Fortaleza deve ter ônibus a “gás de lixo” em 2019
Publicado em: 27 de novembro de 2018
Prefeito esteve na sede da montadora Scania, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Governo do Estado também deve participar do projeto
ADAMO BAZANI
A prefeitura de Fortaleza anunciou que a cidade deve iniciar a partir do próximo ano um projeto piloto de abastecimento de ônibus com biometano, gás obtido na decomposição de resíduos.
O anúncio foi feito pelo prefeito Roberto Cláudio, que esteve nesta segunda-feira, 26 de novembro de 2018, na sede da fabricante de ônibus Scania, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
De acordo com nota da prefeitura, o secretário de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP), João Pupo, e secretário executivo da SCSP, Luiz Alberto Sabóia, já saíram do encontro com a incumbência de elaborar com a montadora um calendário que garanta a Fortaleza a incorporação dessa tecnologia ao sistema de transporte coletivo até o primeiro semestre de 2019. Os trabalhos devem ter a participação do diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Scania, Gustavo Bonini.
O chefe do executivo municipal se encontrou com o presidente da Scania, Christopher Podgorski.
Na nota, o prefeito Roberto Cláudio destacou que a Fortaleza já conta com a planta de produção de biogás no aterro sanitário e a Cegás – Ceará Gás Natural do Ceará, já disponibiliza uma rede ampla de distribuição, o que facilitaria o investimento. Assim, de acordo com o prefeito, o projeto deve ocorrer em parceria com o Governo do Estado, via Cegás, e o aterro sanitário.
“Já tomamos a decisão política de inovar na área do transporte coletivo. A ideia é que ainda no próximo ano já possamos ter linhas de ônibus com veículos que sejam abastecidos com biometano e, aqui na Scania, eles já dominam a tecnologia que pode garantir a Fortaleza mais uma conquista importante no capítulo do transporte sustentável, uma tendência mundial”, disse o prefeito.
A Scania diz que já possui condições de fabricar em grande quantidade ônibus a gás natural e biometano na planta do ABC Paulista para o mercado brasileiro. Além de redução das emissões de poluentes, a fabricante garante que o modelo gera menos ruído por ter motor de Ciclo Otto e não de Ciclo Diesel, além de apresentar um custo operacional menor por quilômetro rodado.
A montadora ainda promete que os problemas que mancharam a imagem dos ônibus a gás natural nos anos 1980 e 1990 foram superados com a tecnologia mais desenvolvida dotada de dosadores eletrônicos de queima de combustível de acordo com a condição de operação em tempo real (identificando, por exemplo, momentos de maior esforço do motor, como em subidas) e sistema modernizado de abastecimento que reduz o tempo para a carga total.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes