Niterói usará dinheiro do petróleo para comprar 50 ônibus elétricos

Foto: Ônibus elétrico Millenium Caio/BYD apresentado pelo então prefeito de São Paulo, João Doria, em julho de 2017

Cidade fluminense bateu recorde em arrecadação de royalties e participações especiais na exploração de petróleo, e decide usar parte dos recursos no corredor BHLS da Transoceânica. Compra dos ônibus evitará aumento do custo da tarifa

ALEXANDRE PELEGI

Somente de janeiro a maio deste ano a cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, arrecadou mais de R$ 434,7 milhões provenientes de royalties e participações especiais na exploração de petróleo.

A previsão é que até o fim deste ano o município fluminense supere o montante de R$ 1 bilhão de arrecadação com essas receitas.

Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) colocam Niterói em segundo lugar no ranking de cidades que mais arrecadam com receitas do petróleo no estado do Rio, atrás da campeã Maricá.

De acordo com matéria do jornal O Globo, a prefeitura da cidade fluminense vai destinar a maior parte desses recursos para investimentos em duas áreas: Mobilidade e infraestrutura.

Um dos objetivos é comprar 50 ônibus elétricos para operar no corredor BHLS da Transoceânica, obra com previsão de término para dezembro deste ano. Com isso, a prefeitura acredita a tarifa, hoje em R$ 3,90, não precisará ser reajustada.

Conforme noticiamos no último dia 6 de maio, a prefeitura de Niterói anunciava a conclusão do corredor BHLS para o fim deste ano, afirmando que iria licitar a construção das nove estações que ainda faltam para a obra. Relembre: Niterói (RJ) estuda subsidiar veículos elétricos do corredor BHLS

A prefeitura informou ainda que o corredor BHLS deverá operar com ônibus elétricos.

O problema dos elétricos é seu valor de compra, o que incidirá num custo de operação maior para quem vai operar o corredor. A prefeitura já vinha negociando com o consórcio TransOceânico como evitar que isso implique em aumento da tarifa, e analisava a possibilidade de subsidiar metade da frota dos novos veículos movidos à eletricidade.

Agora, com o dinheiro proveniente dos royalties, a prefeitura anuncia a intenção de comprar 50 veículos elétricos, evitando assim o impacto desse investimento no valor final da tarifa.

OUTRAS OBRAS

A prefeitura utilizará o dinheiro do petróleo para investir no corredor viário da Alameda São Boaventura. Com previsão de entrega para o fim de 2019, o projeto está orçado em R$ 90 milhões. O corredor viário tem 3,2 quilômetros, por onde circulam cerca de 1.040 veículos/hora. O projeto prevê acesso dos ônibus às baias de forma eletrônica, além de reurbanização das pistas, paisagismo e novas soluções para o trânsito e a acessibilidade.

Ainda na área de infraestrutura, a prefeitura de Niterói prevê investir R$ 40 milhões em obras de pavimentação e macro e microdrenagem no Loteamento Santo Antônio, na Região Oceânica.

As áreas da Educação, Cultura e Segurança também receberão investimentos, em projetos como revitalização de Cieps municipalizados no Cantagalo e no Cubango, implantação do Niterói Cidade do Audiovisual, e em programas como o Niterói Presente e o Proeis.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Gustavo Adolpho Silva Porto disse:

    Investir no corredor da alameda. .. Começa tirando os automóveis das seletivas para dar mobilidade aos onibus. Não precisa de obra , precisa de gestão com pulso firme.
    50 ónibus elétricos para operar o bhls. .. Acho desnecessário até que a tarifa da barca de charitas iguale com a do centro que atualmente é bem mais em conta 38 b e 39b andam vazias quase que o tempo todo

  2. Hugo Barboza disse:

    Porquê a prefeitura de Niterói não se une a de São Gonçalo e colocam barcas de São Gonçalo para o Rio sem que tantos utilizem a Alameda ? Isso sim seria uma solução com seriedade. Isenta de interesse pessoal. Resolveria os problemas de trânsito em Niterói naturalmente uma vez que suponho que não haja engenheiro de trânsito competente em Niterói.

  3. Luiz Roberto Bodstein disse:

    A ligação São Gonçalo/Rio de Janeiro por barcas, sem passagem por Niterói, é um sonho antigo de gonçalenses e niteroienses de fácil solução e que só não encontrou coragem e vontade política para peitar a máfia dos ônibus, que opõe resistência à ideia há muitas décadas, e que prefeito nenhum reuniu culhão pra enfrentar!

  4. Gustavo Porto disse:

    O tempo passou e os ônibus elétricos não viraram realidade. Muitos anos após (2022) testaram e a autonomia ainda é insuficiente. Barcas e metrô em SG também não funcionaram, assim como a estação do catamarã caríssimo de Charitas segue sem atividades no pós covid>>> E a Alameda São Boaventura segue sendo um inferno, com todo tipo de veículo circulando na faixa exclusiva para ônibus. Salvem-se quem puder!

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