Trólebus ainda estão sem circular neste domingo (05) em duas linhas na cidade de São Paulo por causa da chuva de sexta (03)
Publicado em: 5 de novembro de 2023

Serviços estão sendo feitos por ônibus a diesel
ADAMO BAZANI
As linhas 4113/10 Gentil de Moura – Pça. da República e 2100/121 Term. Vl. Carrão – Term. Pq. D. Pedro II ainda estão sendo operadas neste domingo, 05 de novembro de 2023, por ônibus a óleo diesel.
Habitualmente, estes serviços são prestados por trólebus, mas por falta de energia desde o temporal de sexta-feira (03), os ônibus elétricos conectados à fiação aérea estão sem poder circular.
De acordo com a SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema da capital, os problemas ocorreram na região da Av. Nazaré e na Av João XXI.
A SPTrans informa que, por conta da falta de energia na rede aérea na Av. Nazaré e na Av João XXIII na sexta-feira (3), as linhas 4113/10 Gentil de Moura – Pça. da República e 2100/121 Term. Vl. Carrão – Term. Pq. D. Pedro II, de Moura – Pça. da República e 2100/121 Term. Vl. Carrão – Term. Pq. D. Pedro II, que normalmente operam com trólebus, estão circulando com veículos a diesel.
Na sexta-feira, as rajadas de vento ultrapassaram a 100 km/h em algumas regiões da capital paulista e cidades da Grande São Paulo.
Somente na capital, mais de 1,4 mil chamados para queda de árvore foram abertos.
Mais de 1,5 milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica, muitas das quais, ainda hoje.
A normalização total é prevista somente para a terça-feira (07).
Não estão previstos mais temporais como os de sexta-feira até terça-feira, pelo menos, quando uma nova frente fria chega à faixa leste do Estado, que inclui a capital e a Grande São Paulo, e pode provocar chuva forte novamente.
Em entrevista coletiva sobre o balanço da chuva neste sábado (04), o prefeito de São Paulo, falou que parte dos problemas relacionados a falta de energia quando chove poderia ser evitada com o aterramento da fiação, projeto que segundo Ricardo Nunes, encontra algumas pendências, como as relacionadas com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), telefonia e rede de trólebus.
Relembre:
NUNES CITA ENTERRAMENTO PARA APOSENTAR TRÓLEBUS:
No dia 18 de setembro de 2023, quando foram apresentados os primeiros 50 ônibus elétricos à bateria da nova geração, o prefeito Ricardo Nunes falou da intenção de aposentar a rede de trólebus da cidade de forma gradativa.
Além do custo de R$ 30 milhões por ano para manter a rede aérea, o prefeito citou na ocasião, os entraves que, segundo ele, os trólebus representam no projeto de enterramento da rede elétrica e eliminação dos postes.
Relembre:
Especialistas, entretanto, criticam a postura de Nunes sobre uma eventual descontinuidade dos trólebus.
Um dos responsáveis pelo Movimento Respira São Paulo, fundado em 2004 com o objetivo de incentivar o uso da tração elétrica no transporte coletivo urbano, Jorge Françozo de Moraes, diz que a rede de trólebus não atrapalha o projeto de aterramento da fiação na cidade.
“A afirmação de que a rede de trólebus está atrapalhando o processo de enterramento de fios na cidade é completamente infundada As redes de estão presentes em meros 200 quilômetros espalhados pela cidade e se trata de um serviço público essencial, que é o transporte de passageiros, por veículos não poluentes. A presença de dois ou quatro fios, sobre as vias, ou dos cabos alimentadores nos postes, ao longo das ruas, fora da área central, não são tão intrusivos quanto ao grotesco emaranhado de fios de comunicação e TVs a cabos, ao longo das calçadas, que surgiram somente nas últimas décadas.”
Veja o artigo completo nesse link:
O Diário do Transporte ainda mostrou que o historiador e professor do Departamento de Engenharia e Sociedade da Universidade da Virgínia, dos Estados Unidos, Peter Norton, também defendeu a manutenção dos trólebus na cidade de São Paulo.
Norton diz que o foco deve ser substituir os ônibus poluentes pelos veículos com bateria e não tirar os trólebus, que não poluem.
“Seria muito melhor gastar seu dinheiro atualizando, melhorando, dando manutenção e substituindo qualquer coisa que você precise fazer para o trólebus continuar operando do que o substituir por veículos elétricos a bateria. O importante é analisar tudo e fazer escolhas baseadas no que de fato a tecnologia pode oferecer. A decisão não pode ser porque isso ou aquilo é mais chamativo, porque às vezes a novidade é o melhor que temos, mas nem sempre é assim”.
Relembre e ouça a entrevista completa:
ÔNIBUS À BATERIA E TRÓLEBUS TUDO JUNTO:
Existem já modelos de ônibus que podem operar uma parte na rede área e outra parte com baterias, chamados E-Trol.
Modelos deste tipo vão operar no futuramente no corredor BRT (Bus Rapid Transit) entre o ABC Paulista e a capital. A previsão é de que o sistema entre em operação pela empresa Next Mobilidade em 2024. O veículo tem tecnologia 100% nacional, da empresa Eletra de São Bernardo do Campo. Os chassis são feitos em São Bernardo do Campo também, pela Mercedes-Benz, e as carrocerias pela empresa Caio, em Botucatu.
Veja os detalhes:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes