Doria confirma que vai rever gratuidade nos ônibus para 2018

Segundo o prefeito, há excessos, como dos estudantes

ADAMO BAZANI

Algumas gratuidades hoje concedidas no transporte público da cidade de São Paulo estão com os dias contados e devem ser cortadas em 2018.

Pelo menos essa é a promessa do prefeito João Doria.

Em entrevista aos repórteres Adriana Ferraz, Bia Reis e Pedro Venceslau do jornal O Estado de São Paulo, num balanço sobre os 100 dias de governo, João Doria afirmou que o sistema da capital tem excessos e citou, por exemplo, o caso de dos estudantes que realizam até oito embarques por dia letivo.

João Doria também afirmou que considera como acerto a decisão de congelar a tarifa de ônibus neste ano em R$ 3,80, mesmo a medida elevando o gasto em subsídios mensais para R$ 260 milhões em média por mês. O prefeito disser que dá para bancar esse congelamento com responsabilidade fiscal

Dados da execução orçamentária mostram que até agora o senhor empenhou cerca de R$ 330 milhões em investimentos e executou de R$ 80 milhões a 100 milhões. Em contrapartida, a Prefeitura tem gasto R$ 260 milhões em média por mês em subsídio para manter a tarifa do ônibus congelada. O senhor falou antes sobre equívocos da sua gestão, no caso dos pichadores, decidir congelar a tarifa, mediante a situação econômica da cidade, também não foi um equívoco?

Não, foi um acerto. Não se pode fazer política pública apenas pelo lado financeiro. Deve ser pelo lado financeiro e social. É preciso um balanço. E essa foi uma decisão amparada no plano social. Uma cidade que tem 2,2 milhões de desempregados, num País que vive a pior recessão econômica de sua história, não há condições de impor uma alta de R$ 3,80 para R$ 4,40 (valor considerado necessário pelo setor). Não faria sentido.

E vai dar para bancar isso até o fim do ano? Não é uma decisão que afeta demais as outras áreas?

Evidentemente que afeta, mas dá para pagar, com responsabilidade fiscal. Isso é uma deliberação da Prefeitura, de ordem social. Não fui eu quem criei os benefícios, as gratuidades. São Paulo é a cidade do País com o maior volume de gratuidades. Belo Horizonte não tem gratuidades, não tem subsídio. Lá, o que se paga é o suficiente para atender a demanda do sistema, é o ideal. Mas não é assim em São Paulo. Aqui tem gratuidade para tudo, até gato tem gratuidade para andar de ônibus, é um exagero.

O senhor vai rever mais as gratuidades, pensa em reduzir?

Neste ano, não, revisar para o ano que vem, sim. Há excessos. Não se pode imaginar um estudante ter oito bilhetes gratuitos num final de semana. Eu entendo que a tarifa subsidiada deva ser para quem vai estudar, para quem vai trabalhar. Agora, oito convenhamos não é exatamente algo razoável, mas é o que existe (segundo portaria que regula esse benefício, o estudante tem o limite de até oito embarques por dia letivo, que pode ser ou não fim de semana).

De acordo com a gerenciadora de transportes da capital paulista, SPTrans, 23,9% dos embarques realizados nos ônibus em São Paulo não têm cobrança alguma de tarifa, dos quais 10,3% são idosos a partir de 60 anos, 10,7% estudantes com passe livre e 2,9% entre portadores necessidades especiais e categorias trabalhistas, como policiais e profissionais dos Correios. A política de aumento das gratuidades se intensificou após as manifestações populares contra os valores da tarifa de ônibus em junho de 2013, na gestão de Fernando Haddad à frente da prefeitura.

Idosos a partir de 60 anos passaram a contar em março de 2014, com gratuidades. Antes o benefício era a partir de 65 anos, como determina Estatuto do Idoso, que é lei federal.

Já no dia 19 de fevereiro de 2015, entrou em vigor a gratuidade total para estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede pública, estudantes de curso de ensino superior da rede pública com renda familiar per capita de até um e meio salário mínimo, bolsistas do ProUni – Programa Universidade para Todos, estudantes financiados pelo Fies, integrantes do Programa Bolsa Universidade – Programa Escola da Família com renda de até um salário mínimo e meio, estudantes atendidos por programas governamentais de cotas sociais com renda de um salário mínimo e meio, estudantes de cursos profissionalizantes de nível técnico da rede estadual caso seja integrado com ensino médio.

