Após fortes chuvas, Câmara de Santo André cancela audiência pública sobre transporte

Por conta da chuva, Câmara cancelou a reunião sobre o assunto pela segunda vez. Foto: Divulgação.

Região do ABC registrou diversos pontos de alagamento na tarde desta sexta-feira

JESSICA MARQUES

A Câmara Municipal de Santo André, no ABC Paulista, vai reagendar mais uma vez a audiência pública para discutir sistema de transporte da cidade. O encontro estava marcado para esta sexta-feira, 23 de novembro de 2018, mas foi cancelado por conta das fortes chuvas que atingiram a região.

Além de causar alagamentos no ABC Paulista, a chuva também afetou o transporte público na região. Trens e ônibus tiveram a circulação interrompida.

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Alagamento no centro de Santo André. Foto enviada por leitor.

Esta é a segunda vez em que a audiência pública sobre o assunto é cancelada. O primeiro encontro estava marcado para 3 de setembro e havia sido remarcado para esta sexta.

A audiência pública foi convocada pelo vereador Willians Bezerra. A intenção do parlamentar é de que especialistas da área de transportes possam falar sobre diversos temas que envolvem o assunto.

Segundo Bezerra, os alagamentos foram a causa para o cancelamento da audiência pública desta vez e antes do recesso parlamentar o encontro será remarcado.

“Remarco na semana seguinte”, garantiu o vereador ao Diário do Transporte.

Entre os assuntos que seriam abordados está a gratuidade no transporte municipal, que é concedida a 37% dos passageiros, segundo informações da Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transporte de Santo André).

Após a audiência pública ser realizada, os vereadores vão elaborar um documento que será encaminhado ao Poder Executivo para avaliação e, possivelmente, implantação de algum projeto que possa ser originado da discussão.

DESAFIOS NO TRANSPORTE PÚBLICO DE SANTO ANDRÉ

São diversos os desafios no transporte público municipal de Santo André. A retirada dos cobradores, a recente alteração no layout dos ônibus, a idade média da frota, o aplicativo que prevê o horário dos ônibus com imprecisão, entre outros casos já registrados pelo Diário do Transporte.

A média de idade dos veículos do União Santo André está acima do máximo permitido, que são cinco anos. Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Diário do Transporte apurou em setembro deste ano que a frota consórcio tem 5,92 anos, em média.

Relembre: Média de idade dos ônibus do Consórcio União Santo André continua acima do permitido e gestão Paulo Serra não comenta o assunto

A Prefeitura de Santo André foi procurada pela reportagem em 11 de setembro e, até a publicação, não se manifestou. O prefeito Paulo Serra havia prometido um plano de renovação de frota até este mês, mas a promessa não foi cumprida até o momento.

Relembre: Santo André terá plano de renovação da frota até setembro e licitação de Vila Luzita vai ser concluída até o final do ano, promete Paulo Serra

Considerando também os veículos da Suzantur, empresa que opera em contrato emergencial na região da Vila Luzita, todos os ônibus municipais de Santo André possuem 5,58 anos.

Em fevereiro, o Diário do Transporte mostrou em primeira mão que a frota das empresas do Consórcio União Santo André, liderado pela Viação Guaianazes, de Ronan Maria Pinto, operava com média de idade de 6,22 anos.

As empresas do Consórcio União Santo André deveriam apresentar um plano de renovação até junho deste ano, mas o prazo não foi cumprido.

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APLICATIVO

Outro grande desafio para os moradores de Santo André que utilizam o transporte público é o aplicativo Santo André Mob, utilizado para ver o horário de chegada dos ônibus.

A ferramenta foi esperada por três meses, período em que nenhuma ferramenta estava disponível para prever a chegada dos coletivos nos pontos, por meio de geolocalização. Contudo, quando foi lançada, não funcionou.

Relembre: Após mais de um mês de lançamento, aplicativo de ônibus de Santo André não funciona

A Prefeitura informou que a ferramenta teve os recursos otimizados e os passageiros puderam observar mudanças. Ainda assim, são encontrados problemas de funcionamento, como indisponibilidade de previsões e horários imprecisos.

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CARTÃO PRIORIDADE

Os idosos também enfrentaram dificuldades no transporte público municipal. A Prefeitura lançou o Cartão Prioridade em 2 de março de 2018 para possibilitar o embarque de pessoas com mais de 65 anos pela porta da frente, de forma gratuita.

Entretanto, o embarque pela porta traseira foi proibido e todos os passageiros agora têm que passar pela catraca. A medida seria eficiente se a liberação fosse imediata com o uso do cartão, com bloqueio posterior em caso de fraude, mas o que ocorre na realidade é uma fila de idosos tentando validar a passagem por meio de identificação biométrica. Muitos demoram para conseguir, o que atrasa as viagens.

Relembre: Idosos de Santo André têm dificuldades para entrar nos ônibus após Cartão Prioridade

Sobre o problema, o prefeito Paulo Serra informou, em entrevista, que foram colocadas pessoas nos ônibus para orientar os passageiros e que o número de reclamações dos idosos diminuiu.

AUMENTO NA TARIFA

O último reajuste de tarifa aplicado em Santo André se deu na mesma época em que várias cidades do ABC Paulista decidiram aumentar o valor da tarifa. O preço da passagem dos ônibus municipais subiu em 31 de março de 2018, de R$ 4,20 para R$ 4,40.

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ÔNIBUS PERDEM ASSENTOS PREFERENCIAIS ANTES DA CATRACA

As empresas de ônibus da cidade retiraram os assentos preferenciais que ficavam antes da catraca dos coletivos.

A Prefeitura informou ao Diário do Transporte, por meio da SATrans, que a mudança ocorreu para adequação do transporte coletivo da cidade à portaria que restringe o embarque de passageiros apenas à porta dianteira.

“Os layouts internos das linhas de ônibus do sistema de transporte coletivo de Santo André passaram por adequações para atender a portaria nº 06.06.18 de 26 de junho de 2018 e permitir o embarque dos usuários somente pelas portas dianteiras. Os assentos preferenciais continuam à disposição dos passageiros, após a passagem da catraca”, informou a Prefeitura, em nota.

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Jessica Marques para o Diário do Transporte

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