DOCUMENTOS: Orçamento do Estado de São Paulo prevê subsídios de R$ 1,72 bilhão para EMTU, trem e metrô e; da prefeitura, R$ 5,1 bilhões para ônibus
Publicado em: 16 de outubro de 2023

Tarifas estão congeladas desde 2020 e ainda não há definição sobre aumento em 2024, ano eleitoral
ADAMO BAZANI/ALEXANDRE PELEGI
Os sistemas de ônibus intermunicipais metropolitanos (EMTU), trens metropolitanos e metrô, de responsabilidade do Estado de São Paulo, devem receber em 2024, R$ 1,72 bilhão de subsídios.
É o que propõe o governador Tarcísio de Freitas no projeto de lei do Orçamento para o próximo ano, que será ainda votado pelos deputados estaduais das Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
Os valores, portanto, podem mudar até a aprovação final, uma vez que o projeto vai receber emendas, que são sugestões dos deputados sobre como realocar o dinheiro.
O Diário do Transporte mostrou que a proposta para todo o orçamento em 2024 será de R$ 307 bilhões.
Relembre:
Grande parte dos subsídios é para cobrir a diferença entre o que é arrecadado nas catracas e os custos do sistema, incluindo gratuidades para idosos, estudantes e pessoas com deficiência, integrações entre os trilhos e os ônibus municipais da capital paulista e os repasses para as operadoras privadas de trilhos.
Estas operadoras recebem mais por passageiro de complementação que as linhas públicas.
Em média, o Metrô de São Paulo recebe R$ 2,07 por usuário e a ViaQuatro (linha 4) e ViaMobilidade (linha 5) contam com valores entre R$ 3,60 e R$ 3,90 de repasses por passageiro.
As tarifas de ônibus da capital paulista (SPTrans), de ônibus intermunicipais metropolitanos (EMTU) e de trem e metrô tiveram o último reajuste em janeiro de 2020.
As tarifas unitárias dos ônibus do sistema SPTrans e dos trilhos foram, na ocasião, de R$ 4,30 para R$ 4,40 e permanecem até hoje com este valor.
E se depender do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que tenta reeleição, em 2024, não devem ter aumento.
No dia 18 de setembro de 2023, em entrega de 50 ônibus elétricos para a capital, o prefeito já indicou para a possibilidade do congelamento tarifário em 2024.
Com o congelamento e a perda de demanda de passageiros provocada pela pandemia de covid-19 nos anos de 2020, 2021 e 2022, ainda não plenamente recuperada, os subsídios ao sistema de ônibus da cidade subiram.
Na ocasião da entrega destes ônibus, Nunes disse que os valores neste ano de 2023 podem se aproximar de R$ 6 bilhões.
Relembre:
O Diário do Transporte também noticiou que, na proposta do Orçamento para a cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes sugeriu R$ 5,1 bilhões (R$ R$ 5.154.898.688) para Compensações Tarifárias do Sistema de Ônibus, ou seja, os subsídios à operação dos cerca de 12 mil coletivos da cidade.
Este valor não contempla a “Tarifa Zero” cujos estudos, segundo Nunes, estão em andamento.
O custo total do sistema de ônibus, entre subsídios e o que é arrecadado nas catracas, neste ano é de cerca de R$ 10 bilhões e, estimativas da prefeitura, trabalham com um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões para o ano que vem.
Ou seja, se houver tarifa zero, é este valor, entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, que terá de sair dos cofres públicos.
Relembre:
Em pleno ano eleitoral, a gestão Nunes prevê um orçamento de R$ 110,7 bilhões, uma alta de quase 16% na comparação com o exercício de 2023.
Veja os valores propostos de subsídios:
TRANSPORTES METROPOLITANOS (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO)
TRANSPORTES POR ÔNIBUS MUNICIPAIS CAPITAL PAULISTA (PREFEITURA DE SÃO PAULO)
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Alexandre Pelegi
A prefeitura de SP está numa sinuca de bico. O custo dos ônibus está aumentando muito mais rápido que o dos trens, mas a expansão do metrô está muito lenta e, pra piorar, priorizando outras cidades em vez da capital. Está na hora da cidade de SP debater a possibilidade da prefeitura investir por conta própria em sistemas de baixa e média capacidade sobre trilhos pra compensar a falta de metrô e reduzir a dependência de ônibus.