VÍDEO: Obra da linha 6, onde foi encontrado sítio arqueológico, é tomada por enchente em São Paulo

Barreira de contenção não resistiu a força das águas no Bixiga

ADAMO BAZANI/WILLIAN MOREIRA

A obra da estação da linha 6-Laranja de metrô, onde será a estação 14 Bis, no Bixiga, na região central da capital paulista, foi tomada pelo alagamento da chuva de verão que castigou a cidade de São Paulo e a região metropolitana na tarde desta terça-feira, 07 de fevereiro de 2023.

No local, que também abrigou por vários anos a sede da Escola de Samba Vai-Vai, foi encontrado um sítio arqueológico que seria correspondente ao Quilombo da Saracura, formado por uma população quilombola que habitava na região.

De acordo com moradores próximos, uma barreira de contenção não resistiu a força das águas.

Em nota ao Diário do Transporte, a Linha Uni, responsável pela obra, disse que não houve danos e que as ruas paralelas foram alagadas.

Veja na íntegra:

Devido às fortes chuvas ocorridas na tarde desta terça-feira, 7, o canteiro da futura Estação 14 Bis da Linha 6-Laranja de metrô, assim como as ruas paralelas, foram afetados pelo grande volume de água acumulado. Não houve nenhum dano às obras do local.

As equipes já iniciaram as atividades de esgotamento de água e limpeza do canteiro para que os trabalhos sejam retomados.

A região possui histórico de constantes alagamentos por conta das chuvas, pois se trata de uma zona baixa, sendo as obras da Linha 6-Laranja também afetadas pela situação.

Linha Uni

DADOS DA LINHA:

 LINHA 6 – LARANJA:

Retomada das obras: 06 de outubro de 2020

Previsão de entrega total: outubro de 2025 (em 26/01/23, o governador Tarcísio de Freitas falou que o prazo seria fim de 2025 e início de 206)

Construção e operação em PPP – Parceira Público Privada: Concessionária “Linha Universidade Participações S.A.”, liderada pelo grupo espanhol Acciona

Antigo Consórcio: Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

Extensão: 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central)

Valor do empreendimento: R$ 15 bilhões

Frota: 22 trens

Demanda diária: 630 mil passageiros

Estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim

Prazo de contrato: 19 anos para manutenção e operação.

Integrações: Sistemas de ônibus e linhas 1-Azul do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi, da CPTM e 8-Diamante, da ViaMobilidade

No dia 07 de julho de 2020 terminou a última prorrogação do processo do contato de caducidade com o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

O contrato era do Consórcio MOVE São Paulo, responsável pela construção da linha 6 Laranja do Metrô (Vila Brasilândia/São Joaquim).

O MOVE São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, assumiu o contrato de construção em 2015, mas entregou até a paralisação dos serviços, em 02 de setembro de 2016, apenas 15% das obras.

As obras estão paradas desde setembro de 2016 e assim como a atuação da MOVE SP foi controversa, a entrada da Acciona foi marcada por uma novela com ameaça do grupo espanhol não assumir o contrato, contestando valores e condições, tudo isso mesmo depois do anúncio pelo governador João Doria.

O anúncio de que a Acciona assumiria o contrato foi feito em 07 de fevereiro de 2020 pelo governo paulista. Relembre: Linha 6-Laranja do Metrô terá obras retomadas pela Acciona

A linha 6 é uma PPP – Parceria Público Privada prevê a construção, os trens e a operação da linha.

A Acciona, conglomerado espanhol formado por mais de 100 empresas e com sede em Madri, atua no Brasil desde 1996, onde conta com mais de 1500 profissionais em unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.

Deteve por 10 anos a concessão da chamada Rodovia do Aço (BR-393), além de ter participado das obras do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, além de dois lotes do Rodoanel Norte, em São Paulo.

Venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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