Greca condiciona valor do aumento da tarifa dos ônibus de Curitiba ao ICMS, à aprovação do PL do fim dos cobradores e ao reajuste dos rodoviários

Foto: divulgação

Prefeito afirma que aumento é inevitável, e que a depender dos fatores a passagem de ônibus pode subir quase 30 centavos em 2019

ALEXANDRE PELEGI

O prefeito Rafael Greca já havia dito em uma entrevista no início de dezembro deste ano que o reajuste da tarifa dos ônibus da capital Curitiba era inevitável. O que ficaria pendente, segundo ele, era apenas o índice a ser aplicado.

Nesta segunda-feira, dia 17 de dezembro de 2018, o prefeito voltou à carga, e desfilou quais são os fatores que podem contribuir para que o inevitável aumento da tarifa seja maior ou menor.

Foram citados três fatores, a começar da isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel, concedida pelo governo do Paraná. Em entrevista à rádio Banda B, Greca disse que a prefeitura depende do futuro governador: “Precisamos do Ratinho, ou a passagem vai subir R$ 0,29”, disse.

O segundo fator citado pelo prefeito está ligado diretamente à aprovação do projeto do Executivo que permite a extinção dos cobradores do transporte coletivo da capital. Enviado pela prefeitura no dia 25 de outubro de 2018, o PL propõe expandir o sistema de Bilhetagem Eletrônica nos pontos de acesso ao transporte coletivo. Na prática, trata-se de eliminar o dinheiro em espécie como forma de pagamento no interior dos ônibus da cidade. Relembre: Projeto da prefeitura de Curitiba aponta para extinção progressiva da função de cobrador.

O projeto, que já recebeu o nome de “lei da bilhetagem eletrônica” nos ônibus da capital paranaense, foi adiado após seguidos protestos de motoristas e cobradores, e deverá ser votado somente em 2019. Mas ao contrário do que se poderia imaginar, a redução de custo com a extinção dos cobradores não vai redundar numa tarifa mais barata para os passageiros do sistema. Em entrevista no final de novembro, o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Ogeny Maia Neto, explicou que o custo operacional do sistema vai cair com a redução de cobradores, mas não o suficiente para beneficiar diretamente o passageiro. No máximo, segundo explicou o dirigente, permitirá reduzir a diferença entre o valor pago pelo usuário e o valor da tarifa técnica. Relembre: Redução de cobradores em ônibus de Curitiba não deve fazer valor da tarifa cair, afirma presidente da Urbs

O terceiro fator de impacto sobre o reajuste da tarifa em 2019, segundo o prefeito Rafael Greca, está diretamente vinculado ao valor do reajuste que será concedido aos funcionários do sistema. O reajuste faz parte da planilha de custos, que impactam diretamente na tarifa.

A tarifa técnica atual do sistema de transporte de Curitiba é de R$ 4,71, mas os passageiros pagam R$ 4,25 por conta de um subsídio de R$ 71 milhões, concedido pelo governo estadual em 2018. Se a diferença entre as duas tarifas aumentar, a prefeitura não terá como arcar com gastos maiores com subsídios, o que levará a prefeitura a dar um aumento maior do que o pretendido.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Rogerio Belda disse:

    Mudamos de século, mas não de desorientação. Mas, Curitiba continua sendo uma cidade exemplar, comparada com outras cidades. E, tem mais, seu prefeito é bem-humorado. Belda .

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading