a frota de ônibus na cidade de São Paulo não avança.

O prefeito Ricardo Nunes disse em 18 de setembro de 2023, na entrega de 50 ônibus elétricos da nova geração, que até o fim de 2023, seriam 600 veículos deste tipo na cidade. Só têm 69, estes 50 novos e outros 19 que já estavam rodando há quatro anos.

Mesmo com esta situação de falta de infraestrutura, a prefeitura mantém a meta de 2,6 mil ônibus elétricos até o fim de 2024, ou seja, 20% da frota. Esta meta já foi de 40%.

Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte) e ENEL, não foi feita nenhuma obra nas garagens e na rede elétrica para dar conta do carregamento simultâneo das baterias. Um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Público) mostra que, mesmo na madrugada, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias de uma só vez, vai cair a energia nos bairros e faltar luz na cada das pessoas.

BRASIL X CHINA:

Enquanto a China está de olho no transporte coletivo brasileiro por ônibus, o Governo Federal diz que a indústria brasileira vai receber incentivos. Como mostrou o Diário do Transporte, nesta segunda-feira, 22 de janeiro de 2023, foi lançado um programa de US$ 300 bilhões até 2026 para a “neoindustrialização” e um dos focos são os ônibus elétricos.

Segundo nota do Governo Federal, recebida pelo Diário do Transporte, a política propõe ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Hoje, a participação nacional representa 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo.

O Governo Federal diz que o foco será em eletromobilidade, na cadeia produtiva da bateria e na indústria metroferroviária, além do investimento em construção civil digital e de baixo carbono.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2024/01/22/governo-federal-lanca-programa-de-r-300-bilhoes-para-neoindustrializacao-ate-2026-que-contempla-onibus-eletricos/

Cidade de São Paulo recebe mais 15 ônibus elétricos da nova geração e passa a ter 84 veículos deste tipo na frota

Coletivos têm tecnologia Eletra; São sete unidades para a empresa Ambiental e oito para a Campo Belo, mas meta de Nunes ainda está longe de ser alcançada

ADAMO BAZANI

A cidade de São Paulo recebeu mais 15 ônibus elétricos da nova geração movidos por baterias.

Com isso, o total de veículos deste tipo na frota da cidade passa de 69 para 84, sendo que 75 são da nova geração e outros 19 operam desde 2019.

Os novos coletivos possuem tecnologia Eletra, carroceria Caio e chassis Scania. Os motores e baterias são da WEG, todas indústrias instaladas no Brasil.

São sete unidades para a empresa Ambiental Transportes, com base na zona Leste, e oito para a Viação Campo Belo, que atua na zona Sul.

Cada ônibus tem 15 metros de comprimento e capacidade para 94 passageiros com mais uma cadeira de rodas.

A autonomia das baterias é entre 200 km e 250 km. As unidades possuem ar-condicionado, wi-fi e USB para carregar celulares.

O total de 84 ônibus está ainda bem longe da meta anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes

Não se concretizou o anúncio de 600 ônibus elétricos circulando até o fim de 2023, feito em 18 de novembro de 2023, pelo prefeito Ricardo Nunes durante a entrega das únicas 50 unidades da nova geração em operação na cidade até agora, que tem apenas no total 69 coletivos movidos por baterias: 19 já estavam em circulação desde 2019.

A própria SPTrans (São Paulo Transporte) e a ENEL (distribuidora de energia elétrica) admitiram: nenhuma obra foi feita até o momento nas garagens e imediações para comportar a necessidade de carregamento das baterias destes veículos.

A situação é tão grave que um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá conta.

Em nota, a Eletra informa a linha de produtos que disponibiliza para o mercado.

  • 10m – Midi (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG).
  • 12,1m – Básico (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG);
  • 12,5m (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG);
  • 12,8m – Padron (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG);
  • 15m (chassi Scania, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG);
  • 21,5m – Articulado (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG).
  • e-Trol, um trólebus e ônibus a bateria no mesmo veículo, de 21,5 m, destinado a operações em vias segregadas e BRT (Bus Rapid Transit).

Toda a Linha Eletra é produzida numa área industrial de 27 mil m² na Via Anchieta, São Bernardo do Campo, coração industrial da Grande São Paulo. A nova fábrica entrou em operação em maio de 2022 e tem capacidade de produzir 150 ônibus elétricos/mês, ou até 1.800/ano, podendo aumentar essa produção em 50%, dependendo da demanda. A ampliação das instalações faz parte de um plano de investimentos cujo objetivo é posicionar a empresa como a principal indústria nacional de veículos elétricos pesados. – diz a companhia.

