Greve de três linhas da CPTM é confirmada para esta terça (24)

Com isso, linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade vão parar; Negociação ainda na noite com a interferência de secretário dos transportes, Alexandre Baldy, vai tentar evitar

ADAMO BAZANI/WILLIAN MOREIRA

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil decidiu com os trabalhadores que representa, em assembleia nesta segunda-feira, 23 de agosto de 2021, confirmar a greve marcada para acontecer nas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade nesta terça (24).

Ainda na noite com a interferência de secretário dos transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, o governo vai tentar evitar a greve.

As três linhas possuem cerca de 2,5 mil funcionários.

A CPTM apresentou uma proposta de reajuste salarial e definiu o pagamento da PPR (Programa de Participação nos Resultados) referente do ano de 2020 e que foi motivo de paralisação recente que afetou o atendimento de outras linhas do sistema metropolitano, cujos trabalhadores são representados por outros sindicatos.

A prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal de veículos está suspenso nesta terça-feira, 24 de agosto de 2021, por causa da greve dos ferroviários das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM.

A suspensão vale tanto no período da manhã quanto no fim do dia.

 “A CET vai monitorar as vias da cidade e implementar medidas operacionais com vistas a melhorar a fluidez de ruas e avenidas, especialmente para o deslocamento do transporte público coletivo.” – diz nota da prefeitura no fim da noite desta segunda-feira, 23 de agosto de 2021.

A empresa de trens acionou ônibus da operação PAESE (Plano de Atendimento entre Empresas em Situação de Emergência).

As operações ocorrem da seguinte maneira:

– Linha 11-Coral: Circulação interrompida entre as estações Guaianases e Estudantes – ônibus PAESE acionados para o trecho

– Linha 12-Safira: Ônibus solicitados entre as estações Calmon Viana e Tatuapé

– Linha 13-Jade: Ônibus solicitados entre as estações Engenheiro Goulart e Aeroporto-Guarulhos.

Por causa dessa greve, o rodízio municipal de veículos na cidade de São Paulo está suspenso tanto de manhã como à tarde.

Por causa da greve de um dos sindicatos dos ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), para reforçar o atendimento aos passageiros, a SPTrans (São Paulo Transporte) estendeu o itinerário das linhas 2202/10 Jd. das Oliveiras – CPTM Guaianazes e 3064/10 Cidade Tiradentes – CPTM Guaianazes até o Terminal Metrô Itaquera, com 65 ônibus.

A operação PAESE é coordenada pela SPTrans (São Paulo Transporte) na capital paulista e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) nos municípios vizinhos.

Em nota, a SPTrans explicou a operação na capital que subiu de 12 para 22 ônibus.

 

Os veículos seguirão pelas seguintes vias:

Sentido Jd. Romano
Estação Tatuapé, Rua Catiguá, Rua Henrique Sertório, Rua Jacirendi, Av. Condessa Elizabeth de Robiano, Av. Gabriela Mistral, Rua Dr. Assis Ribeiro, Rua Eng. José Cruz de Oliveira, Rua João José Rodrigues, Av. São Miguel, Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, Av. Marechal Tito, Praça José Caldini, R. Miguel Ângelo Lapena, Praça Getúlio Vargas Filho, Rua Arlindo Colaço, Av. Dr. José Artur da Nova, Rua Santa Rosa de Lima, Rua Paranacity, Rua Ascenso Fernandes, Rua Conceição do Almeida, Rua São Gonçalo do rio das Pedras, Rua Carlo Bibiena, Rua Erva de Santa Luzia, Av. Estrela da Noite, Rua Cordão de São Francisco, Estrada da Biacica, Rua Cordão de São Francisco, Rua Domingos Fernandes Nobre, Rua Jerônimo Maranhão, Av. Diogo da Costa Tavares.

