Por decisão da Justiça, Metrô retira multa de R$ 88 milhões de consórcio acusado de atrasar monotrilho da linha 17

Obra de monotrilho da linha 17.

Empresas como Andrade Guitierrez, CR Almeida e MPE Montagens voltam a poder firmar contratos públicos

ADAMO BAZANI

Os monotrilhos de São Paulo avançam, mas somente nos tribunais.

Enquanto a linha 17-Ouro está com as obras paradas e a linha 15-Prata inoperante desde 29 de fevereiro de 2020 por causa do estouro do pneu de um trem, os processos judiciais sobre este meio de transporte de média capacidade se acumulam.

Nesta quinta-feira, 07 de maio de 2020, a Companhia do Metrô de São Paulo publicou que, por decisão judicial, retirou as sanções aplicadas ao CMI – Consórcio Monotrilho Integração pelos atrasos na construção da linha 17-Ouro, prevista para a partir de 2014 ligar a região do Jabaquara às proximidades do Morumbi, passando pelo Aeroporto de Congonhas.

O CMI – Consórcio Monotrilho Integração é formado pela Andrade Gutierrez Engenharia S.A., CR Almeida S.A. – Engenharia de Obras e MPE – Montagens e Projetos Especiais S.A., empresas já conhecidas em outros contratos públicos e também em processos.

De acordo com a Companhia do Metrô, foi retirada a multa e a penalidade de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com o poder público por dois anos.

A multa aplicada foi de R$ 88 milhões – R$ 88.018.359,37 (oitenta e oito milhões, dezoito mil, trezentos e cinquenta e nove reais e trinta e sete centavos).

No momento da aplicação da multa e da penalidade de suspensão de contratação pública, o Metrô alegou descumprimento de cronograma de construção da linha de monotrilho por parte do consórcio.

A justiça havia negado inicialmente a tutela de urgência ao consórcio.

O CMI alegou que amistosamente já tentava rescindir a contratação desde 2015.

Não obstante esta realidade, que deve ser tida como premissa para o julgamento da presente ação, e especialmente diante do indeferimento da liminar pleiteada na ação 1050088-41.2015.8.26.0053 e posterior suspensão da liminar deferida na ação 1025828-89.2018.8.26.0053, o réu passou a instaurar sucessivos processos administrativos em face do Consórcio para lhe imputar, ao final, acusações de descumprimento de obrigações contratuais. Assim, em que pese o fato de que desde o ano de 2015 as autoras buscaram a rescisão da avença, seja administrativamente e de forma amigável, seja judicialmente através da propositura de ambas as ações supra indicadas, o METRÔ, ora requerido, em 21 de março de 2019, por meio da missiva CT GEO 152 (doc. 07 – fl. 298 do processo administrativo), informou as autoras da instauração de procedimento administrativo de rescisão contratual (doc. 07), através do qual imputa ao CONSÓRCIO CMI suposta inexecução contratual parcial relativa às obrigações contraídas no âmbito do Contrato nº 4220921301 e, nessa esteira, sustenta a aplicação das seguintes sanções: (i) Aplicação de multa no montante de R$ 88.018.359,37 (oitenta e oito milhões, dezoito mil, trezentos e cinquenta e nove reais e trinta e sete centavos); (ii) Proibição de contratação com a Administração Pública Estadual pelo prazo de 02 (dois) anos e (iii) Rescisão unilateral do Contrato nº 4220921301, por responsabilidade da Contratada. Anexaram com a inicial, os documentos de fls. 72/3466.

O Metrô pode recorrer.

MONOTRILHO NOS TRIBUNAIS:

Os monotrilhos andam rápido, por enquanto, somente nos tribunais.

Este modelo de transporte com capacidade e velocidade menores que de um metrô e um trem suburbano, além de não ser consenso entre especialistas em mobilidade urbana para a realidade das linhas para as quais foram propostas em São Paulo, tem causado um desgaste jurídico.

Entre os processos e decisões, estão:

– Linha 17-Ouro (monotrilho)/Obras: Em 20 de novembro de 2019, o desembargador José Orestes de Souza Nery, por meio de uma liminar, impediu o reinício das obras da Linha 17-Ouro de monotrilho, em São Paulo.

A construtora Coesa Engenharia entrou com um mandado de segurança na Justiça para tentar impedir a Constran, vencedora da licitação para execução das obras da Linha 17-Ouro, assinasse o contrato com o Metrô de São Paulo.

A juíza Alexandra Fuchs de Araujo, da 6ª Vara de Fazenda Pública, concedeu a liminar, acatando os argumentos da empresa. Desta forma, o processo de licitação foi impedido de seguir adiante.