Itaú, Santander e Banco do Brasil se oferecem em chamamento de R$ 250 milhões para financiar ônibus elétricos na cidade de São Paulo

Secretaria de Finanças analisa as propostas; Prefeitura tem obtido recursos, mas o que falta é infraestrutura para frota que ainda está bem longe da meta de Nunes

ADAMO BAZANI

Três bancos apresentaram propostas em um chamamento público aberto pela prefeitura de São Paulo para obter um financiamento de R$ 250 milhões para implantar ônibus elétricos na cidade.

De acordo com nota da gestão municipal ao Diário do Transporte nesta quinta-feira, 1º de fevereiro de 2024, a Secretaria Municipal da Fazenda torna pública a proposta vencedora nesta sexta-feira (02).

Após a seleção, é necessária a anuência de órgãos de abrangência federal, como a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN), além da garantida dada pela União.

Finalizada a seleção da proposta mais vantajosa ao município, as próximas etapas principais serão a finalização da minuta contratual; solicitação de aprovação, a ser concedida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) da contratação, por meio de “Pedido de Verificação de Limites”; aprovação, pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN), da garantia da União para a operação e assinatura do contrato de empréstimo e dos contratos de garantia e contragarantia.

Levando em conta que cada ônibus elétrico custa, em média, R$ 3 milhões, o valor de R$ 250 milhões é suficiente para 83 veículos deste tipo.

Enquanto isso, a eletrificação da frota de ônibus em São Paulo não avança como o anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes e o motivo não é a falta de dinheiro.

Há R$ 5,75 bilhões em financiamentos previstos entre instituições públicas e privadas.

Mas não há infraestrutura para os ônibus elétricos.

O total de ônibus com baterias subiu na última semana de 69 para 84, bem longe da meta de 2,6 mil prevista para o fim de 2024.

O anúncio de 600 coletivos feito pelo prefeito Ricardo Nunes para o final de 2023 não se cumpriu.

O acordo entre viações e ENEL-X não foi para a frente como o prevista também.

A SPTrans (São Paulo Transportes) e a ENEL admitiram que nenhuma obra foi feita nas garagens e na rede elétrica para aumentar a potência necessária para os ônibus elétricos.

E a situação é preocupante: um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá conta.

Prefeitura de São Paulo seleciona proposta do Banco do Brasil entre três bancos que participaram de chamamento de R$ 250 milhões para financiar ônibus elétricos

Também se apresentaram Itaú e Santander; Valor é suficiente para 80 ônibus; Atualmente, há 84 ônibus com bateria no sistema, bem longe da meta de 2,6 mil para o fim deste ano e, por falta de infraestrutura, anúncio de 600 unidades até o fim de 2023 não se cumpriu

ALEXANDRE PELEGI/ADAMO BAZANI

A prefeitura de São Paulo divulgou em Diário Oficial nesta sexta-feira, 02 de fevereiro de 2024, o resultado do chamamento público para bancos oferecerem um financiamento de R$ 250 milhões para frota de ônibus elétricos na cidade.

Foi considerada mais vantajosa pela Secretaria da Fazenda, a proposta do Banco do Brasil, com juros de 12,5% ao ano. O Banco do Brasil já participa de outro financiamento de R$ 250 milhões para ônibus elétricos em São Paulo.

Também apresentaram propostas neste chamamento o Itaú, que ficou em segundo lugar com oferta de juros de 12,6%, e o Banco Santander, que foi desclassificado por não atender um dos itens do edital.

Após a seleção, é necessária a anuência de órgãos de abrangência federal, como a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN), além da garantida dada pela União. Todo este processo deve ser resolvido no decorrer do primeiro semestre.

Levando em conta que cada ônibus elétrico custa, em média, R$ 3 milhões, o valor de R$ 250 milhões é suficiente para 83 veículos deste tipo.

Enquanto isso, a eletrificação da frota de ônibus em São Paulo não avança como o anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes e o motivo não é a falta de dinheiro.

Há R$ 5,75 bilhões em financiamentos previstos entre instituições públicas e privadas.

Mas não há infraestrutura para os ônibus elétricos.

O total de ônibus com baterias subiu na última semana de 69 para 84, bem longe da meta de 2,6 mil prevista para o fim de 2024.

O anúncio de 600 coletivos feito pelo prefeito Ricardo Nunes para o final de 2023 não se cumpriu.

