ENTREVISTA: MAN deve desenvolver micro-ônibus elétrico para o Brasil a partir da plataforma do caminhão e-Delivery
Publicado em: 12 de dezembro de 2017
Com isso, BYD que já tem produto em circulação deve enfrentar concorrência no segmento de ônibus leves urbanos elétricos
ADAMO BAZANI
A MAN – Volkswagen Caminhões e Ônibus está de olho nas tendências de veículos menos poluentes e, após lançar em parceria com a Eletra o caminhão leve e-Delivery elétrico, com PBT de 9 ou 11 toneladas, deve investir em um micro-ônibus que se movimenta também apenas com eletricidade para o mercado brasileiro.
Em entrevista ao Diário do Transporte, na última semana, o presidente e CEO da MAN Latin America, Roberto Cortes, disse que a plataforma deste micro-ônibus elétrico deve ser desenvolvida a partir do e-Delivery.
“Não quero me adiantar do que vem pela frente, mas não podemos negar que a plataforma do novo Delivery que contempla uma versão elétrica, no caso dos [micro] ônibus pode ser a plataforma também de um micro elétrico do setor [de transporte urbano de passageiros].” – disse o executivo maior da MAN em toda a América Latina para o repórter Adamo Bazani.
São Paulo deve ser o maior mercado para estes ônibus.
Acompanhando as discussões sobre a alteração da Lei de Mudanças Climáticas, para a implantação de novas metas de redução da poluição pelos ônibus da Capital Paulista, em uma das audiências públicas a respeito do tema na Câmara Municipal de São Paulo, o Diário do Transporte noticiou que uma das preocupações para a concretização destas metas é com o subsistema local (ex-cooperativas) pela falta de opções de modelos menos poluentes de ônibus mídis e micros. Representantes da indústria disseram que, proporcionalmente, pelo custo e por capacidade de lotação, um micro-ônibus sai mais caro que um ônibus convencional, de 15 metros ou articulado menos poluente.
Relembre:
O presidente e CEO da MAN Latin America, Roberto Cortes, acredita que o desenvolvimento a partir de um caminhão, cujo volume de produção é maior, pode ajudar na redução dos custos e deixa claro que o subsistema local do sistema de transportes da capital paulista é o principal foco para um micro-ônibus elétrico da marca.
“A questão das [ex] cooperativas certamente é um dos nichos que nós estamos olhando como oportunidade e, além disso, o volume de vendas do [novo] Delivery está se provando que será muito alto. Isso vai fazer com que haja um barateamento na aplicação do ônibus, em se utilizando a mesma plataforma. Realmente está se mostrando uma possibilidade muito viável” – disse o executivo à reportagem do Diário do Transporte.
OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
ROBETO-CORTES-MAN-ADAMO BAZANI
O e-Delivery é fruto de uma parceria com a Eletra Industrial, empresa de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que há mais de 30 anos fabrica sistemas para ônibus elétricos, híbrido e trólebus.
A primeira apresentação do modelo ocorreu no dia 11 de outubro, no Innovation Day, em Hamburgo, na Alemanha.
A fabricante de bebidas Ambev será a primeira empresa a operar em testes e-Delivery no Brasil a partir de 2018. O modelo passa a ser produzido em série na planta de Resende no ano de 2020.
Com a concretização deste projeto do micro-ônibus, a chinesa BYD, que tem planta em Campinas, no interior paulista, pode deixar de ser a única empresa no mercado brasileiro que oferece um ônibus pequeno não poluente.
Hoje a empresa, em parceria com a Volare, da Marcopolo, já tem um modelo desenvolvido de miniônibus 100% elétrico que já transporta passageiros pela Viação Piracicabana, em Santos, no Litoral Paulista.
Até o momento, segundo a Piracicabana, o desempenho do modelo tem sido satisfatório. Relembre matéria em:
Na ocasião, Roberto Cortes disse também que MAN –Volkswagen Caminhões e Ônibus projeta crescimento de olho no mercado interno e também nas exportações e diz que a marca deve abrir unidades fabris em outros países, como Nigéria. Uma nova unidade na América Latina também faz parte dos planos da MAN, segundo o executivo.
No mercado interno, a expectativa em 2018, de acordo com Cortes, é de crescimento em torno de 10% a 20%. Já para o mercado externo, a MAN prevê um crescimento entre 20% e 40%
“Nosso plano é de internacionalização de fato. O maior mercado da MAN Latin America é o Brasil e nossos produtos sempre foram direcionados para a realidade operacional daqui, tanto de ônibus como de caminhão. Verificamos que podemos atender de maneira mais personalizada os outros mercados, muitas vezes com pequenas alterações em cada produto”, disse
O desenvolvimento de modelos específicos para países latinos já é uma realidade.
É o caso do ônibus midi Volksbus 14.190 SCD, desenvolvido para o México.
O motor MAN D08 foi reposicionado, ficando mais à frente da carroceria. O estilo é conhecido no País como trompudo e representa, segundo a empresa, mais de 50% das vendas, concentradas especialmente nos modelos de 12 a 15 toneladas.
Relembre:
Os investimentos de R$ 1,5 bilhão anunciados em dezembro do ano passado pela MAN, para o ciclo até 2021, já comtemplam a internacionalização.
Relembre:
Quanto ao mercado interno, os principais objetivos são retomar a liderança no mercado de caminhões e ampliar a participação nos segmentos de ônibus, para os quais, segundo Cortes, a MAN está otimista. O executivo voltou a reforçar o ônibus elétrico como estratégico para a empresa.
“Nós estamos otimistas em relação a nossa posição em ônibus, vemos grandes possibilidades de crescimento, estamos trabalhando e, nessa vida, tudo é foco. Nós atingimos a liderança em caminhões e agora estamos nos dirigindo no sentido de obtermos este mesmo sucesso com o ônibus. Eu posso adiantar que uma das alternativas é ver novas formas de transporte de passageiros com baixo custo. Uma delas que estamos analisando é, de eventualmente, a aplicação, por exemplo, da motorização elétrica para o transporte urbano” – reafirmou.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Muito interessante a evolução e desenvolvimento das soluções 100% elétricas.
Capacidade técnica nós temos no Brasil. Apenas o poder público tem que definir regras estáveis, e que não mudem a cada legislatura.
Eletrificação é o caminho para redução de emissões e menor custo operacional.
Amigos, boa noite.
Parabéns MAN.
O filet do buzão no futuro serão os micros.
Isto Paulo Gil já previu.
Metro aumentando e Aerotrem um dia saiu ai o ideal será a rede a lá Paulo Gil VAPT VUPT.
Buzão pesadão e lerdo já era, o futuro serão os trilhos e os micros.
Sem contar que o AEROMÓVEL já está Marcopolizado.
Att,
Paulo Gil
“BUzão e Emoção é a Paixão”