Sob intervenção municipal, transporte coletivo de Maceió sofre com atuação de clandestinos

Foto: Jefferson Ygor (Ônibus Brasil)

Levantamento feito pelas empresas de ônibus aponta que sistema de transporte municipal perde mais de um milhão de viagens por ano para os veículos piratas

ALEXANDRE PELEGI

Mais de um milhão de viagens clandestinas são feitas anualmente na cidade de Maceió, capital de Alagoas.

Os números são do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb), que calcula daí uma evasão de receita de R$ 3,6 milhões de reais.

O contrato de concessão do transporte coletivo de Maceió está sob intervenção municipal “por inadequação na prestação de serviços de operação e manutenção” desde o dia 11 de julho de 2018. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2018/07/11/prefeitura-de-maceio-decreta-intervencao-no-contrato-de-concessao-do-transporte-coletivo/

Preocupado com a queda de passageiros no sistema de transporte público municipal, e a consequente perda de faturamento, o Sinturb resolveu fazer seu próprio levantamento da situação do transporte irregular na capital alagoana.

Durante o primeiro semestre deste ano, fiscais do Sindicato das empresas identificaram 730 veículos fazendo o transporte irregular, e anotaram os bairros, pontos de ônibus, horários, placas e modelos dos veículos.

O mais impressionante, no entanto, é que a maior parte dos 730 veículos (50%) é composta por táxis regulares, credenciados pela prefeitura.

Para Fernando Paiva, jurídico do Sinturb, em entrevista ao Portal TNH1, “este é só um cálculo que leva em consideração apenas uma viagem de cada transporte irregular, mas na realidade, através dos nossos registros sabemos que os motoristas fazem diversas viagens”.

Paiva afirma que esse tipo de transporte irregular representa um prejuízo grande para as empresas e, como consequência, as impossibilita de garantir novos investimentos. “O transporte clandestino é um serviço sem regulamentação, que prejudica diretamente o equilíbrio econômico-financeiro das empresas”, explica Fernando.

Além de todo o prejuízo financeiro que acarreta, o jurídico do Sinturb lembra que o transporte clandestino não paga tributos e nem honra com os benefícios tarifários essenciais, as chamadas gratuidades, como a meia tarifa para estudante e a isenção para idosos e passageiros especiais.

A concessão do transporte coletivo de Maceió, após licitação em 2015, foi assumido pelas empresas Cidade de Maceió, Real Alagoas, São Francisco e Veleiro.

A prefeitura de Maceió divulgou uma nota sobre o assunto, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT):

“A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informa que realiza diariamente fiscalizações nas principais vias dos bairros de Maceió, no intuito de coibir a prática dos transportes irregulares. Somente no primeiro semestre de 2018, 255 veículos foram autuados pelo órgão por realizarem o transporte clandestino. Sobre os táxis lotação, a SMTT escalare que no primeiro semestre deste ano, 33 veículos foram retirados de circulação por efetuarem este tipo de serviço de forma irregular, pondo em risco a segurança dos passageiros”.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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