Passageiros enfrentam problemas na recarga do Cartão TOP após instabilidade em terminais de auto atendimento nesta quinta (20)
Publicado em: 20 de julho de 2023

Administradora da plataforma diz que equipe técnica atua para resolver intercorrência
ARTHUR FERRARI
Passageiros enfrentam dificuldades para recarregar o Cartão TOP nos totens de auto atendimento das estações Tucuruvi, da linha 1-Azul do Metrô, e Dom Bosco, da linha 11-Coral da CPTM, nesta quinta-feira, 20 de julho de 2023.
De acordo com a Autopass, empresa responsável pela administração da Plataforma TOP, o problema ocorre após uma instabilidade no sistema.
A equipe técnica da administradora já atua para solucionar o problema.
Em caso de impossibilidade de recarga, em nota enviada ao Diário do Transporte a empresa orienta o passageiro a recorrer as bilheterias das estações, a um dos oito mil pontos comerciais distribuídos pela Região Metropolitana e Capital ou aos canais digitais como WhatsApp.
Veja a nota na íntegra:
A Autopass, empresa que administra a Plataforma TOP, pede desculpas aos passageiros e informa que há uma intermitência sistêmica em algumas ATMs, entre elas da Estação Tucuruvi e Dom Bosco. A equipe técnica já atua para correção deste problema.
Reforçamos, que além das máquinas de autoatendimento, os passageiros também podem comprar os bilhetes por canais digitais, via WhatsApp TOP (11 3888-2200) e pelo APP TOP, além de 8 mil pontos comerciais parceiros distribuídos pela Região Metropolitana e Capital, que podem ser conferidos no site boradetop.com.br. Essas estações contam também com bilheterias.
NUNES DETERMINOU COTAÇÃO DA TECNOLOGIA DO TOP:
As falhas no sistema de Bilhete Único são antigas e a tecnologia é a mesma desde quando o cartão foi implantado na cidade em 2004.
A prefeitura tenta atualizar a tecnologia desde 2019, mas sem sucesso.
Nesta quarta-feira, 05 de julho de 2023, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse determinou uma cotação da tecnologia usada no Cartão TOP, dos ônibus intermunicipais (EMTU) e dos trilhos, para o sistema de ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte).
“A gente tem feito muitas ações porque o sistema é antigo, já pedi para a gente cotar um novo sistema, verificar este sistema que o Governo do Estado está fazendo, o TOP, que o Metrô implantou, para fazer uma cotação desse sistema, me parece que ele é melhor, mais preparado do ponto de vista tecnológico. A gente está constantemente em busca de melhoras” – disse Nunes.
O sistema do TOP é ainda alvo de críticas por parte de passageiros e os problemas técnicos, principalmente no início do funcionamento, motivaram o MP (Ministério Público de São Paulo), por meio da promotoria de Defesa do Consumidor, a abrir uma investigação.
Uma suposta venda casada da modalidade crédito nas Lojas Pernambucanas também é alvo das apurações.
Falhas em recargas, no QRCOde e no funcionamento do TOP diminuíram em relação aos primeiros meses de operação, mas ainda é comum achar diversas críticas dos passageiros, em especial nas redes sociais.
Relembre:
PRINCIPAIS DÚVIDAS:
Veja algumas das principais questões:
Quem teve o Bilhete Único bloqueado por esta falha o que deve fazer?
Deve ir a um posto da SPTrans levando o cartão bloqueado e o documento oficial original com foto
Vai ser cobrada a segunda via?
Não. Para este caso específico, a segunda via não será cobrada
O passageiro vai perder os créditos?
Não. A SPTrans diz que todos os créditos existentes no cartão bloqueado serão passados para o cartão novo
O passageiro pode usar na hora os créditos antigos no bilhete novo após a troca?
Nem sempre. O prazo para os créditos estarem disponíveis é de até 72 horas.
Quem perder horas ou dia de trabalho porque teve de ir a um posto da SPTrans vai ter atestado?
Sim. A SPTrans diz que emitirá um atestado de comparecimento referente a apenas as horas que o passageiro esteve no posto
Quem for passar o cartão e por causa dessa falha a catraca não liberou vai poder fazer a viagem?
Sim. Segundo a SPTrans, as empresas de ônibus foram orientadas para que os motoristas e cobradores permitam que o passageiro desembarque pela porta da frente desde que apareça a mensagem de bloqueio no validador. A STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) diz também que orientou os agentes do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) a liberarem as catracas nas estações de trens, metrô e monotrilho. A ViaQuatro e a ViaMobilidade disseram que também orientaram a liberação da passagem nas estações das linhas que operam
Os dados pessoais dos passageiros vazaram desta vez?
Não. Em 23 dezembro de 2022, a SPTrans admitiu que vazaram os dados pessoas de 13 milhões de usuários do Bilhete Único de uma base de dados de abril de 2020, mas desta vez, a gerenciadora diz que não foi este tipo de problema.
Relembre o vazamento: https://diariodotransporte.com.br/2022/12/23/sistema-do-bilhete-unico-e-invadido-e-dados-pessoais-de-13-milhoes-usuarios-vazam-nao-e-necesssario-correr-para-postos-da-sptrans-diz-gerenciadora/
Este problema tem a ver com fraude?
A SPTrans diz que não.
Este problema tem relação as dificuldades que os passageiros têm relatado na leitura dos cartões em alguns ônibus ou para fazer as recargas?
