São José dos Campos (SP) divulga datas de audiências públicas para a licitação do sistema de ônibus

Ônibus urbano em São José dos Campos (SP)

Edital anterior foi anulado. Encontros vão ocorrer em diferentes locais

ADAMO BAZANI

A prefeitura de São José dos Campos, no interior paulista, divulgou as datas e locais para a realização das audiências públicas referentes à nova licitação dos transportes coletivos por ônibus.

Os encontros ocorrem em diferentes pontos da cidade entre os dias 02 e 11 de março.

É necessário seguir as regras de distanciamento, limitação da ocupação dos locais e uso de máscara e álcool em gel por causa da pandemia de covid-19.

Veja o cronograma:

Programação (todos os encontros são às 18h)

2/3
Região Sul
Centro da Juventude
R. Aurora Pinto da Cunha, 131 – Jd. América

3/3
Região Norte
Emef Vera Babo de Oliveira
Av. Alto do Rio Doce, 801 – Altos de Santana

4/3
Região Central
Emef Maria Aparecida dos Santos Ronconi
Rua Ana Gonçalves da Cunha, 400, Jardim Jussara

9/3
Região Leste
Emef Sônia Maria Pereira da Silva
Rua dos Alfaiates, 321, Novo Horizonte

10/3
Região Sudeste
Emef Lúcia Pereira Rodrigues
Praça 4º Centenário, 401, Jardim Santa Fé

11/3
Região Oeste
Emef Sebastiana Cobra
Rua dos Amores-Perfeitos, 95, Jd. das Indústrias

Haverá transmissões pelo Facebook e Youtube da Prefeitura, e também serão transmitidas via rádios 107,9 FM e 1120 AM.

Como tem mostrado o Diário do Transporte, o poder público tenta concluir a licitação, mas não consegue.

O mais recente edital foi anulado.
Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/02/17/sao-jose-dos-campos-sp-anula-licitacao-do-transporte-publico/

Em nota, a administração diz que os documentos do edital de licitação e anexos estarão disponíveis previamente, em papel, para consulta na sede da Secretaria de Mobilidade Urbana, na Câmara Municipal, no Paço, nos locais em que ocorrerão as audiências públicas e em formato digital no site oficial da Prefeitura de São José dos Campos, na aba destinada a Documentos do Novo Transporte Público.

Ainda de acordo com o comunicado da prefeitura, os interessados poderão apresentar documentos ou sugestões, por escrito, devendo ser entregues diretamente na Secretaria de Mobilidade Urbana, pela Central 156 (telefone ou aplicativo), por correio eletrônico ao endereço semob@sjc.sp.gov.br  ou por meio do site da Prefeitura, na página do Novo Transporte Público da Semob, no prazo de até três dias corridos após a realização da última audiência.

HISTÓRICO:

A proposta inicial era que os contratos durassem por dez anos, podendo ser prorrogados. O sistema seria dividido em dois lotes.

Pelos dez anos, os contratos dos dois lotes somariam R$ 1,6 bilhão aproximadamente:

Lote 1: R$860.875.893,90;

Lote 2: R$741.370.943,35.

Em 15 de dezembro de 2020, foi publicado o PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) sobre a nova licitação do transporte coletivo.

Foi mais uma etapa do processo iniciado em janeiro de 2019, quando a prefeitura e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) firmaram um contrato para os estudos, análise, acompanhamento e reformulação de todo o sistema de transporte coletivo municipal e assim elaborar o edital da nova concessão que acontecerá em 2021.

A diferença principal em relação ao modelo de concessão atual, no qual o Consórcio 123 venceu apresentando a maior outorga para o município, é que o vencedor será escolhido por oferecer a menor tarifa técnica que deverá ser inferior que a atual praticada.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/12/16/sao-jose-dos-campos-sp-apresenta-pmi-para-licitacao-do-sistema-de-transporte-coletivo/

FGV E ESTUDO DE LICITAÇÃO EM DUAS ETAPAS:

Como mostrou o Diário do Transporte, O Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getulio Vargas (FGV Cepesp) anunciou que firmou parceria com a prefeitura de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para desenvolver um novo modelo de concessão, operação e gestão dos transportes públicos.

Uma das propostas, segundo nota da FGV, é a separar, em duas licitações, a contratação da operação do transporte público, da tecnologia necessária para gestão do serviço.

Segundo o Cepesp, atualmente, o modelo de concessão de ônibus nas cidades brasileiras é caracterizado por um único procedimento licitatório, no qual a concessionária vencedora do certame é responsável tanto pela operação dos ônibus quanto pela tecnologia por trás da gestão do serviço.

Outra proposta divulgada pelo centro nesta semana, é a criação de um serviço de “ônibus sob demanda” por aplicativo.

A ideia é que por meio de ferramentas de tecnologia para gestão (big data e machine learning) haja a oferta em algumas regiões da cidade de um serviço customizado e flexível que se adeque às necessidades do usuário, inclusive nas periferias.

