PMs de folga começam a atuar nas estações de Metrô e estatal promete concurso de segurança para os próximos dias

Policiais em estação de monotrilho

Medida é uma das tentativas para redução de assaltos e agressões que têm ocorrido nas estações e trens

ADAMO BAZANI

Policiais militares de folga começaram a atuar nesta quinta-feira, 20 de outubro de 2022, nas estações das linhas de operação estatal de metrô (1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha) e no monotrilho da linha 15-Prata.

A informação é do presidente da Companhia do Metropolitano, Silvani Alves Pereira, em uma postagem em rede social nesta sexta-feira (21).

A atuação dos PMs faz parte de um convênio assinado entre o Metrô e a corporação para tentar reduzir os assaltos e agressões que têm ocorrido de forma reiterada nos trens e estações, assustando passageiros e metroviários.

O acordo de 15 meses prevê um pagamento do Metrô de até R$ 1,4 milhão por mês à PM e a presença de 180 policiais, quantidade que deve ser alcançada gradativamente na medida em que as vagas forem preenchidas.

Segundo Silvani, estes policiais “ficarão prioritariamente nas chamadas “áreas livres” que compreendem a frente das catracas, regiões de bilheterias e acessos, podendo auxiliar os seguranças nas áreas internas, quando solicitado.”

Ainda de acordo com o presidente do Metrô, isso vai permitir que os seguranças próprios da empresa de transportes se “concentrem o trabalho nas áreas de plataformas e interior dos trens, bem como o atendimento ao passageiro”.

CONCURSO E VIGILANTES PATRIMONIAIS:

O presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira, ainda informou na postagem que a companhia contratou vigilantes para atuarem na proteção do patrimônio em terminais de ônibus anexos e acessos.

O objetivo é deixar os seguranças do Metrô mais “livres” para atuarem nas áreas depois das catracas e nos trens.

Silvani ainda prometeu que nos próximos dias será homologado um concurso para agentes de segurança.

Como mostrou o Diário do Transporte, com exclusividade,número de agentes de segurança atuando nas estações e trens das linhas de operação estatal do Metrô de São Paulo caiu 9,34 % entre janeiro de 2019 e este ano de 2022.

Relembre:

Metrô de São Paulo perdeu 116 seguranças desde 2019, o que equivale a quase 10% do efetivo

Enquanto em janeiro de 2019, eram 1.242 agentes; neste ano, são 1.126 seguranças.

Essa redução de 116 profissionais próprios na segurança do Metrô equivale a 10,3% do efetivo atual.

Neste mesmo período, entre janeiro de 2019 e 2022, a rede recebeu mais cinco estações: trata-se do trecho Jardim Planalto até Jardim Colonial da linha 15-Prata de monotrilho. Apesar de o modo de transporte da 15-Prata não ser metrô de alta capacidade, é operado pela Companhia de Metrô.

Ou seja, neste período aumentou o número de estações e diminuiu o total de seguranças.

Os dados foram obtidos com exclusividade pelo Diário do Transporte pela LAI (Lei de Acesso à Informação)

A resposta mostra que o número de agentes caiu ano a ano. Em janeiro de 2019, eram 1.242 agentes; em janeiro de 2020 (ainda sem impacto da pandemia de covid-19), eram 1.198 seguranças. Já em janeiro de 2021, o número caiu para 1.175 e; em janeiro de 2022, 1.126.

Essa redução de agentes de segurança do Metrô chama mais atenção diante de reiteradas ocorrências de roubos, assaltos, agressões e até esfaqueamentos nas estações trens.

Como mostrou o Diário do Transporte, o Metrô firmou um convênio com a PM de 15 meses ao custo de R$ 1,4 milhão por mês para que em tono de 180 policiais militares de folga atuem em trens e estações. Os PMs devem atuar também nas imediações de estações, como ruas e pontos de ônibus nas proximidades.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2022/09/29/cptm-e-metro-vao-pagar-ao-menos-r-42-milhoes-por-15-meses-para-policiais-de-folga-nos-trens-e-estacoes/

A presidente eleita do Sindicatos dos Metroviários, Camila Lisboa, disse ao Diário do Transporte que há déficit nos quadros de funcionários do Metrô e que isso reflete nas condições de trabalho para os funcionários e na queda de qualidade dos serviços e segurança para os passageiros.

“O dado sobre a redução da quantidade de agentes de Segurança do Metrô reafirma o que temos falado sobre o déficit de funcionários do Metrô. Entre 2021 e 2022, a redução foi de cerca de 8600 para 7200. A consequência disso é a oferta de um serviço de pior qualidade, mais insegurança pública no Metrô e piores condições de trabalho. É necessário abrir concurso público urgente. O serviço metroviário e a população precisam disso.”

Na resposta da LAI, o Metrô destacou que “neste mesmo período foram realizados dois PDI – Plano de Demissão Incentivada”. 

A empresa, ainda na resposta à solicitação, ressaltou que “há concurso vigente para contratação de novos Agentes de Segurança.”

Ainda segundo a resposta, “as contratações serão realizadas assim que cessarem as restrições impostas pelo período eleitoral”.

O Diário do Transporte também pediu um posicionamento ao Metrô pela assessoria de imprensa que respondeu que houve queda na demanda de passageiros e que o atual quadro é “compatível” com o número de usuários.

A atual demanda de passageiros do Metrô é 32% menor do que em 2019. Hoje temos um quadro compatível para atender a demanda

Veja a postagem na íntegra do presidente do Metrô:

Nesta quinta-feira (20) foi iniciada a parceria entre o Metrô e a PM com a chegada dos policiais nas estações para reforçar o trabalho dos agentes de segurança. A presença será ampliada gradativamente, conforme preenchimento de todas as 180 vagas.

A parceria prevê que os PMs fiquem nas estações, fardados e com equipamentos da Polícia Militar. Os policiais ficarão prioritariamente nas chamadas “áreas livres” que compreendem a frente das catracas, regiões de bilheterias e acessos, podendo auxiliar os seguranças nas áreas internas, quando solicitado.

Essa estratégia vai permitir que os agentes do Metrô concentrem o trabalho nas áreas de plataformas e interior dos trens, bem como o atendimento ao passageiro. Ainda para reforçar essa estratégia, o Metrô contratou vigilantes para atuarem na proteção do patrimônio em terminais de ônibus anexos e acessos

Outra notícia positiva: o concurso para agentes de segurança seja homologado nos próximos dias.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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