O Metrô buscou suspender a liminar, sob alegação de prejuízo à economia pública. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, não acolheu os argumentos da companhia, mantendo a decisão de primeira instância, e manteve a licitação sem efeito até o julgamento da ação.

– Linha 17-Ouro (monotrilho)/Fornecimento de Trens e Equipamentos: A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) anunciou em suas redes sociais no dia 30 de abril de 2020, a compra de 14 trens para o monotrilho da Linha 17-Ouro. O contrato foi assinado com a empresa chinesa BYD após imbróglio judicial. O juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara da Fazenda Pública do TJSP – Tribunal de Justiça de São Paulo, negou pedido de liminar do Consórcio Signalling que tentou suspender a licitação para fornecimento de trens, portas de plataforma, sistemas de sinalização e equipamentos para o monotrilho da linha 17-Ouro. O consórcio da empresa chinesa BYD (BYD do Brasil Ltda; BYD Auto Industry Company Limited e BYD Signal & Communication Company Limited) foi habilitado pela Companhia do Metrô de São Paulo.

O Consórcio Signalling alegou que ofereceu o menor preço e, na ação, alegou que houve direcionamento para favorecer a empresa de origem chinesa.

Entretanto, o magistrado não entendeu haver indícios que justifiquem a concessão da liminar.

O juiz rebateu os principais pontos argumentados pelo Consórcio Signalling, formado por duas empresas nacionais – TTrans e Bom Sinal, de Sidnei Piva, mesmo dono da Viação Itapemirim/Kaissara – e uma empresa suíça, a Molinari.

– Linha 17-Ouro (monotrilho)/Rescisão de Contrato: Em 07 de maio de 2020, a Companhia do Metrô de São Paulo publicou que, por decisão judicial, retirou as sanções aplicadas ao CMI – Consórcio Monotrilho Integração pelos atrasos na construção da linha 17-Ouro, prevista para a partir de 2014 ligar a região do Jabaquara às proximidades do Morumbi, passando pelo Aeroporto de Congonhas.

O CMI – Consórcio Monotrilho Integração é formado pela Andrade Gutierrez Engenharia S.A., CR Almeida S.A. – Engenharia de Obras e MPE – Montagens e Projetos Especiais S.A., empresas já conhecidas em outros contratos públicos e também processos.

De acordo com a Companhia do Metrô, foi retirada a multa e a penalidade de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com o poder público por dois anos.

A multa aplicada por não cumprimento foi de R$ 88 milhões – R$ 88.018.359,37 (oitenta e oito milhões, dezoito mil, trezentos e cinquenta e nove reais e trinta e sete centavos).

– Linha 15-Prata (estouro de pneu do trem): Em abril de 2020, a juíza Paula Cometti, do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou pedido de tutela antecipada feito pelo Metrô sobre a formulação de um plano de ação do Consórcio CEML, formado pelas construtoras OAS e Queiroz Galvão e pela fabricante de trens e equipamentos, Bombardier para o restabelecimento da operação do sistema de monotrilho da zona Leste. A linha parou de  funcionar desde 29 de fevereiro de 2020. Um jogo de pneus da composição M20 estourou no dia 27 de fevereiro de 2020, uma quinta-feira, na estação Jardim Planalto, zona Leste, às 6h40 aproximadamente.  A parte de uma peça interna da roda, chamada runflat, foi lançada na direção de uma loja na Avenida Sapopemba, como revelou o Diário do Transporte. Ninguém foi atingido pelo equipamento de grandes dimensões que caiu de 15 metros de altura. A estimativa foi de prejuízos diários de R$ 1 milhão, entre perda de receita e custo com os ônibus da operação PAESE.

HISTÓRICO – LINHA 17:

O Metrô descredenciou ainda no primeiro semestre de 2019, o Consórcio Monotrilho Integração, formado pelas empresas CR Almeida, Andrade Gutierrez, Scomi (que desistiu da obra) e MPE, por atrasos e descumprimento de cronogramas. O Consórcio Monotrilho Integração era responsável pelas obras civis e pelo fornecimento dos trens leves com pneus, equipamentos, portas de plataforma e sinalização.

A Companhia do Metrô decidiu então fazer duas licitações: uma para as obras e outra para o fornecimento de trens e equipamentos.

Em 11 de setembro de 2019, o Metrô informou que selecionou a Constran Internacional Construções S.A. para concluir as obras de estações do monotrilho da linha 17 – Ouro, previsto para servir uma parte da zona Sul da cidade de São Paulo.

O contrato envolve as obras civis remanescentes, acabamento, paisagismo, comunicação visual, instalações hidráulicas, implantação de ciclovia, recapeamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho e fabricação e lançamento das vigas que vão sustentar os trens leves que circulam com pneus.

As estações contempladas são: Congonhas, Brooklin Paulista, Jardim Aeroporto, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e o pátio Água Espraiada.

