VLT de Cuiabá continua indefinido: Governo de MT estuda saídas; prefeito quer plantar palmeiras

VLT Cuiabá já deveria estar em operação antes da Copa de 2014. Foto: Secopa

Secretário estadual defende diálogo e afirma que diálogo com prefeito de Cuiabá é melhor caminho para resolver impasse sobre VLT

ALEXANDRE PELEGI

No início desta semana o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), anunciou que iria lançar em 30 dias uma licitação para plantar palmeiras imperiais e ipês em toda a extensão das avenidas Fernando Corrêa da Costa e Historiador Rubens de Mendonça. Detalhe: estes são os corredores destinados ao VLT, os mais castigados pelas intervenções, locais onde as árvores foram retiradas para as obras.

A rearborização da cidade foi anunciada pelo prefeito frente à indecisão do futuro do Veículo Leve sobre Trilhos.

Irritado com o impasse que cerca a indecisão sobre os rumos da obra, o prefeito garantiu que a iniciativa será adotada, independentemente da conclusão ou não das obras do modal. “Cuiabá não pode pagar o pato desse problemaço que se transformou o VLT, porque passou a ser obstáculo ao embelezamento urbano, paisagismo e até desenvolvimento urbano”, disse Emanuel Pinheiro.

O VLT de Cuiabá-Várzea Grande já consumiu mais de R$ 1 bilhão, deixando prontos apenas seis quilômetros de trilhos por onde os trens, importados da Espanha, nunca circularam para atender a população.

Já bastante comprometidas, as obras do VLT ficaram ainda mais complicadas após a Operação Descarrilho, deflagrada no início de agosto pela Polícia Federal (PF).

A operação da PF, que apontou fraudes na licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes que teriam ocorridos durante a escolha do modal VLT, levou o governador Pedro Taques a determinar a suspensão do diálogo com o Consórcio VLT para a retomada das obras. Apesar disso, o governo do Estado do Mato Grosso afirma que a conclusão do modal é uma das suas prioridades.

O secretário Wilson Santos reafirmou a intenção do Estado em retomar os trabalhos ainda este ano, mas que não há condições de finalizá-los em 2018. O secretário havia afirmado no dia 19 de outubro que em poucos dias haveria uma definição por parte do governo estadual sobre a continuidade da obra. Num reunião marcada para o dia 24 de outubro um conjunto de secretários irá apresentar as alternativas para que o governador Pedro Taques pudesse decidir qual o melhor caminho ou a melhor modalidade para retomar e concluir o VLT.  Dentre as opções analisadas, uma delas é firmar uma parceria público-privada (PPP) e a outra é realizar uma nova licitação, apenas para terminar as obras. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/10/20/vlt-de-cuiaba-ja-consumiu-r-600-milhoes-de-emprestimo-do-bndes-feito-pelo-governo-do-mt/

Pois bem. Até agora nada foi decidido sobre a continuidade da obra, o que explica o descontentamento do prefeito de Cuiabá.

Ontem o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, Max Russi, veio a público dizer que o diálogo com o prefeito Emanuel Pinheiro “é o melhor caminho para buscar uma solução acerca do VLT”.

Ele acredita que a polêmica é ruim para o Estado. “Roubaram o VLT, compraram os vagões sem necessidade, está aí hoje enferrujando. O secretário Wilson Santos tem como prioridade, tentou uma solução, mas ainda não foi possível”, explicou ele à imprensa regional.

Max tentou dar números para dimensionar a dificuldade da solução: a obra do VLT parada custa ao Estado cerca de R$ 15 milhões por mês de dívidas do modal. “É dinheiro saindo do nosso bolso, pagar algo que não existe. Hoje ninguém está andando de VLT, muito pelo contrário”.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Precisa ser Palmeira Imperial ???

    Por que não planta umas jaboticabeiras ???

    Vai entender…

    Att,

    Paulo Gil

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