Obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza ainda sem previsão de reinício
Publicado em: 23 de setembro de 2017
Tatuzões chegaram a Fortaleza em 2013, mas só agora começaram a ser montados, mas sem dinheiro não há o que fazer
ALEXANDRE PELEGI
As obras do Metrô de Fortaleza estão atrasadas. A Linha Leste é o caso mais grave, pois sequer começou – a obra, orçada em R$ 2,3 bilhões, avançou apenas 1% desde que contrato foi assinado no final de 2013, e sequer tem previsão de retomada.
Já a Linha Sul aguarda o término das obras das estações Juscelino Kubitschek e Padre Cícero, no bairro Damas.
A Linha Leste, que fará a conexão do Centro da capital com o bairro Edson Queiroz, foi assumida em outubro de 2013 pelo consórcio Cetenco-Acciona, vencedor da licitação.
Em 2015, a Cetenco, líder do consórcio, abandonou o empreendimento alegando atrasos no pagamento por parte do governo do estado. Em seu lugar entrou a Construtora Marquise S/A.
Há uma semana a empresa espanhola Acciona notificou extrajudicialmente a Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra) de que poderá abandonar o projeto por falta de pagamento.
Para retomar os serviços a Seinfra afirma estar trabalhando junto ao Governo Federal para garantir a liberação dos recursos da licitação.
O estado do Ceará possui R$ 1 bilhão de financiamento para o metrô junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). Além deste valor há mais R$ 1 bilhão, parte do Orçamento Geral da União (OGU). O BNDES condicionou a liberação de sua parte na obra se o Governo Federal liberar os recursos do OGU. Como a União não libera sua parte, está feito o imbróglio, que já se arrasta há tempos.
O governador do Ceará, o petista Camilo Santana, tem lutado para liberar a verba do Orçamento da União. Em julho deste ano chegou a apesentar a linha Leste do Metrô ao presidente do China Development Bank (CDB), Hu Huaibang, que visitou Fortaleza.
Sem o repasse de verbas a Seinfra iniciou as montagens de quatro máquinas tuneladoras, conhecidas popularmente como “tatuzões”, que serão usadas na construção dos túneis da Linha Leste. Estas máquinas chegaram ao estado em 2013 e estavam até então sem qualquer uso.
A previsão do governo é que dois dos tatuzões fiquem prontos para entrar em operação até março de 2018, e os demais, seis meses depois.
Em nota, a Seinfra informa que o objetivo da montagem é realizar “uma manutenção preventiva da forma mais adequada e econômica para o Estado”, além de “preservar a integridade dos equipamentos e a extensão da garantia”.
Sem a previsão da liberação dos recursos, no entanto, as obras da Linha Leste continuarão paralisadas e sem qualquer perspectiva de retomada. Quando pronta, a Linha terá 13 estações, 13,2 km de extensão, sendo 12,4 km subterrâneos e 0,8 km em superfície.
A Linha Sul, que faz a conexão de 24 km entre o Centro e o município de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, tem obras finais após de cinco anos. Ela opera comercialmente desde 2014. Com 18 estações previstas, incorporou mais dois pontos de parada: as estações Juscelino Kubitschek e a Padre Cícero, ambas no bairro Damas.
Veja o vídeo da maquete eletrônica da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, postado no Youtube em 2013:
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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