Ministério Público protocola questionamentos ao Metrô e ao Consórcio CMEL sobre queda de pedaço de viga de monotrilho
Publicado em: 27 de setembro de 2022

Como mostrou o Diário do Transporte em primeira mão, pedaço caiu sobre ciclovia na avenida professor de Anhaia Melo
ALEXANDRE PELEGI/ADAMO BAZANI
O promotor Silvio Antônio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da Capital, do Ministério Público de São Paulo, deu entrada nesta terça-feira, 27 de setembro de 2022, de pedidos de esclarecimentos ao Metrô de São Paulo e à concessionária responsável pela implantação do sistema, CMEL (Consórcio Monotrilho Expresso Leste), sobre a queda de um pedaço de concreto de uma viga da linha 15-Prata do monotrilho da zona Leste da capital paulista.
As duas solicitações juntam reportagem do Diário do Transporte, que noticiou o fato em primeira mão.
No pedido ao Metrô e ao Consórcio, o promotor solicita em prazo de 10 dias informações sobre o conteúdo da reportagem, e da existência de riscos aos usuários da Linha 15-Prata ou dos transeuntes e ciclistas que passam sob sua estrutura.
Dentro do mesmo prazo, o promotor Sílvio Marques pede também cópia de documentos e de eventual relatório técnico relativo à segurança da estrutura.
Como mostrou o Diário do Transporte em primeira mão na sexta-feira (23), na noite de quinta-feira (22), ocorreu a queda de um pedaço da estrutura do pilar 45, sobre a ciclovia que passa embaixo do monotrilho também na Avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Mello.
O pilar 45 fica entre as estações Oratório e São Lucas.
Relembre a matéria em primeira mão:
O Metrô de São Paulo disse que não houve abalo na estrutura e que foi realizada, durante um trabalho de manutenção, a retirada do “excesso de cimento” do canto da viga.
A versão do Metrô de São Paulo foi colocada em dúvidas por especialistas que disseram ao Diário do Transporte que “é nítido” que caiu pedaço e não era excesso de cimento, além de não descartarem riscos aos passageiros e, principalmente, a pedestres, ciclistas, motoristas e até passageiros e motoristas de ônibus.
“Pode haver uma redução brusca de velocidade do monotrilho e os passageiros caírem justamente pelas rodas do monotrilho passaram por perfis diferentes na viga. Para quem está embaixo, é pior ainda. Imagine um pedaço desse concreto atingindo o para-brisa de um veículo. A altura de onde se solta o pedaço de concreto é outro fator. Ao cair, pela força empreendida sobre o pedaço, peso pode ser tornar dez vezes maior. Dependendo do tamanho deste pedaço, ele pode chegar embaixo com um tal peso capaz de perfurar facilmente o teto de um ônibus, mesmo sendo este um veículo com uma estrutura mais forte que outro carro menor” – explicou um dos especialistas ouvidos pelo Diário do Transporte, o técnico em edificações formado pela Escola Técnica Getúlio Vargas e arquiteto e urbanista pela FIAM FAAM (FMU), Raphael Toscano
Relembre:
O Diário do Transporte também conversou, por e-mail, com o Engenheiro Civil Roberto Racanicchi, conselheiro e coordenador adjunto da Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP).
Racanicchi diz que este tipo de incidente não deve ser encarado como comum e defendeu manutenção criteriosa.
Veja abaixo os documentos protocolados pelo PMSP:
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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