O acordo entre viações e ENEL-X não foi para a frente como o previsto também.

A SPTrans (São Paulo Transportes) e a ENEL admitiram que nenhuma obra foi feita nas garagens e na rede elétrica para aumentar a potência necessária para os ônibus elétricos.

E a situação é preocupante: um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá conta.

Veja a ordem das previsões de ônibus elétricos para a cidade de São Paulo 

– Em 2021, a estimativa da prefeitura era de que 1,6 mil ônibus elétricos seriam colocados na cidade até o fim de 2023 e mais mil até o término de 2024, totalizando 2,6 mil unidades.

– Em 24 de agosto de 2023, Nunes havia falado num evento de revendedoras de veículos em São Paulo, que neste ano seriam 800 ônibus elétricos circulando.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/08/24/video-faltando-apenas-tres-meses-para-fim-do-ano-nunes-diz-que-sao-paulo-tera-800-onibus-eletricos-rodando-na-cidade-ainda-em2023/

– Em 24 de agosto de 2023, Nunes afirmou em entrevista coletiva numa agenda pública disse que previa a implantação de “pelo menos uns 650 ônibus” elétricos em operação na cidade de São Paulo até o fim do ano

https://diariodotransporte.com.br/2023/08/24/audio-nunes-baixa-previsao-para-650-onibus-eletricos-neste-ano-em-sao-paulo-e-diz-que-50-unidades-serao-apresentadas-em-setembro/

– Em 18 de setembro de 2023, em frente ao estádio do Pacaembu, durante apresentação dos primeiros 50 ônibus elétricos da nova geração, o prefeito Ricardo Nunes havia reafirmado que a cidade teria entre 600 e 650 ônibus à eletricidade movidos por baterias até o fim de dezembro de 2023.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/27/entrevista-nao-existe-protocolo-para-combater-incendio-em-onibus-eletricos-e-bombeiros-de-sp-se-preocupam-com-aumento-de-frota/

OUÇA: Nunes estuda processar ENEL na Justiça por demora e por valor de R$ 1,6 bilhão para adaptar as garagens para ônibus elétricos

Segundo prefeitura, meta de eletrificação de frota não avança por causa da infraestrutura

ADAMO BAZANI

Colaboraram Guilherme Strabelli e Vinícius de Oliveira

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse na manhã desta quarta-feira, 06 de março de 2024, que estuda processar a ENEL por causa do valor de R$ 1,6 bilhão apresentado para preparar a rede de distribuição e as garagens de ônibus para receber os coletivos movidos à eletricidade. A demora para deslanchar o processo também deve estar na ação judicial.

Segundo o prefeito, o valor inicialmente orçado pela ENEL era de R$ 600 milhões e que a empresa lucrará com os ônibus elétricos porque vai vender energia para esta frota.

“A ENEL tem sido uma das piores empresas que eu já vi em toda minha vida. Que o nível de irresponsabilidade com a cidade é enorme. A gente viu todos os episódios com a falta de energia. A gente já tinha problema com eles antes. Em mais um episódio, a ENEL atrapalha a cidade de São Paulo.[…] A gente tinha uma previsão de um valor de R$ 600 milhões para poder fazer a infraestrutura nas garagens, para poder recepcionar os ônibus elétricos […] e a ENEL vem agora com uma surpresa de R$ 1,6 bilhão. Estou discutindo com a minha procuradora-geral para ver se a gente faz uma ação judicial, porque eles têm que colocar a infraestrutura porque eles serão remunerados pelo fornecimento da energia. Eles ganham pela distribuição. É uma empresa que só quer ganhar, e o ruim disso é que a cidade não pode perder– disse.

Não há infraestrutura para os ônibus elétricos na cidade de São Paulo.

O total de ônibus com baterias é de 84, bem longe da meta de 2,6 mil prevista para o fim de 2024.

O anúncio de 600 coletivos feito pelo prefeito Ricardo Nunes para o final de 2023 não se cumpriu.

O acordo entre viações e ENEL-X não foi para a frente como o previsto também.

A SPTrans (São Paulo Transportes) e a ENEL já havia admitido ao Diário do Transporte que nenhuma obra foi feita nas garagens e na rede elétrica para aumentar a potência necessária para os ônibus elétricos.

E a situação é preocupante: um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá conta.

Veja a ordem das previsões de ônibus elétricos para a cidade de São Paulo 

– Em 2021, a estimativa da prefeitura era de que 1,6 mil ônibus elétricos seriam colocados na cidade até o fim de 2023 e mais mil até o término de 2024, totalizando 2,6 mil unidades.

