Bogotá assina contrato para construção da primeira linha de metrô

Foto: Divulgação

Com extensão de 23,9 quilômetros em elevados, trens cruzarão a cidade do oeste para o setor norte em 27 minutos

ALEXANDRE PELEGI

Bogotá finalmente terá seu metrô.

Nesta quarta-feira, 27 de novembro de 2019, a prefeitura da cidade assinou o contrato de concessão com um grupo de empresas chinesas que venceu a licitação.

Como mostrou o Diário do Transporte, o grupo APCA Transmimetro é formado pela China Harbour Engineering Company Limited e pela XiAn Rail Transportation Group Company Limited, e caberá a ele construir e operar a primeira linha de metrô da capital colombiana. Relembre: Consórcio chinês vence concorrência para construção do metrô elevado de Bogotá

Na solenidade estavam presentes o presidente da Colômbia, Iván Duque, e o prefeito Enrique Peñalosa, além do gerente da empresa de metrô, Andrés Escobar, e o representante legal do consórcio chinês.

Peñalosa agradeceu ao presidente Duque o apoio ao projeto, afirmando que o Metrô de Bogotá vai gerar mais de 60.000 empregos.

O metrô começará a ser construído em 2020, e será cem por cento elevado, elétrico e automatizado e com altos padrões ambientais, conforme contemplado nas especificações técnicas do escopo do contrato de concessão para construção, fornecimento, operação e manutenção da Primeira Linha do Metrô de Bogotá (PLMB).

A linha terá 23,9 quilômetros de extensão em elevados, cruzando a cidade do oeste para a Calle 72, no setor norte, em 27 minutos. A estimativa é que 1.050.000 pessoas utilizem o modal durante o dia, com uma capacidade para transportar 140.000 passageiros por hora.

Com essa concessão, serão contratadas além dos viadutos, 16 estações (das quais 10 estarão conectadas ao BRT Transmilenio) e 28 áreas de acesso, um pátio de oficina em uma área de 32 hectares e um centro de controle operacional.

As obras incluem 19 km de ciclovias, 1,4 milhão de metros quadrados de espaço público e 22,2 km de reconfiguração completa dos corredores viários por onde o metrô passará, entre outras obras complementares.

A APCA Transmimetro, vencedora da licitação, será responsável pelo fornecimento, instalação, testes, comissionamento e manutenção de 30 trens, além de equipamentos e sistemas metroferroviários para a operação do sistema. A concessão tem prazo de 25 anos.

O valor total do projeto é de aproximadamente US$ 13,8 bilhões.

O metrô terá sistema de direção automática (driverless) e será operado a partir de um centro de controle. Terá 30 trens, 140 metros de comprimento, 2,90 de largura e 370 toneladas de peso. Cada trem terá entre 6 e 7 carros (vagões). A velocidade máxima de operação será de 80 km por hora e uma velocidade comercial de 43 quilômetros por hora.

Cada trem terá capacidade para 1.800 passageiros, totalizando 72.000 usuários por hora. Em 2050, deve atingir 1.050.000 passageiros por dia. Haverá um intervalo de serviço de 90 segundos.

Os beneficiários serão 2,92 milhões de pessoas, das cidades de Bosa, Kennedy, Puente Aranda, Antonio Nariño, Santa Fé, Mártires, Teusaquillo, Chapinero e Barrios Unidos.

TRANSMILÊNIO

Perto de completar 20 anos, o sistema de ônibus do Transmilenio, que teve a primeira rota inaugurada em 18 de dezembro de 2000, na anterior gestão do prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa (1998-2000), apresenta gargalos, sinais de proximidade de seu limite em alguns trechos e as discussões giram em torno da necessidade da ampliação do total de corredores e a implantação de outros modais, como o metrô pesado. A atual administração de Peñalosa anunciou o início das obras para março de 2020, com uma ligação entre o “Portal de las Américas” e o cruzamento da Calle 127 com a Autopista Norte.

Reportagem especial do Diário do Transporte, em visita à capital colombiana há poucos meses, mostrou a atual situação do sistema e o que o atual governo tem feito para modernizá-lo. Relembre: BRT Transmilenio de Bogotá, a transformação das cidades pelo transporte público

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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