A Constran também deverá erguer um centro comunitário e esportivo na região.

O prazo de vigência contratual é de 36 meses.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2019/09/11/metro-seleciona-constran-para-concluir-obras-de-estacoes-do-monotrilho-da-linha-17-ouro/

Mas em 20 de novembro de 2019, o desembargador José Orestes de Souza Nery, por meio de uma liminar, impediu o reinício das obras da Linha 17-Ouro de monotrilho, em São Paulo.

A construtora Coesa Engenharia entrou com um mandado de segurança na Justiça para tentar impedir a Constran, vencedora da licitação para execução das obras da Linha 17-Ouro, assinasse o contrato com o Metrô de São Paulo.

A juíza Alexandra Fuchs de Araujo, da 6ª Vara de Fazenda Pública, concedeu a liminar, acatando os argumentos da empresa. Desta forma, o processo de licitação foi impedido de seguir adiante.

O Metrô buscou suspender a liminar, sob alegação de prejuízo à economia pública. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, não acolheu os argumentos da companhia, mantendo a decisão de primeira instância, e manteve a licitação sem efeito até o julgamento da ação.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2019/12/20/justica-impede-reinicio-de-obras-da-linha-17-ouro-de-monotrilho-em-sao-paulo/

O proprietário da empresa T’Trans, Sidnei Piva de Jesus, que integra o Consórcio Signalling, havia informado em 18 de dezembro de 2019 ao Diário do Transporte que conseguira a garantia financeira  para o projeto da Linha 17-Ouro. Relembre: EXCLUSIVO: T’Trans consegue garantia financeira para linha 17 do monotrilho e diz ter três trens prontos

Itapemirim é palco de disputa entre sócios

Sidnei Piva é o atual diretor-presidente das empresas do Grupo da Viação Itapemirim. A empresa de ônibus foi fundada em 1946 por Camilo Cola e está em recupração judicial desde março de 2016. Em dezembro de 2016, as companhias do grupo passaram a ser contradas por novos sócios, entre os quais, Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza Valdívia. Camilo Cola alega que foi vítima de um “golpe” e que sua intenção não foi vender a empresa.

Sidnei controla a Itapemirim após decisão da justiça de São Paulo em dezembro de 2019 que destituiu da direção a sócia Camila de Souza Valdívia, após denúncias de má gestão e supostas fraudes.

Piva e Camila estão em rota de colisão e travam na justiça uma verdadeira queda de braços pela Itapemirim.

Postagens em redes sociais e aplicativos de mensagens por admiradores da empresa,que já foi a maior do setor rodoviário, funcionários e ex-funcionários acabam fomentando ainda mais esta disputa.

ANÁLISE DA CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E AVALIAÇÃO TÉCNICA

Um dos critérios que inabilitou o Consórcio Signalling foi o da avaliação da capacidade econômico-financeira. A proponente não atendeu aos requisitos de qualificação econômico-financeira estabelecidos no edital de licitação no tocante ao patrimônio líquido mínimo:

Outro problema apontado pela análise do Metrô de São Paulo foi a não comprovação por parte do Consórcio Signalling do fornecimento de sistema de sinalização CBTC, com grau de automação UTO (Unattended Train Operation – operação sem a presença de um operador nos trens):


LINHA 17-OURO

O vencedor do certame será o responsável por fornecer 14 trens para a linha 17-Ouro do monotrilho.

A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.

É a última etapa para a conclusão da linha que deveria ter sido entregue em 2014.

Já as obras de conclusão das estações do monotrilho, conforme divulgado pela Companhia de Metrô de São Paulo no dia 11 de setembro de 2019, serão assumidas pela Constran Internacional Construções S.A., como mostrou o Diário do Transporte, relembre: Metrô seleciona Constran para concluir obras de estações do monotrilho da linha 17 Ouro

O contrato envolve as obras civis remanescentes, acabamento, paisagismo, comunicação visual, instalações hidráulicas, implantação de ciclovia, recapeamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho e fabricação e lançamento das vigas que vão sustentar os trens leves que circulam com pneus.

FALÊNCIA DA SCOMI

O Metrô de São Paulo havia informado no dia 11 de julho de 2019 que a licitação internacional seria para a compra de 14 trens e dos sistemas de sinalização para a linha 17-Ouro do monotrilho. Relembre: Metrô lança licitação para compra de trens, portas de plataforma e sistemas do monotrilho da Linha 17-Ouro

A Scomi, empresa da Malásia que iria fabricar as composições, entrou em processo de falência.

A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.

Em nota, o Metrô explicou que o novo contrato vai substituir a contratação do Consórcio Monotrilho Integração (CMI).