– Em 24 de agosto de 2023, Nunes havia falado num evento de revendedoras de veículos em São Paulo, que neste ano seriam 800 ônibus elétricos circulando.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/08/24/video-faltando-apenas-tres-meses-para-fim-do-ano-nunes-diz-que-sao-paulo-tera-800-onibus-eletricos-rodando-na-cidade-ainda-em2023/

– Em 24 de agosto de 2023, Nunes afirmou em entrevista coletiva numa agenda pública disse que previa a implantação de “pelo menos uns 650 ônibus” elétricos em operação na cidade de São Paulo até o fim do ano

https://diariodotransporte.com.br/2023/08/24/audio-nunes-baixa-previsao-para-650-onibus-eletricos-neste-ano-em-sao-paulo-e-diz-que-50-unidades-serao-apresentadas-em-setembro/

– Em 18 de setembro de 2023, em frente ao estádio do Pacaembu, durante apresentação dos primeiros 50 ônibus elétricos da nova geração, o prefeito Ricardo Nunes havia reafirmado que a cidade teria entre 600 e 650 ônibus à eletricidade movidos por baterias até o fim de dezembro de 2023.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2023/11/27/entrevista-nao-existe-protocolo-para-combater-incendio-em-onibus-eletricos-e-bombeiros-de-sp-se-preocupam-com-aumento-de-frota/

Ônibus Elétricos em SP: ENEL diz que valor de R$ 1,6 bilhão mencionado por Ricardo Nunes não está correto e que dialoga com empresas de transportes

Prefeito ameaça processar a distribuidora por atraso na implantação de infraestrutura e disse que valor inicial orçado foi de R$ 600 milhões pela ENEL

ADAMO BAZANI

Os desencontros de informações e ações sobre a eletrificação da frota de ônibus em São Paulo ganham mais um capítulo nesta sexta-feira, 08 de março de 2024.

De forma oficial, a ENEL contestou frontalmente uma declaração do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que disse que a distribuidora apresentou orçamento de R$ 1,6 bilhão para implantar a infraestrutura necessária para o carregamento das baterias e operação destes veículos.

Segundo a empresa, o valor de R$ 1,6 bilhão não é absoluto e nem se refere a um orçamento final para implantação das condições para estes ônibus, mas é uma soma de todas as alternativas que ainda estão sendo escolhidas pelas empresas de transportes.

“Cabe destacar que o valor mencionado de R$ 1,6 bilhão não está correto, pois soma os valores de todas as alternativas até aqui analisadas e não apenas aquelas efetivamente escolhidas pelo Operadores de ônibus (o que ainda está pendente de definição)”. – diz trecho da resposta da ENEL ao Diário do Transporte

A empresa fez questão de grifar esta parte na reposta que ainda explica que o processo de eletrificação de frotas de ônibus requer a criação de dois tipos de infraestrutura: nas garagens e fora das garagens na rede de distribuição.

Como mostrou o Diário do Transporte, nesta quarta-feira, 06 de março de 2024, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que estuda processar a ENEL por causa do valor de R$ 1,6 bilhão apresentado para preparar a rede de distribuição e as garagens de ônibus para receber os coletivos movidos à eletricidade. A demora para deslanchar o processo também deve estar na ação judicial.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2024/03/07/entrevista-nunes-estuda-processar-enel-na-justica-por-projeto-de-onibus-eletricos-que-nao-avanca-em-sao-paulo-valor-para-infraestrutura-subiu-de-r-600-milhoes-para-r-16-bilhao/

Não há infraestrutura para os ônibus elétricos na cidade de São Paulo.

O total de ônibus com baterias é de 84, bem longe da meta de 2,6 mil prevista para o fim de 2024.

Na nota, ainda enviada ao Diário do Transporte, a ENEL diz que dialoga com as empresas de ônibus para que escolham a infraestrutura.