Não, segundo a SPTrans é outro problema
O que ocorreu então?
A SPTrans explica que aconteceu um erro de sintaxe em seu sistema que enviou aos validadores uma lista de cartões a serem cancelados. Erro de sintaxe é uma mensagem que ocorre na informática, muitas vezes disparada indevidamente.
Quando foi identificado o problema?
Desde a noite de sexta-feira, 30 de junho de 2023
Quantas pessoas foram prejudicadas?
Até o momento, 40 mil cartões foram bloqueados indevidamente e a SPTrans diz que tenta evitar que este número aumente.
O Bilhete Único está apresentando uma série de problemas: bloqueios indevidos, dificuldade de leitura e recarga, suspeitas de fraudes e vazamento de dados. A tecnologia vai ser aperfeiçoada?
A SPTrans não deu nenhuma data para que a tecnologia evolua, mas disse que o processo de modernização da rede do Bilhete Único está em fase de desenvolvimento do sistema pela fundação contratada.
Tem como consultar pela Internet?
Para tentar evitar constrangimento e se programar melhor, diante do bloqueio indevido de 43 mil unidades do Bilhete Único, o passageiro pode pela internet verificar se o cartão que possui foi ou não cancelado.
De acordo com a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, a consulta deve ser feita pelo link https://scapub.sbe.sptrans.com.br/sa/consultaCartao/
Caso haja o bloqueio serão exibidas as mensagens de “Situação: Inativo” e “Observação: Bilhete com erro de leitura”, além de um link com escrito “Saiba Mais” que leva para mais informações sobre o caso.
A consulta pode ser feita pela internet, mas o desbloqueio neste caso, somente de forma presencial, o que tem gerado filas nos postos da SPTrans.
HISTÓRICO DE PROBLEMAS E DEFASAGEM DO BILHETE ÚNICO:
O prefeito Ricardo Nunes voltou a admitir que a tecnologia do Bilhete Único dos ônibus de São Paulo e também aceito nos trilhos é defasada.
O sistema atual é de 2004, quando o Bilhete Único foi implantado e, desde então, não passou por uma modernização significativa.
O histórico de problemas do Bilhete Único é grande, com falhas na recarga, bloqueios e até o vazamento de dados pessoais de 13 milhões de usuários.
Em 2013 e 2017, houve até extravio de créditos, causando transtornos nos postos da SPTrans.
Em 2019, uma auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município) mostrava que a SPTrans tinha gastado até então mais de R$ 100 milhões para tentar mudar a tecnologia que foi considerada pelos técnicos da corte como falha e insegura.
Ainda em 2019, a prefeitura anunciou a contratação do Consórcio Bilhete SP para implantar um sistema mais seguro, mas depois desistiu poque o modelo apresentado pelo consórcio não atendia os requisitos mínimos de funcionalidade.
A prefeitura cobra desde 2019, R$ 30 milhões do consórcio, formado pelas empresas Tivit Terceirização de Processos, Serviços e Tecnologia S.A e pela PC Service Tecnologia Ltda.
O contrato foi de R$ 85,4 milhões.
Em 2022, a prefeitura contratou a Fundação Ezute por R$ 27 milhões para atualizar o sistema de bilhetagem até fevereiro de 2025.
Como mostrou o Diário do Transporte em 23 de dezembro de 2022, a SPTrans informou que o sistema do Bilhete Único foi invadido e dados pessoais de 13 milhões usuários vazaram.
Os dados tinham como base o mês de abril de 2020.
Entre as informações vazadas estavam: nome, nome social, data de nascimento, CPF, RG, endereço, número de telefone, filiação, PIS, matrícula de aluno, estado civil, naturalidade, sexo, e-mail, além de login e senha do portal de serviços da SPTrans na internet.
Relembre:
Em 30 de janeiro de 2023, a Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação para investigar o vazamento de dados de 13 milhões de usuários do Bilhete Único por causa de um ataque de hackers.
A ação foi da Delegacia de Crimes Cibernéticos do Deic, o departamento que investiga o crime organizado.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em dois endereços residenciais da capital paulista.
Os policiais chegaram aos locais por meio do identificador IP dos computadores.
Relembre:
No dia 05 de julho de 2023, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse determinou uma cotação da tecnologia usada no Cartão TOP, dos ônibus intermunicipais (EMTU) e dos trilhos, para o sistema de ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte).
“A gente tem feito muitas ações porque o sistema é antigo, já pedi para a gente cotar um novo sistema, verificar este sistema que o Governo do Estado está fazendo, o TOP, que o Metrô implantou, para fazer uma cotação desse sistema, me parece que ele é melhor, mais preparado do ponto de vista tecnológico. A gente está constantemente em busca de melhoras” – disse Nunes.
O sistema do TOP é ainda alvo de críticas por parte de passageiros e os problemas técnicos, principalmente no início do funcionamento, motivaram o MP (Ministério Público de São Paulo), por meio da promotoria de Defesa do Consumidor, a abrir uma investigação.
Uma suposta venda casada da modalidade crédito nas Lojas Pernambucanas também é alvo das apurações.
Falhas em recargas, no QRCOde e no funcionamento do TOP diminuíram em relação aos primeiros meses de operação, mas ainda é comum achar diversas críticas dos passageiros, em especial nas redes sociais.
Relembre:
Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte