Metrô e CPTM somaram R$ 1,75 bilhão em prejuízos e participação dos ônibus nos deslocamentos na Grande São Paulo volta a ser semelhante à antes da pandemia
Publicado em: 30 de abril de 2024
Durante pandemia de covid-19, quem tinha de se deslocar por transporte público acabou utilizado proporcionalmente mais os ônibus em toda a Grande São Paulo
ADAMO BAZANI
Colaborou Alexandre Pelegi
MATÉRIA PUBLICADA ORGINALMENTE ÀS 12H01 EM PRIMEIRA MÃO
Em 2023, o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) registraram prejuízo de aproximadamente R$ 1,75 bilhão, de acordo com os relatórios de administração das duas estatais.
Como já havia mostrado o Diário do Transporte em 08 de abril de 2024, somente o Metrô registou redução de R$ 900 milhões no período. O prejuízo foi inferior em 22,9% ao registrado em 2022, de R$ 1,16 bilhão.
Um dos principais motivos para o resultado foi o aumento no volume de passageiros transportados no período.
Graças a isso, a receita operacional líquida alcançou R$ 2,3 bilhões no acumulado de 2023, aumento de 7,2% quando comparado a 2022, quando alcançou R$ 2.16 bilhões.
Relembre:
Já a CPTM, em 2023, de acordo com o relatório, teve prejuízo de R$ 851,7 milhões, praticamente o dobro do prejuízo de 2022, que foi de R$ 432,7 milhões.
A recuperação da demanda perdida na pandemia de covid-19 foi gradativa.
De acordo com o relatório do Metrô, que traz todos os meios de transportes públicos da Grande São Paulo, a participação percentual dos ônibus nos deslocamentos na região metropolitana, que subiu durante a pandemia, já voltou aos patamares de 2019: em torno de 63%
Durante pandemia de covid-19, quem tinha de se deslocar por transporte público acabou utilizado proporcionalmente mais os ônibus em toda a Grande São Paulo
Participação percentual não é a demanda em números absolutos.
Proporcionalmente, na pandemia, os sistemas de trilhos na Grande São Paulo (Metrô, CPTM e concessão) perderam mais passageiros.
Em números absolutos, em 2023, os ônibus registraram na Grande São Paulo, 3,22 bilhão de embarques. Somente nos ônibus da capital, foram 2,08 bilhões, de acordo com o documento.
Nos trilhos, a demanda somou 1,88 bilhão de registros de passagens.
Adamo Bazani e Alexandre Pelegi, jornalistas especializados em transportes
As empresas que administram as linhas privatizadas, tiveram lucro ou prejuízo nesse período? Porque, a meu ver, administrar uma empresa com lucro certo é entregar o ouro para o bandido.
Simples, o governo estadual é obrigado contratualmente a compensar os custos das empresas privadas, mas só precisa compensar os custos das empresas estatais quando achar necessário.
A culpa não é da privatização, mas sim da economia porca que o governo faz.