Veja na íntegra:

O processo de eletrificação de frotas de ônibus requer a criação de dois tipos de infraestrutura:

  • A primeira refere-se aos carregadores elétricos e os acessórios (subestações, quadros elétricos, cabeamento, dispositivos de comando, proteção e controle, etc) que precisam ser instalados nas garagens de cada um dos Operadores / Concessionários. A quantidade de carregadores (e respectivas instalações acessórias) pode variar em função do número de ônibus elétricos que serão incorporados a cada garagem específica. A ENEL X é um dos provedores desse tipo de tecnologia, com larga expertise mundial (Chile, Colômbia, Itália, etc), e está negociando bilateralmente com alguns dos Operadores de Ônibus de São Paulo, provendo-lhes informações técnicas e orçamentos, necessários à sua melhor escolha. Os valores associados ao orçamento de cada garagem dependem do tipo de solução desejada por cada Operador, assim como da quantidade de carregadores (e instalações acessórias) necessários. Sempre importante destacar que esse tipo de solução pode ser disponibilizada por vários outros fornecedores existentes no mercado, além da Enel X. Ou seja, eventualmente fechar um pacote de infraestrutura interna às garagens depende do interesse mútuo entre as partes (Operadores de Ônibus e Enel X).

 

  • O segundo tipo de infraestrutura refere-se à rede elétrica externa às garagens (em média ou alta tensão), que pertencem à Distribuidora de energia (no município de São Paulo, a Enel Distribuição) e que precisam ser analisadas (circuito a circuito), para atenderem à nova carga demandada pela instalação de carregadores elétricos nas garagens, verificando sua viabilidade e propondo eventuais adequações necessárias (estudo de viabilidade técnica).Também nesse caso há vários tipos de soluções que podem ser implementadas (média ou alta tensão, garagens isoladas ou agrupadas, etc) e as soluções finais dependem da escolha dos Operadores de Ônibus (com anuência do Município / SPtrans), levando-se em consideração aspectos técnicos, econômicos, logísticos e conceituais.

 

Desde 2023, a Enel Distribuição São Paulo vem trabalhando junto com os Operadores de ônibus, analisando cada uma das possíveis soluções de rede em função das suas necessidades específicas, seja para a conexão elétrica individual de cada uma das garagens ou mesmo para possíveis hubs compartilhados de carregamento (alternativa que os Operadores têm demandado mais recentemente e que pode otimizar a logística de abastecimento da frota elétrica). Todo esse trabalho vem sendo acompanhado de perto pela SPTrans, que tem inclusive participado das reuniões quinzenais entre a Enel Distribuição e os Operadores. Dezenas de alternativas foram analisadas pela Enel Distribuição a pedido dos Operadores para que escolham o tipo de solução de rede pretendem adotar, visando a posterior assinatura dos contratos, elaboração dos projetos executivos e a implantação da solução.

 

Assim, o valor total de um projeto de infraestrutura da rede elétrica externa às garagens para viabilizar o transporte público elétrico (ônibus) varia de acordo com o tipo de solução a ser escolhida pelo Operador de ônibus (com anuência da SPTrans), podendo ser desenvolvida em média ou alta tensão, de forma individualizada (para cada garagem) ou por hubs de abastecimento (solução em alta tensão que parece ser mais atrativa sob os aspectos técnico, econômico e logístico). Para cada garagem / Operador foram apresentados diversos tipos de soluções (tanto soluções de rede elétrica externa, provida pela Enel Distribuidora, quanto soluções para os carregadores e acessórios internos às garagens, pela Enel X).

Cabe destacar que o valor mencionado de R$ 1,6 bilhão não está correto, pois soma os valores de todas as alternativas até aqui analisadas e não apenas aquelas efetivamente escolhidas pelo Operadores de ônibus (o que ainda está pendente de definição).

 Tanto a Enel X quanto a Enel Distribuição têm trabalhado de forma próxima e colaborativa com os Operadores de Ônibus e SPtrans /município, analisando todas as alternativas demandadas por eles, para que possam fazer a melhor escolha sob todos os aspectos (técnico, econômico, logístico, etc). Toda a negociação se dá de forma direta e bilateral entre os Operadores e a Enel X (carregadores e acessórios) ou a Enel Distribuição São Paulo (rede elétrica externa às garagens) e tão logo os Operadores e a SPTrans definam a solução a ser adotada, a Enel seguirá à disposição para formalizar os futuros contratos e dar sequência à implantação das soluções escolhidas.

Mais uma vez, a escolha final é sempre dos Operadores / Concessionários de Ônibus, de acordo com as regras estabelecidas pelo município / SPTrans, sendo que que no mercado existem outras empresas provedoras de soluções de mobilidade (carregadores e acessórios), além da ENEL X. O cronograma de implantação também dependerá da solução escolhida pelos Operadores e será definido por ocasião da assinatura do contrato entre as partes. Há soluções de curtíssimo prazo e soluções de médio prazo, todas devidamente compatibilizadas com o avanço do aumento da frota elétrica que o município e os Operadores de ônibus queiram implantar.

