Trens da CPTM devem funcionar normalmente nesta sexta-feira. Ônibus e Metrô terão paralisações. Metrô fala em plano de contingência

Publicado em: 13 de junho de 2019

Sindicatos dos ferroviários informaram que não orientaram os trabalhadores para aderirem à greve geral

ADAMO BAZANI/JESSICA MARQUES

Os serviços de trens da CPTM devem ser normais nesta sexta-feira, 14 de junho de 2019, classificado como dia de greve geral pelas centrais sindicais que protestam contra a reforma de previdência e medidas do governo Jair Bolsonaro.

Os três sindicatos que representam os trabalhadores decidiram não aderir à paralisação.

Em nota, o sindicato que reúne os profissionais das linhas 8-Diamante, 9-Esmeralda e 13-Jade diz que não convocou assembleia por entender que as manifestações deste dia 14 de junho são um “evento social” e não greve de classe trabalhista.

O Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana, representante das linhas 8-Diamante, 9-Esmeralda e 13-Jade da CPTM, comunica que, apesar de concordar em grande parte com as reivindicações, não convocou assembleia para o movimento de greve geral, marcado para o dia 14 de junho (sexta-feira), contra a reforma da Previdência Social. Por se tratar de um evento social, a diretoria deliberou pela não necessidade da realização da assembleia.

A direção da entidade ressalta, no entanto, que esse é um movimento de toda a sociedade e que os trabalhadores ferroviários que pretendem aderir à manifestação, assim como todos devem fazê-lo, em prol dos seus direitos.

O Sindicato que representa os trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10 Turquesa confirmou que as operações devem ser normais nesta sexta-feira.

Para o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, como os sindicatos que reúnem os empregados nas linhas 8 – Diamante,  9-Esmeralda, 11-Coral e 12-Safira não orientou paralisação, não faria sentido só as linhas 7 e 10 não funcionarem.

ÔNIBUS:

O Sindmotoristas  informou na noite desta quinta-feira, que os ônibus na cidade de São Paulo vão ficar parados das 00h às 06h desta sexta-feira, 14, quando as centrais sindicais convocaram um dia de greve geral contra a reforma da Previdência.

Ainda segundo a entidade, das 5h às 6h serão realizadas assembleias nas garagens para decidir continuidade ou não.

Em nota, a entidade diz que as decisões liminares que estipulam multas pela não circulação em horários de pico são tentativas de intimidação.

Foram duas decisões que, juntas, preveem multas de R$ 300 mil.

Nesta quinta-feira, o TRT atendeu ação do SPUrbanuss, sindicato das empresas de ônibus, e determinou operações normais, especialmente em horário de pico. A multa pelo descumprimento foi estipulada e R$ 200 mil.

Na quarta, o tribunal concedeu liminar em favor da SPTrans – São Paulo Transporte, determinado o funcionamento dos ônibus e multa de R$ 100 mil em caso de paralisação.

METRÔ:

O Sindicato dos metroviários de São Paulo confirmou nesta quinta-feira, 13 de junho de 2019, que está mantida a paralisação para esta sexta-feira, 14 de junho, para quando está marcada a chamada “greve geral”.

“Os trabalhadores do metrô de São Paulo vão paralisar as suas atividades amanhã, dia 14 de junho, em adesão à Greve Geral no Brasil, mobilização convocada pelas Centrais Sindicais contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro. A categoria aprovou a paralisação em assembleia de 6/6”, informou o sindicato, em nota.

Nesta terça-feira, a STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos) informou que a Justiça determinou 100% do quadro em operação todo o dia na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para esta sexta-feira.

No Metrô, a determinação foi de 80% nos horários de pico e 60% nas demais horas, mas o pedido foi de 100% e 80% respectivamente.

Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2019/06/11/metro-e-cptm-conseguem-liminares-greve-geral/

Mesmo com a determinação, a categoria decidiu cruzar os braços. Para esta sexta, centrais sindicais de todo o país convocaram uma “greve geral” contra a reforma da previdência e decisões do governo Jair Bolsonaro.

Em nota, o Metrô diz que não concorda com a paralisação que acionará um plano de contingência.

O Metrô não concorda com a decisão de paralisação anunciada pelo Sindicato dos Metroviários para esta sexta-feira (14) e está tomando todas as medidas para minimizar o impacto para os mais de 5 milhões de passageiros diários.

O plano de contingência será colocado em prática conforme os metroviários se apresentarem para trabalhar. Durante a madrugada, serão definidos os trechos e estações das linhas que vão operar.

Lembramos que a justiça determinou que o serviço funcione com pelo menos 80% da capacidade nos horários de pico. Os trabalhadores serão penalizados caso a decisão não seja respeitada. O movimento político, contra a reforma da previdência, prejudica milhões de pessoas em São Paulo.

A CPTM trabalhará normalmente e vai ajudar no plano de contingência do Metrô.

PREFEITURA DE SÃO PAULO DIZ QUE MANTÉM RODÍZIO:

A prefeitura de São Paulo informou no final da tarde desta quinta-feira que vai manter o rodízio municipal de veículos e vai manter a cobrança normal nas áreas de Zona Azul nesta sexta-feira, 14 de junho de 2019, mesmo com o anúncio por parte das centrais sindicais de greve geral afetando também os transportes coletivos.

Assim, continuam proibidos de circular pelo centro expandido da cidade de São Paulo veículos com placas de finais 9 e 0, das 7h às 10h e das 17h às 20h.

Quem desrespeitar o rodízio está sujeito à multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH – Carteira Nacional de Habilitação.

No início da tarde, a administração chegou a anunciar a suspensão do rodízio e da cobrança da zona Azul, mas depois mudou a informação.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Jessica Marques para o Diário do Transporte