Nunes libera mais R$ 412 milhões em subsídio ao transporte coletivo da capital paulista

Com este repasse o sistema de ônibus municipais recebeu R$ 730 milhões em 40 dias, sem contar com R$ 160,4 milhões repassados pela União para custear parte dos gastos com a gratuidade de idosos

ALEXANDRE PELEGI

O prefeito Ricardo Nunes aportou mais R$ 412 milhões em subsídios para os passageiros do sistema de ônibus da capital paulista.

Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 31 de agosto deste ano o prefeito já havia liberado o montante de R$ 317 milhões.

Com o Crédito Adicional Suplementar definido pelo decreto nº 61.871, publicado na edição do Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, 06 de outubro, os valores recebidos pelo sistema de ônibus para equilibrar a política tarifária somam assim R$ 730 milhões em apenas 40 dias.

A cobertura do crédito será feita com recursos provenientes superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, diz o decreto.


Clique aqui para entender o papel dos subsídios para o transporte coletivo.

Como mostrou o Diário do Transporte no dia 30 de junho deste ano, um dia depois de mais uma greve de motoristas e cobradores de ônibus o prefeito Ricardo Nunes garantiu que não autorizaria aumento da tarifa das linhas municipais neste ano. Nunes ressaltou, no entanto, que os subsídios às operações das empresas de ônibus podem ultrapassar R$ 4 bilhões.

Segundo o prefeito, este valor já contabiliza o reajuste nos salários e no vales-refeições de 12,47% dos motoristas e cobradores, uma das causas das paralisações.

Em 2020 e em 2021, os subsídios ficaram em torno de R$ 3,3 bilhões por ano.

Nunes disse que os R$ 4 bilhões são uma estimativa e que o valor até o fim de 2022 depende de fatores como se a quantidade de passageiros vai subir ou não, se vão ter novos aumentos do óleo diesel e a definição de outras cláusulas trabalhistas, entre outros fatores.

O primeiro subsídio liberado nesta quarta-feira (31) já é um sinal de que a estimativa do prefeito poderá ser alcançada.

Nos últimos dez anos, confirmando a estimativa de R$ 4 bilhões para 2022, os subsídios podem acumular elevação de 183,7% enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial, foi de pouco mais de 77%

Veja a evolução

– 2012: R$ 1,41 bilhão

– 2013: R$ 1,64 bilhão

– 2014: R$ 2,15 bilhões

– 2015: R$ 2,13 bilhões

– 2016: R$ 2,62 bilhões

– 2017: R$ 2,92 bilhões

– 2018: R$ 3,3 bilhões

–  2019: R$ 3,3 bilhões

–  2020: R$ 3,3 bilhões

–  2021: R$ 3,3 bilhões

–  2022: R$ 4 bilhões (estimativa)

GRATUIDADE DOS IDOSOS

Com a liberação dos R$ 2,5 bilhões para suportar parte dos gastos de estados em municípios com a gratuidade no transporte público de idosos com idade acima de 65 anos, a capital receberá R$ 160,4 milhões, amenizando parte da pressão sobre os custos da operação.

A prefeitura de São Paulo informou ao Diário do Transporte que por dia em torno de 230 mil pessoas com 65 anos ou mais usam os ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte).

Em 09 de dezembro de 2021, ainda quando o auxílio federal era uma promessa, o prefeito Ricardo Nunes disse que anualmente, as gratuidades para os idosos custam por ano entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões.

Mesmo assim, o prefeito informou já ter inserido no orçamento para 2023, os recursos necessários para cobrir a gratuidade de idosos entre 60 e 64 anos que estejam inseridos no cadastro de pessoas de baixa renda.

Com isso, a gratuidade nos ônibus do transporte coletivo estará de volta na capital paulista em 1º de janeiro de 2023.

A medida foi confirmada no dia 26 de setembro de 2022, pelo prefeito Ricardo Nunes, em entrevista à rádio CBN.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

 

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