Terceiro requerimento na Alesp questiona fim de linhas da EMTU por determinação da prefeitura de São Paulo
Publicado em: 9 de junho de 2020

Passageiros reclamam de falta de opções e de custo maior de deslocamento
ADAMO BAZANI
Mais um requerimento na Alesp – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo questiona o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, sobre a extinção de 12 linhas da EMTU que ocorreu por determinação da prefeitura da capital paulista.
Como mostrou o Diário do Transporte, foram paralisadas desde 26 de maio de 2020, ligações a partir de Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Poá, Embu-Guaçu, Taboão da Serra e Juquitiba, na Grande São Paulo, com destino à capital. As linhas eram a 282, 016, 029TRO, 009TRO, 205, 026, 328, 344, 575, 577, 595 e 460. Já as linhas 044TRO – São Paulo (Jardim Castelo) – Diadema (centro) e 377 Poá (Jd. Nova Poá) – São Paulo (Parque Artur Alvim) tiveram os trajetos reduzidos.
Desta vez, os questionamentos são por parte do deputado Douglas Garcia (PSL) que protocolou o requerimento nesta segunda-feira, 08 de junho de 2020.
Entre as explicações que o parlamentar quer receber está o nível de interferência da prefeitura de São Paulo nas linhas metropolitanas e se a STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos não tentou evitar esses cortes:
1 – A Prefeitura de São Paulo encerrou, unilateralmente, linhas da EMTU?
2 – Em caso positivo, por quais motivos o Governo do Estado de São Paulo não se opôs aos encerramentos destas linhas? A Prefeitura de São Paulo tem atribuição para interferir na EMTU? Qual o arcabouço jurídico que fundamenta essa prerrogativa do município?
3 – Em caso negativo, por quais motivos o Governo do Estado de São Paulo anuiu com estes cortes nas linhas de transporte intermunicipal?
4 – Requeiro o envio de estudos que embasaram a referida determinação
Com base em reportagens do Diário do Transporte, houve ao menos outros dois requerimentos de explicações sobre os cortes das linhas, um pelo deputado José Américo (PT) e outro pelo deputado José Aprigio da Silva (PODEMOS).
Além dos requerimentos, estão circulando abaixo-assinados pedindo o retorno das linhas.
Os passageiros alegam que, apesar de a prefeitura de São Paulo dizer que há linhas municipais no território da capital que cobrem as ligações metropolitanas que eram sobrepostas, na prática, a situação ficou bem mais difícil porque é necessário trocar de condução e, o pior, pagar por essa transferência porque não há integração tarifária entre EMTU e SPTrans (com bilhetes e valores diferentes) e mesmo na transferência para a rede de trilhos (Metrô e CPTM) é necessário pagar uma diferença. Assim, ainda de acordo com os passageiros nos abaixo-assinados, os trajetos se tornaram mais longos e mais caros.
Relembre:
A Radial Transporte, que integra o Consórcio Unileste e que operava as linhas 460 Ferraz de Vasconcelos (Vila São Paulo) – São Paulo (Parque Artur Alvim) e 377 Poá (Jd. Nova Poá) – São Paulo (Parque Artur Alvim), diz que somente nestas duas ligações, foram afetados em torno de 70 mil passageiros por dia na região do Alto Tietê.
Relembre:
Recentemente, as linhas metropolitanas afetadas por determinações da prefeitura de São Paulo são:
LINHAS QUE DEIXARAM DE OPERAR
De Taboão da Serra:
– 029 Taboão da Serra (Jardim Monte Alegre) – São Paulo (Pinheiros)
De Ferraz de Vasconcelos:
– 460 Ferraz de Vasconcelos (Vila São Paulo) – São Paulo (Parque Artur Alvim)
De Guarulhos:
– 344 Guarulhos (Parque Alvorada) – São Paulo (Metrô Penha)
– 016 Guarulhos (Terminal Urbano Guarulhos) São Paulo (Metrô Armênia)
– 575 Guarulhos (Terminal Urbano) – São Paulo (Metrô Armênia
– 577 Guarulhos (Jardim Ipanema) – São Paulo (Metrô Armênia)
– 595 Guarulhos (Terminal Metropolitano Taboão) – São Paulo (Metrô Brás)
De Poá:
– 026 Poá (Term. Rod. Jd. São José) – São Paulo (São Miguel Paulista)
– 205 Poá (Terminal Rodoviário Pedro Fava Cidade Kemel) / São Paulo (Pq. D. Pedro II)
– 328 Poá (Term. Rod. Jd. São José) – São Paulo (São Mateus)
De Embu-Guaçu
– 009 Embu-Guaçu (Vila Louro) – São Paulo (Santo Amaro)
De Juquitiba:
– 282 Juquitiba (Terminal Rodoviário Metropolitano) São Paulo (Metrô Morumbi)
LINHAS COM O ITINERÁRIO REDUZIDO:
– 044TRO – São Paulo (Jardim Castelo) – Diadema (centro): A decisão exclui o percurso da referida linha na capital
– 377 Poá (Jd. Nova Poá) – São Paulo (Parque Artur Alvim), passou a ir apenas até á Estação Antonio Gianetti Neto da CPTM, em Ferraz de Vasconcelos.