Essa nova contratação vai substituir o Consórcio Monotrilho Integração (CMI), cujo acordo foi rescindido este ano pela atual gestão do Metrô, após constantes atrasos e redução no ritmo dos trabalhos pelo consórcio. Os problemas também levaram a aplicação de multas no valor de R$ 88 milhões, além da suspensão das empresas integrantes do consórcio de novas licitações e contratos com a administração estadual de São Paulo pelo período de dois anos.

A OBRA

A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região do Estádio do Morumbi. O valor orçado em junho de 2010 era de R$ 2,64 bilhões, sem valores futuros referente aos reajustes contratuais, aditivos e novas contratações necessárias para implantação dos empreendimentos.

O custo então passou para R$ 3,17 bilhões – cifra que não inclui as estações previstas no primeiro trecho, com extensão de 7,7 quilômetros.

Em junho de 2018, o valor para conclusão das obras foi projetado em R$ 3.74 bilhões, com previsão para a entrega de oito estações até dezembro de 2019, o que pode ser reformulado com a eventual saída da Scomi.

O monotrilho não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas.  Assim, os trechos entre Jabaquara e a Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras congeladas.

Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a linha 4 Amarela do Metrô na estação São Paulo – Morumbi, e nem com estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417,5 mil passageiros por dia.

O proprietário da empresa T’Trans, Sidnei Piva de Jesus, que integra o Consórcio Signalling, havia informado em 18 de dezembro de 2019 ao Diário do Transporte que conseguira a garantia financeira  para o projeto da Linha 17-Ouro. Relembre: EXCLUSIVO: T’Trans consegue garantia financeira para linha 17 do monotrilho e diz ter três trens prontos

Itapemirim é palco de disputa entre sócios

Sidnei Piva é o atual diretor-presidente das empresas do Grupo da Viação Itapemirim. A empresa de ônibus foi fundada em 1946 por Camilo Cola e está em recupração judicial desde março de 2016. Em dezembro de 2016, as companhias do grupo passaram a ser contradas por novos sócios, entre os quais, Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza Valdívia. Camilo Cola alega que foi vítima de um “golpe” e que sua intenção não foi vender a empresa.

Sidnei controla a Itapemirim após decisão da justiça de São Paulo em dezembro de 2019 que destituiu da direção a sócia Camila de Souza Valdívia, após denúncias de má gestão e supostas fraudes.

Piva e Camila estão em rota de colisão e travam na justiça uma verdadeira queda de braços pela Itapemirim.

Postagens em redes sociais e aplicativos de mensagens por admiradores da empresa,que já foi a maior do setor rodoviário, funcionários e ex-funcionários acabam fomentando ainda mais esta disputa.

ANÁLISE DA CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E AVALIAÇÃO TÉCNICA

Um dos critérios que inabilitou o Consórcio Signalling foi o da avaliação da capacidade econômico-financeira. A proponente não atendeu aos requisitos de qualificação econômico-financeira estabelecidos no edital de licitação no tocante ao patrimônio líquido mínimo:

Outro problema apontado pela análise do Metrô de São Paulo foi a não comprovação por parte do Consórcio Signalling do fornecimento de sistema de sinalização CBTC, com grau de automação UTO (Unattended Train Operation – operação sem a presença de um operador nos trens):


LINHA 17-OURO

O vencedor do certame será o responsável por fornecer 14 trens para a linha 17-Ouro do monotrilho.

A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.

É a última etapa para a conclusão da linha que deveria ter sido entregue em 2014.

Já as obras de conclusão das estações do monotrilho, conforme divulgado pela Companhia de Metrô de São Paulo no dia 11 de setembro de 2019, serão assumidas pela Constran Internacional Construções S.A., como mostrou o Diário do Transporte, relembre: Metrô seleciona Constran para concluir obras de estações do monotrilho da linha 17 Ouro

O contrato envolve as obras civis remanescentes, acabamento, paisagismo, comunicação visual, instalações hidráulicas, implantação de ciclovia, recapeamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho e fabricação e lançamento das vigas que vão sustentar os trens leves que circulam com pneus.

FALÊNCIA DA SCOMI

O Metrô de São Paulo havia informado no dia 11 de julho de 2019 que a licitação internacional seria para a compra de 14 trens e dos sistemas de sinalização para a linha 17-Ouro do monotrilho. Relembre: Metrô lança licitação para compra de trens, portas de plataforma e sistemas do monotrilho da Linha 17-Ouro

A Scomi, empresa da Malásia que iria fabricar as composições, entrou em processo de falência.

A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.

Em nota, o Metrô explicou que o novo contrato vai substituir a contratação do Consórcio Monotrilho Integração (CMI).

