Milton Leite rebate críticas sobre PL de troca de ônibus e corrige tabela para 300 trólebus no sistema até 2019

Trólebus foram até agora única tecnologia alternativa ao diesel que deu certo na cidade. Avanços da indústria apresentam novas opções de ônibus.

Substitutivo apresentado nesta quinta na Câmara Municipal gerou polêmicas entre técnicos e ambientalistas

ADAMO BAZANI

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite, reagiu às críticas sobre o substitutivo do projeto de lei de sua própria autoria para a troca da frota de ônibus movidos a óleo diesel na cidade de São Paulo por modelos menos poluentes.

Durante audiência na Comissão de Constituição de Justiça, nesta quinta-feira, 17, a nova versão do PL 300 gerou polêmicas entre ambientalistas e técnicos em transportes que sustentaram que as metas de redução de poluentes poderiam ser alcançadas com a substituição natural da frota de ônibus diesel, que ocorre todos os anos em São Paulo.

Entidades como Greenpeace, Movimento Respira São Paulo, Movimento Defesa do Trólebus e ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico chegaram a dizer que o substitutivo não traria avanço nenhum para a cidade. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/08/17/entidades-entendem-que-proposta-de-milton-leite-para-onibus-e-manobra-para-nao-se-fazer-nada/

Em nota, ao Diário do Transporte nesta sexta-feira, 18, por meio da assessoria, Milton Leite nega que a atual versão do projeto de lei seria uma “manobra para não se fazer nada”, como alegaram os ambientalistas e diz que o substitutivo traz novidades em relação à versão original, como sanções às empresas que descumprirem as metas de redução de poluentes.

Na nota, o vereador ainda diz que o substitutivo poderá ser alterado pelas próximas audiências públicas.

Sobre o substitutivo apresentado ao Projeto de Lei 300/2017, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (DEM), afirma que não há nenhum tipo de “manobra para não se fazer nada” em relação à renovação da frota do transporte público municipal por veículos mais limpos.

 O novo texto do projeto prevê sanções às empresas que descumprirem as metas de redução de poluentes, o que mostra claramente que há uma preocupação efetiva com o cumprimento da futura legislação.

 Sobre a troca dos ônibus por veículos menos poluentes, o substitutivo abre espaço para que haja escolha de combustíveis e fontes de energia alternativas que possibilitem a maximização das reduções de emissões, dentro de custos aceitáveis para o sistema de transporte.

 Além disso, o projeto permitirá que o poder público possa, ao longo do contrato, ajustar as metas de redução das emissões de poluentes para patamares mais rigorosos, desde que haja conjuntura técnica e econômica favorável para isso.

 Leite ressalta ainda que o substitutivo não é um texto final e que novas audiências públicas serão realizadas para o recebimento de sugestões e o aprimoramento da proposta.

O Diário do Transporte fez uma série de questionamentos sobre o PL que, segundo a assessoria, serão respondidos pelo vereador no início da próxima semana.

 TRÓLEBUS:

Ao Diário do Transporte, a assessoria do vereador afirmou que a tabela com os cenários prováveis sobre a composição da frota de ônibus da cidade, foi divulgada com erro nesta quinta-feira durante a audiência pública.

Pela tabela exibida por Milton Leite na Câmara, seriam retirados do sistema 150 trólebus no ano que vem e outros 50 em 2019, com o desaparecimento destes ônibus em 2020.

A assessoria admitiu o erro na apresentação e esclarece que a versão correta veiculada em primeira mão pelo Diário do Transporte prevê mais 50 trólebus novos em 2018 e outros 50 em 2019, aumentando assim a frota das atuais 200 unidades para 300. A partir de 2020, não seria colocado nenhum trólebus novo a mais até 2027.

O vereador destacou também que no quarto parágrafo do substitutivo apresentado nesta quinta-feira, é estipulado que os trólebus recebam prioridade na renovação da frota até o esgotamento de toda a capacidade da atual rede.

Parágrafo 4o . O processo de substituição de frota por insumos energéticos e tecnologias mais limpas deve priorizar a expansão da frota de trólebus, com unidades novas equipadas com bancos de baterias, no mínimo, até que a atual rede de distribuição de energia não fique com capacidade ociosa.

Até o momento, o trólebus demonstrou ser a tecnologia alternativa ao diesel com maior comprovação de efetividade para realidade operacional de São Paulo, apesar da necessidade da rede aérea e da infraestrutura de postes e subestações retificadoras de energia elétrica.

Ao longo de décadas São Paulo, experimentou modelos de ônibus movidos a gás natural, etanol e híbridos, todavia todos eles apresentaram algum tipo de problema operacional.

Novas versões com estas tecnologias agora são apresentadas pelos fabricantes que garagem que estes problemas foram resolvidos.

Em 14 de julho, o prefeito João Doria chegou a anunciar a compra pela empresa Ambiental Transportes Urbanos de 60 ônibus elétricos com bateria, que seriam carregadas em estações na garagem que transformariam energia solar em energia elétrica. Mas como mostrou hoje com exclusividade o Diário do Transporte, do dia do anúncio até agora não houve mais nenhum avanço para esta aquisição. O único ônibus apresentado ainda não recebeu autorização para circular no País.

Relembre:

EXCLUSIVO: Compra de novos ônibus não poluentes está travada em São Paulo, mesmo após anúncio da prefeitura

A Câmara Municipal discute um cronograma alternativo à Lei de Mudanças Climáticas, de 2009, que não será cumprida pela prefeitura de São Paulo e empresas de ônibus. Pela lei, em 2018 todos os cerca de 15 mil ônibus não deveriam ser movidos somente com óleo diesel. A troca deveria ser de 10% da frota ao ano desde 2009, mas atualmente apenas 212 veículos, o que equivale a 1,4% da frota, se enquadrariam na lei. Deste total, 200 são trólebus.

Outro substitutivo também tramita na Câmara. De autoria do vereador Caio Miranda prevê a que 20% dos ônibus novos que entrariam no sistema em 2018 já seriam menos poluentes até que em 2027, todos os ônibus zero quilômetro deveriam ser de baixa emissão, independentemente de tecnologia.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Relaxem.

    Depois da notícia que o BYD da foto não pode nem emplacar porque não está homologado e o Buzogás da Gato também não pode rodar…

    Esperar mais o que ??

    Só se formos esperar o buzão passar de 21/21, mas só os Diesel.

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Circo ou hospício, tanto faz.

    MUDA BARSIL.

    Att,

    Paulo Gil

  2. Foi pressionado e voltou atras safado, boa adamo.

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading