Projeto na Alesp quer dar mais poder à EMTU com a criação de Agência de Mobilidade no Estado de São Paulo

Ônibus gerenciado pela EMTU

De acordo com a proposta, Empresa Metropolitana assumiria a gestão dos ônibus rodoviários e suburbanos hoje sob responsabilidade da Artesp

ADAMO BAZANI/ALEXANDRE PELEGI

Um projeto substitutivo apresentado na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) quer dar mais poderes à EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), hoje responsável pelo gerenciamento dos ônibus, trólebus e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) metropolitanos, com a criação de uma agência reguladora de mobilidade: AMUSP – Agência de Mobilidade Urbana do Estado de São Paulo.

Em 2020, o então Governador João Doria aprovou projeto que extingue a EMTU (veja mais abaixo)

A AMUSP, por sua vez, seria vinculada à EMTU, mas hierarquicamente estaria sobre a empresa, assim como sobre o Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e sobre a EFCJ (Estada de Ferro Campos do Jordão).

Os serviços de transportes concedidos, como de trilhos, também seriam gerenciados pela AMUSP

Fica autorizada a criação da Agência de Mobilidade Urbana do Estado de São Paulo – AMU/SP, autarquia de regime especial, dotada de autonomia orçamentária, financeira, técnica, funcional, administrativa e poder de polícia, com prazo de duração indeterminado, cuja finalidade é promover o planejamento, regulação, gerenciamento e fiscalização de todas as modalidades de serviços públicos de transporte terrestres de passageiros, permitidos ou concedidos, no âmbito da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos e da Secretaria de Parcerias em Investimentos, à entidades de direito privado.

A proposta ainda cria um Câmara ou Governança que atuaria no planejamento global e tarifário dos sistemas de transportes de passageiros.

RODOVIÁRIOS E SUBURBANOS SAIRIAM DA ARTESP:

Pela proposta, o gerenciamento dos ônibus intermunicipais rodoviários e suburbanos, que operam em regiões metropolitanas e hoje são gerenciados pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), passaria para a EMTU.

“Não se incluem na área de atuação da ARTESP as atividades inerentes ao transporte coletivo intermunicipal de passageiros sobre pneus, legalmente atribuídas à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos ou à Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S. A. – EMTU/SP, por força da Lei nº 1.492, de 13 de dezembro de 1977.”

Na justificativa, o projeto diz que há mais relação entre as atividades da EMTU com os trilhos do que da Artesp para com o sistema metroferroviário.

Os transportes rodoviário e suburbano de passageiros possuem maior sinergia com as atividades desempenhadas pela EMTU/SP, ao passo que se distanciam das demais responsabilidades de concessões de infraestrutura rodoviária administradas pela ARTESP. Por essas razões é que concentrar a gestão de todas as modalidades de mobilidade urbana sob a competência da AMU/SP é medida que proporciona um ambiente de maior coesão, sinergia e eficiência ao planejamento e gestão de todas as modalidades de transporte intermunicipal sobre pneus no Estado.

A Artresp se concentraria na celebração dos contratos de prestação de serviços de transportes e no gerenciamento da operação e concessões de rodovias paulistas.

Planejamento de linhas, subsídios e integrações estariam entre a atribuições da nova agência.

A AMUSP poderá contratar terceiros para apoio na execução de suas atividades, de acordo com a proposta.

CONTRÁRIO DO QUE DORIA PROPÔS:

Como mostrou o Diário do Transporte, em outubro de 2020, o então Governador João Doria aprovou junto a Alesp um projeto que autoriza a extinção da EMTU e passaria suas atribuições para a Artesp.

Mas a medida não avançou. O projeto de Doria autorizou a extenição da EMTU, mas não decretou a extenção.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/10/14/doria-parabeniza-deputados-pela-aprovacao-de-projeto-que-extingue-emtu-e-fala-em-ajustes-no-orcamento-por-causa-de-emendas/

O SUBSTITUTIVO:

O substitutivo que cria a AMUSP é assinado pela deputada Edna Macedo e altera pontos do PLC 56/2023 (Projeto de Lei Complementar) de autoria do deputado Edmir Chedid

O PLC com o substitutivo ainda vai ser analisado pelas Comissões da Assembleia para depois ir a Plenário.

VEJA NA ÍNTEGERA:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaborou Alexandre Pelegi

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