Essa nova contratação vai substituir o Consórcio Monotrilho Integração (CMI), cujo acordo foi rescindido este ano pela atual gestão do Metrô, após constantes atrasos e redução no ritmo dos trabalhos pelo consórcio. Os problemas também levaram a aplicação de multas no valor de R$ 88 milhões, além da suspensão das empresas integrantes do consórcio de novas licitações e contratos com a administração estadual de São Paulo pelo período de dois anos.

A OBRA

A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região do Estádio do Morumbi. O valor orçado em junho de 2010 era de R$ 2,64 bilhões, sem valores futuros referente aos reajustes contratuais, aditivos e novas contratações necessárias para implantação dos empreendimentos.

O custo então passou para R$ 3,17 bilhões – cifra que não inclui as estações previstas no primeiro trecho, com extensão de 7,7 quilômetros.

Em junho de 2018, o valor para conclusão das obras foi projetado em R$ 3.74 bilhões, com previsão para a entrega de oito estações até dezembro de 2019, o que pode ser reformulado com a eventual saída da Scomi.

O monotrilho não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas.  Assim, os trechos entre Jabaquara e a Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras congeladas.

Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a linha 4 Amarela do Metrô na estação São Paulo – Morumbi, e nem com estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417,5 mil passageiros por dia.

SUSPENSÃO DE MULTA:

Em 07 de maio de 2020, a Companhia do Metrô de São Paulo publicou que, por decisão judicial, retirou as sanções aplicadas ao CMI – Consórcio Monotrilho Integração pelos atrasos na construção da linha 17-Ouro, prevista para a partir de 2014 ligar a região do Jabaquara às proximidades do Morumbi, passando pelo Aeroporto de Congonhas.

O CMI – Consórcio Monotrilho Integração é formado pela Andrade Gutierrez Engenharia S.A., CR Almeida S.A. – Engenharia de Obras e MPE – Montagens e Projetos Especiais S.A., empresas já conhecidas em outros contratos públicos e também processos.

De acordo com a Companhia do Metrô, foi retirada a multa e a penalidade de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com o poder público por dois anos.

A multa aplicada por não cumprimento foi de R$ 88 milhões – R$ 88.018.359,37 (oitenta e oito milhões, dezoito mil, trezentos e cinquenta e nove reais e trinta e sete centavos).

HISTÓRICO DE PROBLEMAS DO MONOTRILHO

(ADAMO BAZANI)

O meio de transporte, que é alvo de críticas por diversos especialistas (veja abaixo) que apontam que a linha 15-Prata deveria ser de metrô e não de monotrilho, teve sua escolha oficializada na gestão do governador José Serra (PSDB), à frente do executivo entre 1º de janeiro de 2007 e 2 de abril de 2010. A promessa era de que o monotrilho seria bem mais barato que o metrô e de mais rápida implantação, o que na prática não ocorreu, já que o sistema foi marcado por atrasos na inauguração, encurtamento de trajeto e elevação significativa dos custos, além de sucessivos problemas operacionais.

O monotrilho da linha 15-Prata teve as obras iniciadas em 2010 e a previsão inicial era de que todo o traçado de 26,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes, fosse entregue em 2014 ao custo R$ 3,5 bilhões. Depois, a estimativa em junho de 2015 passou para R$ 4,6 bilhões para um bem trecho menor: de 15,3 km e 11 estações.

Agora estimativa de custo é de R$ 5,2 bilhões, com a entrega da estação Jardim Colonial, somente em 2021.

27 de fevereiro de 2020: Um jogo de pneus da composição M20 estorou no dia 27 de fevereiro de 2020, uma quinta-feira. O Metrô paralisou a linha no fim de semana e“a incidência de danos em outros pneus dos trens do monotrilho”, suspendendo assim as operações por tempo indeterminado. O Metrô disse que cobrou da Bombardier e do Consórcio CEML – que construiu a via – providências urgentes para a identificação da causa da ocorrência, a sua correção e que eles arquem com todos os prejuízos decorrentes desta paralisação junto ao Metrô de São Paulo.  A Bombardier disse, por sua vez, que recomendou a paralisação de toda a linha por execesso de cautela para as análises.  Ônibus atenderam aos passageiros do monotrilho.

Pedaço de parte interna da roda do monotrilho que foi lançada em avenida durante estouro de pneu do trem de média capacidade

No dia 03 de março de 2020, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, em entrevista coletiva, reiterou que sempre se mostrou contrário à escolha de monotrilho para São Paulo. A entidade trabalhista disse que estuda acionar juridicamente os responsáveis pela implantação do monotrilho no sistema.

“O monotrilho é uma aventura mal planejada para esta demanda. Além da escolha do modal, não concordamos com o modelo de licitação do Metrô. O Estado compra produtos e não tecnologia. Não se pode fazer nada. Até para apurar um problema como este do estouro do pneu, não dá nem pra investigar de forma autônoma. Sempre tem de depender do fornecedor”, disse o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo.