O secretário de mobilidade e transportes da cidade de São Paulo, Edson Caram, afirmou que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) não convenceu a secretaria municipal de que 12 linhas de ônibus intermunicipais extintas deveriam ser mantidas.
De acordo com o secretário da gestão Bruno Covas, não poderia continuar ocorrendo a sobreposição e o “pinga-pinga” que estavam acontecendo dentro da cidade de São Paulo entre os ônibus metropolitanos e os municipais.
“Tinha mais de 100 linhas em estudo e análise. Em relação a essas 12 linhas, a EMTU não conseguiu nenhum tipo de justificativa que fizesse com que a SPTrans e a secretaria de transportes concordassem que essa sobreposição existisse. A população que usava essas linhas não vai ficar desatendida, pois vai ter o transporte do município de São Paulo à disposição para isso. O que não podia era continuar essa sobreposição e o pinga-pinga que estava acontecendo dentro da cidade de São Paulo”, disse o secretário.
A declaração foi feita em entrevista aos portais de mobilidade Diário do Transporte, Diário dos Trilhos e Via Trólebus. Procurada, a EMTU não se manifestou sobre a declaração.
Relembre:
Em nota, no primeiro dia da divulgação das 12 linhas extintas, a secretaria municipal informou que as alterações mencionadas são resultado de análise iniciada em setembro de 2019 e que a área de Planejamento da EMTU participou de reuniões técnicas antes da conclusão dos estudos. A pasta também informou que os passageiros não ficarão desatendidos uma vez que poderão utilizar o transporte público na capital e que, de acordo com o Decreto 57.867, de 12 de setembro de 2017, são suas atribuições estudar, planejar, gerir, integrar, fiscalizar e controlar os transportes individuais e coletivos no município de São Paulo.
Mas em uma postagem em redes sociais, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, sem mostrou insatisfeito com a postura da prefeitura.
Primeiro quero esclarecer que a Constituição Federal prevê que as Prefeituras no Brasil tem a prerrogativa das políticas públicas do transporte público. Buscamos diálogo nestas medidas, demonstramos a importância de cada operação aos gestores municipais, mas não fomos atendidos.” – escreveu Baldy.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
“Pinga-Pinga”, Sr. secretário Edson Caram, me explique o que seria “Pinga-Pinga”? Eu duvido que o senhor tenha ao menos feito uma única viagem em algum dos ônibus da EMTU que foram extintos, pra sentir na pele o que é ter que ficar baldeando de condução. É legal ser gestor de algo que você não vivencia.
Deviam aproveitar os srs. Deputado e Estaduais de SP e perguntar por que a Cidade Mairiporã, que faz Divisa com Guarulhos e a Zona Norte de São Paulo e Caieiras, nesta REGIAO METROPOLITANA – ÁREA – 3 da EMTU…e com Atibaia ja interior de SP, tem tão poucas Linhas Metropolitanas COMUNS operadas por veículos comuns… nao-rodoviários?! Por que?! Os poucos Onibus Urbanos das Linhas não – seletivas que passam pela Avenida Guapira, entre o Tucuruvi e o Jaçanã …até a Divisa com Guarulhos, SÓ andam lotados e com lotação apenas de bancos de vez em quando… e sao veiculos CONVENCIONAIS! MAIRIPORÃ é “Cidade Dormitorio” …?! É ruim hein!