VLT de Cuiabá já consumiu R$ 600 milhões de empréstimo do BNDES feito pelo Governo do MT

Na próxima semana governador de MT deverá decidir qual o melhor caminho para retomar o VLT: nova licitação ou PPP

ALEXANDRE PELEGI

Do empréstimo feito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 1,4 bilhões pelo Governo do Estado do Mato Grosso para instalação do veículo leve sobre trilhos (VLT), cerca de R$ 600 milhões já foram consumidos pela obra.

A informação foi dada pelo secretário de Estado de Cidades (Secid), Wilson Santos, nesta quinta-feira, 19.

Wilson afirmou ainda que está prevista para a próxima terça-feira, dia 24, a apresentação das alternativas que vêm sendo estudadas para a continuidade das obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande, interrompidas desde 2014.

O VLT de Cuiabá-Várzea Grande já consumiu mais de R$ 1 bilhão, deixando prontos apenas seis quilômetros de trilhos por onde os trens, importados da Espanha, nunca circularam para atender a população.

Já bastante comprometidas, as obras do VLT ficaram ainda mais complicadas após a Operação Descarrilho, deflagrada no início de agosto pela Polícia Federal (PF).

A operação da PF, que apontou fraudes na licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes que teriam ocorridos durante a escolha do modal VLT, levou o governador Pedro Taques a determinar a suspensão do diálogo com o Consórcio VLT para a retomada das obras. Apesar disso, o governo do Estado do Mato Grosso afirma que a conclusão do modal é uma das suas prioridades.

Ontem o secretário Wilson Santos reafirmou a intenção do Estado em retomar os trabalhos ainda este ano, mas que não há condições de finalizá-los em 2018. Wilson disse ainda que na próxima terça-feira um conjunto de secretários irá apresentar as alternativas para que o governador Pedro Taques possa decidir qual o melhor caminho ou a melhor modalidade para retomar e concluir o VLT.

O VLT, quando concluído, terá cerca de 22 quilômetros e dois eixos, e deveria ter sido entregue na Copa de 2014.

Dentre as opções analisadas, uma delas é firmar uma parceria público-privada (PPP) e a outra é realizar uma nova licitação, apenas para terminar as obras.

CONSÓRCIO VLT É RESPONSABILIZADO:

Nesta semana a Controladoria Geral do Estado (CGE) abriu processo administrativo responsabilizando o Consórcio VLT e mais quatro empresas por indícios de corrupção.

Caso sejam comprovados os atos lesivos praticados contra a Administração Pública, as empresas poderão arcar multas entre 0,1% a 20% do faturamento bruto de cada uma delas, conforme previsto na Lei Federal de Anticorrupção (nº 12.846/2013).

As irregularidades foram apontadas por meio de auditorias e da delação do ex-governador Silval Barbosa na “Operação Descarrilho”, que apura a suposta prática de crimes de fraudes a procedimentos licitatórios, associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de capitais, entre anos de 2011 a 2014.

Foram citadas no processo as empresas: Cohabita Construções LTDA; Todeschini Construções e Terraplanagens Ltda.; Constil Construções e Terraplanagem LTDA e Multimetal Engenharia de Estruturas Ltda., atualmente denominada Indústria Metalúrgica BL Steel Ltda.

O consórcio VLT é composto pelas pessoas jurídicas CR Almeida S/A Engenharia de Obras; CAF Brasil Indústria e Comércio S/A; Santa Bárbara Construções S/A; Magna Engenharia LTDA e Astep Engenharia Ltda.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. João Luís Garcia disse:

    O VLT de Cuiabá é com certeza um dos maiores exemplos do mal uso dos recursos públicos
    Estive lá e pude confirmar o erro que foi a escolha do VLT quando todos os especialistas apontavam que o melhor seria a opção pelo BRT que além de mais barato haveria a possibilidade de licitar e transferir o custo da obra e da operação a iniciativa privada
    E detalhe a obra era para a Copa de 2014
    Hoje a Copa passou, a cidade continua sem o VLT, os trens foram comprados e permanecem se deteriorando ao longo do tempo
    Vergonha aliás mais uma de tantas da nossa classe política

    1. Paulo Gil disse:

      João Luís Garcia, boa noite.

      Você foi muito generoso.

      O VLT de Cuiabá é puro desperdício do dinheiro do contribuinte.

      Não foi erro, foi proposital para faturar, se tivessem elaborados estudos técnicos sérios esse modal não teria sido escolhido.

      Vergonha não, são crimes de vários tipos do Código Penal, mas como é colarinho branco…

      PIZZA, como vemos todo dia na TV.

      Abçs,

      Paulo Gil

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