Empresas de ônibus de Curitiba prometem ir à Justiça se assembleia de cobradores e motoristas prejudicar operação
Publicado em: 6 de novembro de 2018

Sindimoc vai se reunir nesta quinta-feira para decidir greve
JESSICA MARQUES
As empresas de ônibus de Curitiba, no Paraná, prometeram ir à Justiça caso o resultado da assembleia dos cobradores e motoristas prejudique a operação do transporte público na capital.
O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) anunciou que vai realizar uma assembleia na próxima quinta-feira, 08 de novembro de 2018, para decidir se haverá uma greve geral de ônibus na capital paranaense e cidades vizinhas.
Em nota publicada nesta terça-feira, 6 de novembro de 2018, o Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) informou que buscará reparação na Justiça caso a assembleia da categoria afete o serviço regular de transporte coletivo.
“Além disso, o Setransp considera desproporcional e descabida a possível aprovação de indicativo de greve em razão de um projeto de lei que apenas começou a tramitar – tendo pela frente um longo período de debates e discussões na Câmara – e que trata de tema também considerado na Convenção Coletiva 2018/2019, assinada em conjunto com o Sindimoc”, informou o Setransp, em nota.
O Setransp informou ainda que está cumprindo o que foi acordado na Convenção Coletiva. “Garantindo estabilidade por 12 meses, dando ciência aos trabalhadores e disponibilizando a requalificação. Até o momento, cerca de 2,5 mil cobradores demonstraram interesse nos 57 cursos oferecidos pelo Senat.”
Confira a nota do Setransp na íntegra:
PROJETO PODE EXTINGUIR FUNÇÃO DOS COBRADORES
Com a assembleia para definir a possibilidade de greve, o Sindimoc quer que a administração do prefeito Rafael Greca volte atrás em um projeto que enviou para a Câmara Municipal e que pode extinguir a função dos cobradores.
O projeto abre espaço para implantação de bilhetagem em todo o sistema, o que hoje é proibido, segundo o sindicato.
A entidade contesta a alegação da prefeitura, autora do projeto, e da URBS – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora do sistema, que “trabalhadores serão reaproveitados”.
“Nas outras cidades em que isso foi implantado, foi a mesa conversa, mas depois demitiram todos. É sempre assim. E a tarifa, eles baixam um pouco no começo, para adoçar a opinião pública, e depois o preço sobe até mais, para compensar. Não vamos aceitar! No Brasil com 14 milhões de desempregados, essa medida é inadmissível”, disse, em nota, o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.
Como mostrou o Diário do Transporte, o projeto de lei do Executivo quer da uma nova redação para o artigo 2º de uma lei municipal de 2001 (nª 10.333).
Na justificativa do projeto, a gestão Greca cita a questão da segurança pública como fator motivador principal para a proposta e deixa claro que a função dos cobradores vai acabar sendo necessária a recolocação destes profissionais em outras funções.
Relembre:
Prefeitura e empresas de ônibus ainda falam em modernização do sistema.
Em nota durante a última semana, o Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana), que representa as viações, informou que está em negociação com a Fecomercio e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) para ampliar a oferta de cursos de requalificação para os cobradores.
“Tendo em vista que a adoção dessa nova bilhetagem poderá diminuir postos de trabalho de cobradores, o Setransp, preocupado com essa situação, assinou a Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2019 com o Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) garantindo a estabilidade de cobradores por 12 meses e oferecendo a oportunidade de requalificação desses profissionais, o que já vem fazendo em parceria com o Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte)”, anunciou a entidade patronal no comunicado à imprensa.
Jessica Marques para o Diário do Transporte
Comentários