Também diretor do sindicato, Altino dos Prazeres afirmou que umas das recomendações da entidade é que, mesmo com impactos para os passageiros, por segurança, a velocidade das composições na operação comercial deve ser reduzida.

“Essa ligação tinha de ser metrô, sempre defendemos isso. Mas agora não tem como demolir as vigas, é necessário respeitar as limitações do monotrilho. Não pode circular com alto carregamento e velocidade nas condições atuais. Não temos garantia que todos os problemas da linha 15 serão sanados“, disse.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/03/03/sindicato-dos-metroviarios-estuda-processar-responsaveis-por-implantacao-de-monotrilho/

A reportagem também mostrou que nesta quarta-feira, 04 de março de 2020, um grupo de deputados entrou com um requerimento na Alesp – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para que seja aberta uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de apurar se realmente o monotrilho para a demanda e extensão da linha 15 é um meio de transporte seguro e os motivos de ocorrerem sucessivas falhas no sistema.

“Em 2020, a Linha 15-Prata lidera o ranking de problemas. Em 28 dias de operação em janeiro, ela teve operação normal em somente 76,4% do tempo, ou seja, a cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica.” – diz parte do requerimento.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/03/05/cpi-do-monotrilho-e-pedida-por-deputados-modal-fara-testes-amanha-sem-previsao-de-retorno/

O secretário dos Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy disse no dia 06 de março de 2020 que o consórcio que implantou e forneceu os trens de baixa/média capacidade do monotrilho vai ser responsabilizado e terá de ressarcir o Estado pelos custos com a Operação PAESE – Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência, pela mobilização de técnicos próprios e pelos lucros cessantes, ou seja, o que a linha 15-Prata deixou de arrecadar por causa do monotrilho parado, o que é previsto em lei.

O consórcio CEML é formado pela fabricante de trens e tecnologia Bombardier e as construtoras Queiroz Galvão e OAS.

O prejuízo estimado foi de R$ 1 milhão por dia parado.

Baldy também anunciou a ida de representantes do Governo do Estado de São Paulo para Brasília recomendar a órgãos federais o impedimento das participantes do consórcio de participar de contratos com o poder público.

1º de janeiro de 2020: Um problema em equipamento de via nas proximidades da Estação São Lucas causou transtornos para os passageiros por, pelo menos, cinco dias consecutivos. O Metrô explicou que o problema foi ocasionado pelo “desgaste natural” de parafusos perto de um equipamento de mudança de via na região da Estação São Lucas .A estação foi inaugurada em 6 de abril de 2018. Em nota, a Companhia de Metrô disse que os parafusos precisaram ser trocados e que pela fixação ser em concreto, seria necessário aguardar.

15 de maio de 2019: A composição M 11 do monotrilho da linha 15-Prata, da zona Leste, se deslocou de uma viga no pátio Oratório no início das operações. O incidente de descarrilamento ocorreu num equipamento de mudança de via. Ninguém se feriu.

29 de janeiro de 2019: No final da noite de 29 de janeiro de 2019, duas composições, M22 e M23, bateram na região da estação Jardim Planalto, na zona leste da capital paulista. Ninguém se feriu gravemente. A estação não recebia passageiros ainda. Um laudo do Metrô, divulgado em 05 de fevereiro de 2019, trouxe a conclusão de que “não houve qualquer falha do sistema de sinalização e sim erro humano” .

Mas o resultado foi contestado pelo Sindicato dos Metroviários que sustenta que há uma lacuna no sistema que controla os trens do monotrilho.

Segundo a entidade sindical, o sistema de controle da Linha 15-Prata não permite que um trem identifique o outro quando um deles está desligado. “Ao se desligar o trem, ele desaparece para o sistema” – sustentou o sindicato.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2019/02/07/sindicato-dos-metroviarios-diz-que-acidente-com-monotrilho-foi-causado-por-ausencia-de-sistema-de-comunicacao/

Também no dia 29, uma peça do sistema elétrico do monotrilho da Linha 15-Prata se soltou da via no trecho entre as estações São Lucas e Vila União, mas por haver grades que retém quedas de objetos, a avenida professor Luís Inácio de Anhaia Melo, que passa embaixo, não foi atingida.

https://diariodotransporte.com.br/2019/01/29/metro-confirma-que-peca-de-sistema-eletrico-de-monotrilho-se-soltou-mas-diz-que-linha-15-possui-telas-que-evitam-queda-de-objetos-na-rua/

10 de outubro de 2016: No dia 10 de outubro de 2016, uma composição do monotrilho, que trafega em vias elevadas com cerca de 15 metros de altura, partiu da estação Oratório com as portas abertas, conforme mostram as imagens do circuito do Metrô:

Especialistas criticam modelo de monotrilho para São Paulo e cidades vizinhas

Segundo os técnicos e acadêmicos consultados pela reportagem do Diário do Transporte, linhas como 15-Prata (São Mateus/Vila Prudente) e 17-Ouro (Congonhas/Morumbi) deveriam ser atendidas por um modal de alta capacidade, como metrô e trens e não por um meio de média capacidade, como monotrilho.

