Eletromobilidade

ENTREVISTA: Marcopolo diz que em 2023 terá capacidade de produzir mais de mil ônibus elétricos. Modelo integral está em homologação na SPTrans

Já existem unidades do modelo Attivi encomendadas; empresa diz que pode atender a grandes demandas

ADAMO BAZANI

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A Marcopolo anunciou que em 2023 terá capacidade de produzir mais de mil unidades de ônibus elétricos da marca tanto para o mercado nacional como para exportação. Já a capacidade para a fabricação de carrocerias para chassis de modelos elétricos de outras marcas é a mesma que das carrocerias urbanas para chassis de modelos a diesel, podendo assim, atender a qualquer demanda.

O Diário do Transporte conversou por volta de 14h desta quarta-feira, 26 de outubro de 2022, com o diretor de operações comerciais (Mercado Interno e Marketing) da Marcopolo, Ricardo Portolan, que disse acreditar que a indústria nacional tem plena condições de atender a qualquer volume de pedido de acordo com o perfil das encomendas que têm sido realizadas.

“Nós já começamos a produzir o Attivi elétrico no segundo semestre, uma produção ainda com volume pequeno porque o volume das encomendas ainda não é tão grande. Se fala muito em grandes volumes, mas ainda não existem encomendas de ônibus elétricos no Brasil em grandes quantidades. Nós estamos preparados só para a solução do Attivi integral já para o ano que vem ter pelo menos 200, 250 unidades e até com possibilidade de mais. Obviamente que para isso acontecer, tem de haver as encomendas. Quando é para encarrroçar outras marcas, podemos até duas mil unidades para o ano que vem. Não existe uma restrição de capacidade para chassis de parceiros. São pequenas as diferenças na produção entre as carrocerias para chassis elétricos e a diesel” – disse

Portolan explicou que a Marcopolo atua em duas frentes em relação aos ônibus elétricos: o fornecimento de carrocerias para diferentes chassis e de veículos integrais, já montados.

O modelo integral, que não é um monobloco, é o Attivi, padron de 12 a 13,25 metros de comprimento.

Chassi e carroceria deste modelo são de produção da própria Marcopolo. Os motores são da WEG. A capacidade é para 89 passageiros e as baterias podem ter uma autonomia de cerca de 250 km com uma carga apenas, dependendo das condições de operação.

O diretor da fabricante diz que o modelo traz alguns diferenciais.

“Não se trata de um ônibus monobloco, o conceito é de encarroçamento, mas como nós produzimos os chassis e carroceria, foi possível ‘otimizar’ a relação destas duas partes, tornando o veículo melhor. Além disso, priorizamos técnicas e materiais que ampliam a durabilidade com qualidade deste ônibus, já que para modelos elétricos é admitida vida útil maior que os veículos a diesel, podendo ser de 15 anos ou mais.”  disse.

Ricardo Portolan afirmou que ocorreram encomendas do modelo elétrico Attivi, mas não quis revelar quais empresas e se a configuração é de piso baixo ou piso alto para embarque e desembarque por meio de plataformas em corredores BRT (Bus Rapid Transit). A Marcopolo diz que anunciou 30 unidades.

O diretor de operações, entretanto, disse que a empresa fará a homologação do modelo junto à SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora das linhas municipais da capital paulista.

Com isso, o Attivi poderá ser uma opção às empresas de transportes que atuam na cidade de São Paulo, onde é esperada a maior demanda por ônibus elétricos do País.

“Estamos começando processo formal de homologação. Fizemos todos os testes, inclusive de rodagem em Santo André (SP), e está iniciando este processo. Temos a convicção de que o modelo vai atender todas as especificações da SPTrans” – disse Portolan que acrescentou que um ônibus está sendo produzido de acordo com as configurações exigidas pela gerenciadora da cidade de São Paulo.

Portolan disse que a ideia de lançar um ônibus elétrico integral, voltado para a realidade brasileira, surgiu na Marcopolo há cinco anos aproximadamente, já prevendo as necessidades que virão com a maior procura por ônibus elétricos.

O Diário do Transporte mostrou que a Marcopolo testou o Attivi elétrico em parceria com a empresa Suzantur, operadora de transportes de Santo André (SP). O modelo avaliado foi  padron com piso baixo. O veículo circulou sem passageiros entre o Terminal Vila Luzita (bairro populoso de Santo André) e o terminal principal da cidade no centro (Terminal Santo André Oeste).

Os testes começaram em 22 de outubro de 2021.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/10/21/suzantur-e-marcopolo-testam-onibus-100-eletrico-no-sistema-de-santo-andre-sp/

Por enquanto, a Marcopolo não pensa em lançar o Attivi integral em dimensões diferentes do padron, como articulados, mídis (micrões) e micro-ônibus.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários

  1. WAGNER MARQUES disse:

    Boa tarde, uma pergunta. Há possibilidades da fabricação de ônibus rodoviários elétricos?

  2. Aline Guilger disse:

    O que me preocupa é o tamanho desses carros. Se todos forem um ovo como os M4 e os Torino 2014 LE BYD da Transwolff o transporte vai ser limpo, mas ainda mais cheio e desconfortável para os passageiros!

  3. Ednéia Renata disse:

    Legal evita emissão de carbono porém aumentamos o consumo de metais nobres pra fazer uma bateria de uso apenas 2 meses sendo elas sem locais pra descartar com segurança

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