“Falso Uber” atua com desenvoltura no transporte pirata em Cachoeira do Sul (RS)
Há quase um ano e meio serviços de entrega de encomendas e traslados de pessoas são oferecidos abertamente na cidade
ALEXANDRE PELEGI
O transporte clandestino tem sido apontado pelas empresas de ônibus de várias cidades brasileiras como um dos principais fatores para a perda de passageiros, além da crise e do desemprego.
É o caso, por exemplo, da cidade de Maceió, que abordamos neste sábado, dia 4 de agosto de 2018. Relembre:
Outro município onde o chamado transporte pirata vem atuando é Cachoeira do Sul, cidade do interior gaúcho com cerca de 90 mil habitantes.
A modalidade pirata atua em vários serviços, que incluem desde corridas curtas e viagens até a entrega de mercadorias em domicílio.
No caso da cidade gaúcha, no entanto, ao contrário de Maceió, a principal vítima são os taxistas regulares. Isso porque o serviço é oferecido por veículos particulares que atuam como um “falso Uber”.
A “modalidade”, que já atua na cidade há quase um ano e meio, reúne pelo menos 30 transportadores, que cobram preços populares e chegam a rodar 24 horas por dia.
Enquanto uma corrida de táxi regular pode chegar a R$ 50,00, os custos do serviço do “falso Uber” oscilam de R$ 10,00 a R$ 15,00, não importando distância nem horário.
O Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, cita caso de transportador clandestino que faz propaganda paga em rádio e em publicações impressas. E relata que um dos prestadores do serviço já trabalha com uma frota de cinco carros climatizados, uma caminhonete para fretes e duas motos para telentrega.
A Prefeitura diz que não consegue agir contra o serviço pirata. O Jornal do Povo ouviu Luciano Lara, secretário municipal de governo e responsável pelo setor de trânsito, que disse não haver meios jurídicos para impedir esse tipo de ação.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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