A linha 18-Bronze (São Bernardo do Campo/Tamanduateí) vai ser substituída por um sistema chamado BRT – Bus Rapid Transit, que consiste em corredores de ônibus com mais capacidade e velocidade maior que os corredores de ônibus comuns, mas com atendimento menor que de um metrô.

As promessas de que as linhas de monotrilho deveriam ser bem mais baratas que do Metrô e de implantação mais rápida não se concretizaram. Todas as linhas deveriam estar funcionando desde 2014, pelo menos, e com preço bem inferior ao Metrô, mas somente a linha 15-Prata opera e constantemente tem registrado falhas graves que comprometem a operação e a rotina dos passageiros. O custo de implantação vai superar R$ 5 bilhões.

Entre o final de fevereiro e março de 2020, mais uma vez os passageiros do monotrilho só puderam contar com ônibus como transporte coletivo porque o monotrilho não funciona.

O problema foi com os pneus dos trens.

Diferentemente dos trens de alta capacidade do Metrô e da CPTM, que têm rodas de ferro, os trens de média capacidade do monotrilho têm pneus.

Como mostrou o Diário do Transporte, o estouro do pneu do trem M20, quando saía da estação Jardim Planalto, por volta de 6h40 de 27 de fevereiro, colocou em alerta o Metrô e a empresa Bombardier, que suspenderam as operações de 23 composições.

O consultou de transporte, Peter Alouche, disse que monotrilho é sujeito a este tipo de problema e que alertava para as limitações do modal.

“Já alertava para este tipo de problema desde o início da escolha. Registrei meu descontentamento através de muitos artigos técnicos. A possibilidade de estouro de pneus é real neste meio de transporte” – disse o especialista Peter Alouche, que participou ativamente da implantação do Metrô de São Paulo

Já nos anos 1960, o monotrilho tinha sido descartado para a capital e cidades vizinhas.

Em 1966, o então prefeito de São Paulo, Faria Lima, criou o Grupo Executivo Metropolitano – GEM que antecedeu a fundação da Companhia do Metropolitano. Segundo nota na área de Governança Corporativa no site do Metrô, esse grupo contratou um consórcio de duas empresas alemãs (Hochtief e Deconsult), que se fundiu com a brasileira Montreal, formando uma nova empresa, a HMD.

Foi a HMD que realizou a primeira “Pesquisa Origem e Destino”, em 1967, por meio da qual foram projetadas as linhas básicas do Metrô para a cidade de São Paulo, elaborados os primeiros estudos econômicos e o pré-projeto de engenharia, segundo a explicação no site do Metrô.

Assim, o consórcio internacional projetou demandas, que agora se realizaram, para as quais o monotrilho não tem capacidade de atender.

Segundo o arquiteto e urbanista, consultor de transporte, Flaminio Fichmann, em conversa com o Diário do Transporte nesta segunda-feira, 02 de março de 2020, a linha 15-Prata paga por ser laboratório de um monotrilho que a fabricante não possuía.

“Investimos na tecnologia da Bombardier, empresa canadense, que não tinha o “produto” para implantar e atender a demanda da Linha 15 do monotrilho. Ou seja, estamos pagando o desenvolvimento de um novo tipo de monotrilho para uma empresa estrangeira, que está falhando na operação e colocando as pessoas em risco. Hoje podemos afirmar com segurança que eles não cumprirão as especificações do projeto para atender a demanda prevista.”

Fichmann também cita problemas na linha 17-Ouro, que ainda está em construção, em relação a fabricante de trem.

“A Linha 17 Ouro não concluiu o primeiro trecho e não entrou em operação porque a Scomi, outra empresa estrangeira, faliu e não existe previsão para a implantação da linha até o Morumbi, prometida para o início da Copa em 2014. Já gastamos bilhões de reais de modo irresponsável com essa tecnologia.” – disse

Após o rompimento do contrato com o antigo consórcio, o Metrô abriu um novo processo de licitação para o fornecimento de trens de média capacidade e equipamentos e habilitou a chinesa BYD  (Consórcio BYD SKYRAIL São Paulo, formado pelas chinesas BYD do Brasil Ltda; BYD Auto Industry Company Limited e BYD Signal & Communication Company Limited.) para a linha 17, muito embora, o Consórcio Signalling, composto por duas empresas nacionais – Ttrans e Bom Sinal – e uma empresa suíça, a Molinari, tenha oferecido o menor preço.