Sentido Tatuapé
Est. Jardim Romano, Av. Diego da Costa Tavares, R. Jerônimo Maranhão, R. Domingos Fernandes Nobre, R. Bernardo de Chaves Cabral, R. Maué-Guaçu, R. Cordão de São Francisco, Av. Estrela da Noite, R. Erva de Santa Luzia, R. Carlo Bibiena, R. São Gonçalo do rio das Pedras, R. Adriano Seabra, R. Ascenso Fernandes, R. Paranacity, R. Dr. José Artur da Nova, R. Salvador Medeiros, Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, Av. São Miguel, Rua João José Rodrigues, Rua Eng. José Cruz de Oliveira, Rua Fidelis Mota, Rua Eng. José Cruz de Oliveira, Rua Dr. Assis Ribeiro, Av. Gabriela Mistral, Rua Mario de Castro, Rua Carlos Meira, Rua Rodovalho Junior, R. Ver. Cid Galvão da Silva, Av. Airton Pretini, Rua Gonçalo bastos, Rua Aiama, Rua Melo Peixoto, Rua Catiguá.

A Justiça determinou 80% dos trabalhadores em horários de pico e 60% nas demais horas com pena de R$ 100 mil por dia contra o sindicato em caso de descumprimento.

Como mostrou o Diário do Transporte, haviam aprovado em assembleia em 04 de agosto de 2021, indicativo de greve para o dia 24 de agosto.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/08/04/ferroviarios-das-linhas-11-12-e-13-da-cptm-aprovam-indicativo-de-greve-para-o-dia-24-de-agosto/

Em nota, a CPTM diz lamentar a decisão e afirma que uma decisão da Justiça do Trabalho determin a manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) considera inadmissível que o sindicato que representa os colaboradores das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, com toda a população adulta vacinada, com uma crise econômica avassaladora em todo o mundo, decidam fazer greve nesta terça-feira (24/08) prejudicando e punindo exclusivamente o cidadão que necessita do transporte público para ir ao trabalho, incluindo os que trabalham na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19.

 

A companhia lamenta a decisão sobre a greve e espera que não haja adesão por parte dos trabalhadores em respeito aos cidadãos que necessitam do transporte. Reforça que há uma decisão da Justiça do Trabalho determinando a manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de R$100 mil diários. A empresa também irá operar com um plano de contingência para atender a todos que precisam do transporte, principalmente aos que trabalham em serviços essenciais.

 

Enquanto milhares de trabalhadores perdem seus empregos ou tem suas rendas diminuídas – a renda média do trabalhador brasileiro é de R$ 2.500,00 – a CPTM mantém salários e benefícios rigorosamente em dia, mesmo tendo sido duramente afetada pela queda na demanda de passageiros durante 2020 e todo o ano de 2021 e com salário médio de R$ 6.500,00.

 

Não é compreensível que estes sindicatos estejam em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome.

 

A CPTM apresentou proposta de reajuste de 6% retroativo a março de 2021 pagos a partir de janeiro de 2022. Em relação ao dissidio coletivo de 2020, foi proposto reajuste de 4% a partir de agosto de 2021, retroativo a março de 2020. Além do pagamento do PPR em duas parcelas (a primeira já paga em 10/08 e a outra metade no dia 10 de janeiro de 2022).

A Ministra-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, suspendeu em 28 de julho de 2021, decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), dada num plantão de domingo, em 18 de julho de 2021, que, na ocasião, determinou o reajuste salarial.

Os ferroviários dizem que foi promessa do secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, não recorrer de decisões judiciais sobre a campanha salarial da categoria.

Na época, o desembargador da justiça trabalhista de São Paulo, Rafael Ribeiro, determinou reajustes salariais (contando os períodos retroativos) de 3,63% (arredondamento de 3,634730%) para 1º de março de 2020; e 6,36% (arredondamento de 6,363840%) para 01º de março 2021.

A CPTM e o Governo do Estado recorreram contestando o fato de a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) ter se tornado Dissídio Coletivo de Greve.

Além disso, a estatal de trens e a gestão do governador João Doria alegaram que o sindicato dos trabalhadores “em nenhum momento apresentou qualquer pedido de conversão daquele feito em dissídio coletivo de greve, muito menos requereu qualquer liminar a seu favor.”

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/07/29/tst-suspende-decisao-que-estipulou-reajuste-dos-ferroviarios-das-linhas-11-12-e-13-da-cptm/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte

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