Com 33 novos ônibus elétricos em São Paulo, frota sobe de 3,2% para 4,5% da meta de Ricardo Nunes – 22 DE MARÇO DE 2024

Não há infraestrutura nas garagens e redes de distribuição, São agora apenas 117 ônibus com bateria; Promessa era de 600 até o fim de 2023 e 2,6 mil até o fim de 2024

ADAMO BAZANI

Após muitas promessas, altos valores envolvidos e desentendimentos entre prefeitura de São Paulo, ENEL e empresas de ônibus, a quantidade de coletivos elétricos movidos com baterias subiu de 84 para 117 na capital paulista, ou seja, com estes 33 ônibus a mais, a frota atual passou de 3,2% para apenas 4,5% da meta do prefeito Ricardo Nunes de 2,6 mil veículos deste tipo rodando na cidade até o fim de 2024. O anúncio de 600 ônibus até o fim de 2023 não se cumpriu.

Aliás, na novela da eletrificação da cidade de São Paulo, houve até desmentidos mútuos entre o prefeito e a ENEL. Nunes disse que a ENEL subiu de R$ 600 milhões para R$ 1,6 bilhão o orçamento para a infraestrutura e a distribuidora disse que a declaração estava errada e que R$ 1,6 bilhão é a soma de todos as possibilidades de soluções tecnológicas, mas que nem todas serão adoradas porque as empresas de ônibus vão escolher algumas opções somente.

A informação do crescimento da frota foi confirmada pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, ao Diário do Transporte na manhã desta sexta-feira, 22 de março de 2024.

O número quase insignificante em relação às promessas da gestão Ricardo Nunes reflete bem os desencontros do processo de eletrificação da frota de ônibus na cidade de São Paulo cujo principal problema é a falta de infraestrutura nas garagens e redes de distribuição para carregar as baterias destes veículos.

Em nota, a SPTrans coloca na conta da eletrificação os trólebus, mas este tipo de transporte existe na cidade desde 1949 e o prefeito Ricardo Nunes já declarou várias vezes que não pretende manter o sistema mais, descontinuando os investimentos até o fim.

A SPTrans segue trabalhando junto a todos os envolvidos na implantação da infraestrutura para a eletrificação da frota de ônibus da cidade. A meta é substituir 20% da frota de ônibus da cidade por modelos movidos a energia limpa, até o fim de 2024. Atualmente, 318 veículos elétricos já estão circulando, dos quais 117 são movidos à bateria e 201 trólebus. A frota operacional do município é de 11.950 ônibus. O processo de eletrificação da frota foi iniciado em 2019, com os primeiros 19 ônibus movidos a bateria e, desde setembro do ano passado, estão sendo incluídos novos veículos. – diz a nota da gerenciadora.

A cidade de São Paulo desde 17 de outubro de 2022 proibiu as compras de ônibus a diesel.

A frota de ônibus na capital paulista está envelhecendo porque não é possível mais trazer coletivos a diesel, mas ao mesmo tempo, não há infraestrutura para a distribuição de energia e recarga de baterias para os ônibus elétricos, que estão sendo comprados, mas não podem rodar.

Em 18 de outubro de 2023, o prefeito Ricardo Nunes anunciou durante a entrega de 50 ônibus elétricos da nova geração, que até 31 de dezembro daquele ano, seriam 600 veículos deste tipo em circulação na cidade.

Financiamento até tem. São R$ 5,75 bilhões em empréstimos assumidos pela prefeitura de São Paulo junto a instituições financeiras nacionais e de fora do País.

Entretanto, não houve ainda acordo entre a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema municipal, as empresas operadoras da cidade e a ENEL, distribuidora de energia.

São necessárias duas frentes: a infraestrutura de recarga de baterias dentro das garagens e a rede de distribuição nos bairros onde ficam as empresas de ônibus.

Estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontam que em bairros com redes de baixa tensão (que são a maioria na cidade de São Paulo), se 50 ônibus carregarem as baterias ao mesmo, ainda que na madrugada, vai cair a energia das casas das pessoas, comércios e hospitais.

Os bairros das garagens devem ter subestações iguais das estações de trem e metrô e a rede deve ser de média ou alta tensão.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 

 

Comentários

Comentários

  1. Rodrigo Zika disse:

    Enquanto isso a ZL nada de ônibus, Metrópole Paulista só enrolando porque não deve ter estrutura na garagem.

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