Na decisão que é alvo de recurso, o Metrô entendeu que o Consórcio Signalling não atendeu o critério de “Patrimônio Líquido”.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/02/01/metro-habilita-chinesa-byd-para-fornecer-trens-do-monotrilho-da-linha-17/

Mesmo sem fazer uma defesa do BRT, o arquiteto e urbanista, consultor de transporte, Flaminio Fichmann, diz que foi uma boa decisão do Governo do Estado em descartar o monotrilho para a ligação entre o ABC Paulista e a capital na linha 18.

“Muitos irresponsáveis e mentirosos os que estavam apresentando o Monotrilho do ABC como Metrô, tentando enganar a população. Felizmente esse processo foi sepultado e o ABC poderá se abrir para soluções de transporte mais eficientes, seguras e confiáveis.” – completou Flaminio.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo foi a primeira entidade a divulgar que a interrupção do funcionamento do monotrilho ocorreu por causa de estouro em pneu.

O coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo, explicou ao Diário do Transporte que a entidade sustenta que monotrilho é um meio de transporte de média capacidade, para trajetos curtos, limitado, com características de estrutura e operação sem domínio brasileiro e mais sujeito a falhas crônicas.

“Isso já confirma as opiniões que o sindicato vem expondo desde o início da inauguração desse sistema. O sistema de monotrilho é inseguro, tem muitas falhas e, na realidade, fizeram os trabalhadores e usuários de cobaias num sistema que não deveria ser este, mas metrô para garantir um transporte de alta capacidade” – disse

Os especialistas ainda foram unânimes em defender que a prioridade dos investimentos deve ser a ferrovia de alta capacidade conjugada com uma rede de alimentação por ônibus qualificada, formado por BRTs, corredores comuns e faixas, de acordo com a demanda e as condições de infraestrutura de cada região.

Em nota oficial emitida neste domingo sobre o problema de estouro de pneu, a empresa Bombardier diz que técnicos do Canadá foram enviados para o Brasil com o objetivo de verificar o problema e que quer “tranquilizar os passageiros de que os trens do monotrilho do Metrô de São Paulo têm transportado passageiros com segurança e confiabilidade desde que o sistema foi inaugurado em 2014.”

A empresa ainda pediu “desculpas pelo inconveniente necessário.”, ou seja, a retirada de 23 trens de circulação para a análise.

INTERRUPÇÃO DA LINHA 15-PRATA NÃO ERA TESTE DE CONTROLE DE TRENS

Inicialmente, o Metrô dizia que a suspensão da operação se deu por causa de “testes do sistema de controle de trens”, mas o verdadeiro motivo da paralisação da linha 15-Prata, trazido à tona pelo Diário do Transporte e pelo Sindicato dos Metroviários foi o problema com os pneus dos trens.

Segundo o Metrô, ao longo dos testes realizados na linha no fim de semana, foi constatada “a incidência de danos em outros pneus dos trens do monotrilho”

O Metrô relatou ainda que partes dos pneus chamadas “Run Flat” estão causando essa alteração. Esses dispositivos ficam nas rodas e garantem a movimentação do trem em casos de anormalidades, como pneus furados ou murchos.

A estatal disse, por meio de nota, que cobrou da Bombardier e do Consórcio CEML – que construiu a via – providências urgentes para a identificação da causa da ocorrência, a sua correção e que eles arquem com todos os prejuízos decorrentes desta paralisação junto ao Metrô de São Paulo.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Depois dessa nem precisa fazer “conta de ponta” ou continha da Tia Cotinha.

    Implode os dois Aerotrens de Sampa que saí mais barato para o contrbuinte.

    será que o poder público não tem vergonha de uma situação dessa?

    Claro que não né.

    Só tem vergonha quem paga, o conribuinte.

    MUDA BARSILei.

    Apesar que depois dessa tá provado que no BarsiLei nada vai mudar independentemente da cor, da ideologia, do partido ou do nome dos políticos.

    É a eterna e enraizada lambança BRASILei.

    Para que serve a Constituição mesmo ?

    Alguém sabe ?

    Vou aproveitar a oportunidade para lembra a todos o artigo 37, inciso II, o qual eu eu considero a pérola da constituição.

    Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

    Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

    II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

    E VIVA OS CAROS EM COMISSÃO; daí a origem da farra do boi.

    NÂO MUDA NUNCA, NÉ BARSILei.

    Att,

    Paulo Gil

  2. e assim seguem as empreiteiras GORDAS dos cofres públicos, saindo ilesas, e espera só 2 anos, pra voltar a praticar a roubalheira,,Não assumem nem com assinatura de contratos, e desistem quando vê empecilhos na obra, sem antes sequer ter estudado as dificuldades para a construção.

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