“Hoje algumas cidades no Brasil já implementaram este serviço nas áreas centrais, mas a inovação do caso joseense é que os ônibus sob demanda também atenderão as regiões mais periféricas da cidade”. –  diz a FGV na nota.

O sistema de rotas flexíveis e horários que podem mudar de acordo com a demanda seria possível, segundo as análises iniciais divulgadas pela instituição,  com a implantação de um novo sistema de governança que separe a provisão de tecnologia do serviço dos ônibus.

“Por meio da utilização de dados compartilhados pela cidade, o objetivo é criar uma modalidade que irá prever rotas flexíveis, frequências e paradas que permitam à rede de transporte público se adaptar às demandas dos passageiros e oferecer serviços mais personalizados e flexíveis de acordo com as necessidades dos usuários.”

MODALIDADES DE TRANSPORTES EM UMA PLATAFORMA:

Para o novo modelo que está sendo elaborado pelo centro da FGV, também é estudada a possibilidade de criar uma plataforma que integre tanto do ponto de vista operacional como tarifário as diferentes formas de deslocamento com a participação dos diversos prestadores de serviços de mobilidade.

“O próximo passo do projeto será uma migração para o modelo integrado de “Mobility as a Service – MaaS”, que irá compilar todas as modalidades de transporte em uma única plataforma, do ponto de vista operacional e tarifário. Qualquer operador na área de transporte em São José dos Campos, de forma direta ou indireta, poderá aderir à plataforma, incluindo companhias de rede de transporte, táxis, operadores de estacionamento de ruas, aplicativos de mapeamento e rotas, bicicletas e scooters compartilhadas. A adesão à plataforma não será mandatória, porém planeja-se conceder incentivos para a adesão que permitirão que o sistema viabilize o deslocamento de todos os cidadãos da cidade. Apesar de a ideia já estar na agenda de várias cidades, até agora nenhuma delas foi capaz de implementar um modelo com tamanha flexibilidade.”

DESCONTOS TARIFÁRIOS:

A FGV informou ainda que os pesquisadores vão usar trabalho de campo e análises de mercado para possibilitar descontos e reduções nas tarifas de transportes coletivos, não descartando a possibilidade de o transporte individual financiar, pelo menos em parte, essa redução de custos para os deslocamentos nos ônibus e nos meios de transportes não motorizados.

“Os pesquisadores do FGV Cepesp usarão uma combinação de experimentos de campo com machine learning para pensar em alternativas de desconto tarifário a partir de uma perspectiva social, premiando o transporte ativo e fazendo com que o transporte individual motorizado retribua à sociedade o que tem causado de perdas para ela. O objetivo é gerar um compartilhamento entre os modais de transporte que, no médio prazo, garanta igualdade e sustentabilidade na mobilidade de São José dos Campos.”

CORREDOR VERDE:

Enquanto a concessão do sistema está indefinida, a prefeitura anunciou a criação de um sistema de corredores de ônibus 100% elétricos.

O corredor Linha Verde, considerado a principal obra de mobilidade da cidade, terá numa primeira etapa, 14,5 quilômetros, e vai ligar as regiões sul e leste, consideradas as mais populosas, passando pelo centro da cidade.

Como mostrou o Diário do Transporte em 29 de abril, a prefeitura assinou o contrato de fornecimento de 12 ônibus articulados de 22 metros de comprimento cada para o sistema. Na ocasião, o poder público havia informado que os veículos curtiram R$ 34,732 milhões, sendo que R$ 9,2 milhões provenientes da outorga do serviço de concessão da zona azul.

No mesmo dia, a prefeitura também assinou contrato com o Consórcio Projeto Linha Verde, formado pelas empresas Compec Galasso e Geosonda, que serão responsáveis pelas obras da primeira fase do projeto, que terá início na Estrada do Imperador (região sul) até o Terminal Intermunicipal (região central).

O contrato tem valor de R$ 55,832 milhões, sendo R$ 30 milhões de aporte do governo estadual, segundo a prefeitura.

O sistema será classificado como TRM (Transporte Rápido de Massa) e vai contemplar um “eixo sustentável” de 75 mil metros quadrados que e inclui, além do corredor expresso para os ônibus, quatro praças ao longo do trajeto.

Diário do Transporte noticiou  em 13 de novembro de 2020, que as fabricantes BYD e Marcopolo anunciaram a conclusão da primeira unidade que passará por processo de homologação.

O modelo é o BYD 11B piso baixo (chassi)/Marcopolo Attivi Express (carroceria).

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/11/13/byd-e-marcopolo-concluem-o-primeiro-onibus-100-eletrico-de-22-metros-do-pais-para-sao-jose-dos-campos-sp/

ANULAÇÃO:

O processo licitatório para concessão do sistema de transportes públicos de São José dos Campos, no interior paulista, foi anulado. O comunicado oficial da prefeitura foi publicado em 17 de fevereiro de 2021.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Valdemir Sousa De Oliveira disse:

    Eh vamos ver na prática como fica né

  2. maria disse:

    amei
    vou ver mais

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