Shenzhen se torna a primeira grande cidade do mundo a ter 100% da frota de ônibus elétricos

Somente em infraestrutura, foram gastos R$ 1,6 bilhão

Meta era final de 2018, mas devido à urgência de combater a poluição, renovação foi antecipada

ADAMO BAZANI

A cidade de Shenzhen, uma das maiores da China, com 12 milhões de habitantes, provou que é tecnicamente possível e economicamente viável ter uma frota de 100% de ônibus elétricos.

De acordo com agências internacionais, nesta semana, o transporte público local conseguiu terminar a troca dos últimos ônibus a diesel.

A meta para isso era final de 2018, mas com financiamento público e indústrias locais fortes neste segmento, conseguiu antecipar por entender que os ônibus elétricos são uma das principais alternativas para diminuir a poluição atmosférica e sonora.

As autoridades locais conseguiram zerar as emissões de CO2 (gás carbônico) com a substituição da frota. Serão aproximadamente 1,35 milhão de toneladas de CO2 a menos lançadas no ar e 345 mil toneladas de combustível que deixam de ser gastas.

O número da frota, segundo as agências chinesas, foi ampliado e agora está em 16.359 ônibus, passando a capital paulista que tem 14,4 mil.

Shenzhen tem praticamente os mesmos números que São Paulo em relação ao total de habitantes e pessoas que utilizam ônibus, mas de acordo com o edital de licitação dos transportes da capital paulista, a meta de zerar a poluição por CO2 só será para 20 anos.

A diferença é que além de ter um parque fabril maior, a China realiza investimentos públicos diretos para compra de frota e estrutura.

Em São Paulo, o máximo que deve ocorrer é uma remuneração diferenciada para as empresas que comprarem ônibus que poluam menos.

Para alcançar a meta antes do previsto, Shenzhen investiu. Não apenas em frota, mas em infraestrutura.

Hoje são 8 mil postes de recargas de oportunidade (recargas rápidas ao longo das linhas) e 510 estações de carregamento completo. Somente esta infraestrutura custou US$ 490 milhões, o equivalente a R$ 1,6 bilhão, com o dólar na cotação desta sexta, 29 de dezembro, a R$ 3,3135.

Mas se em São Paulo a meta de zerar as emissões é distante, no restante do Brasil, inexiste.

Em nenhuma das licitações de transportes em curso ou que devem ser lançadas, há previsão concreta e com números estabelecidos de frota limpa, com exceção de Campinas, cujo poder público quer criar uma área na região central com menos emissões e, para isso, prevê a circulação de 150 ônibus elétricos. Mas esta proposta ainda não foi colocada no papel

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Joao Luis Garcia disse:

    Essa é a prova, basta querer
    Quando o Poder Público age, com seriedade e responsabilidade

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Parabéns, Shenzhen!

    Então conclui-se que o prefeito de Sampa viajou para a cidade e país errados.

    Mais um desperdício do dinheiro do contribuinte

    Será que ainda precisa testar os BYD’s ???

    “…com o edital de licitação dos transportes da capital paulista, a meta de zerar a poluição por CO2 só será para 20 anos.”

    Como estamos atrasados…

    Bom nem podemos falar isto né, afinal nem licitação do buzão sabemos fazer, quiça algo mais moderno.

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    E o pior é que o atraso não é tecnológico e sim MENTAL, a mentalidade Jurássica é encalacrada nos puuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudres do Barsil.

    Diante desta notícia, podemos dizer que o Barsil não é nem circo nem hospício é um PARQUE INFANTIL fazendo brincadeiras com tudo.

    Dá vergonha de tamanha inconsequência e irresponsabilidade.

    MUDA BARSIL.

    **** Sugestão para o buzão de Sampa.

    Sampa, tem de pegar a área menos complexa das 8; listar todas as linhas numa tabela excell e depois fazer um mapa com todas essas linhas.

    A partir daí, fazer uma racionalização geral e aplicar o princípio matemático basilar de que “a menor distância entre 2 pontos é uma reta”, eliminar o caranguejado ziguezagueado, o 21/21/, e as linhas Penha Lapa e aplicar a Rede a lá Paulo Gil.

    Fazer testes pilotos e se der certo, ai elaborar um edital somente desta área piloto.

    E ai sucessivamente fazer com as demais áreas, deixando a de maior complexidade por último.

    Lembrando também que os paradores não podem ter um zilhão de linhas de vila e sim somente buzões ponto a ponto, como por exemplo Praça Ramos de Azevedo – Divisa Taboão da Serra (Piscinão).

    O buzão não pode mais Penha Lapa, ele tem só que deixar os passageiros nos trilhos mais próximos, pois o passageiro precisa chegar no menor tempo possível do Ponto A ao ponto B.

    Mudem a mentalidade, o buzão não pode mais cruzar a cidade toda, tem de OTIMIZAR.

    Mas com 36000 páginas de um Edital para consulta pública e 20 anos para implantar o buzão verde que já existe nacional, não há esperança.

    Pelo menos eu fiz a minha parte.

    Se o buzão não for otimizado, a sua demanda só CAIRÁ.

    Mas acho que é isto que o puuuuuuuder quer.

    Att,

    Paulo Gil

  3. mauricio disse:

    Em Sao Paulo, os 50 onibus eletricos que entraram em teste eram recarregados em geradores a diesel.

    1. Paulo Gil disse:

      Mauricio, bom dia.

      Sério ? Muiiiiiiiiiiiiito legal esta sua informação.

      Ela prova que o nosso buzão verde realmente não está maduro.

      Sem contar a incoerência né, carregar buzão verde a Diesel.

      Apesar de que a incoerência está no DNA do puuuuuuuuuuuuuuuuuuuuder.

      Valeu a informação.

      Abçs,

      Paulo Gil

  4. E a grande maioria dos elétricos em operação são da BYD. Inovação e emissão zero

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