O número total de estudantes com passe livre subiu de 508 mil em 2015 para 1,1 milhão de beneficiados em 2016. Isso, além dos que gozam de meia tarifa.

Hoje os estudantes representam 45% do total de passageiros que contam com isenção de tarifa.

O crescimento das gratuidades entre os estudantes foi de 73% nos dias úteis.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. João Luís Garcia disse:

    Até que enfim só espero que não fique somente na promessa

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Têm assunto muitos mais importante para ser revisto pela PMSP quanto ao buzão de Sampa.

    O ladrão roubou o meu BU de 13 anos, quase histórico.

    E o saldo credor do meu cartão roubado que eu bloqueei, aonde está ????

    Deixo para os internautas responderem; ao tornar pública a resposta que eu recebi da PMSP.

    “Prezado senhor(a), a sua reclamação foi encaminhada à área técnica responsável que, após análise, nos informou o que segue: “Informamos que é valor cobrado de 7 tarifas de ônibus, R$ 26,60 (vinte e seis reais e sessenta centavos), referente à operação de cancelamento do cartão, bloqueio, rastreamento e transferência do saldo remanescente para o novo cartão e caso necessário a emissão de um novo cartão, portanto o valor que tinha no cartão nem cobre o valor dos serviços.”

    Para finalizar, eu tenho posse de um recibo emitido pela DELVES SPTRANS de 07.03.17 do Terminal Pinheiros que o valor do cartão é R$ 3,80.

    Como que a atendente do 156 falou não ocorreu a atendente do Terminal Pinheiros só me deu uma opção; que fui obrigado a comprar um novo cartão o que custou R$ 3,80.

    Eu não consigo colar o recibo aqui, mas se o Adamo quiser posso enviar cópia para publicação, exceto com o número do meu novo cartão.

    Também gostaria imensamente em saber qual a opinião do MP-SP desta resposta da PMSP.

    E tem mais encaminhei carta à SMT e SPTRANS e até está data não recebi uma resposta.

    Nunca me senti tão trouxa; os ladrões são mais honestos; pelo menos devolveram meu carro.

    Nem com ácido sulfúrico se limpa este país.

    Att,

    Paulo Gil

    1. Vcm disse:

      Poxa heim Paulo…..Vc ser roubado, e ter que comprar outro cartão, vc passa os dados do seu cartão Furtado e a SPTrans não faz o reembolso, e muita sacanagem mesmo!!!
      Eu lamento muito o que aconteceu contigo companheiro!!!

      1. Paulo Gil disse:

        Vcm, bom dia.

        Agradeco.

        Mas como aconteceu comigo, e muiiiiiiito provavel que acontece com todos os passageiros que tem o BU.

        Estive pensando, a tecnologia do BU e otima, mas no Brasil, pagar tarifas antecipadamente, nao da certo por esses e tantous outros motivos que nem imaginamos.

        Portanto, depois dessa, vou zerar meu Bu e so pagar em dinheiro, utilizou pagou.

        Mudei de ideia, ficam os cobradores e somente pagamento em dinheiro quando se usa.

        Ou passe comum, igual da CMTC,.

        Em rio que tem jacare, piranha nada “dis costas”.

        Abcs,

        Paulo Gil

  3. Paulo Gil disse:

    Complementando.

    A SMT e a SpTrans tem a copia do recibo do meu novo cartao onde esta provado que o valor do cartao e R$ 3,80, pois anexei ao conteudo das cartas enviadas.

    Observo que bloqueei o cartao do banco, mas o banco nao cobrou nada e nem zerou meu saldo bancario.

    Quando liguei no 156, a atendente nao falou em custo, simplesmente que eu teria ressarcidos meu cartao e saldo .

    Com a resposta dada quer dizer que apesar de nao ter recebido nada me colocam como devefor de R$ 6,60 a PMSP.

    Isto e assedio e dano moral.

    So falta me inscrever na divida ativa do municipio.

    E olha que eu nao duvido nao.

    Afinal nesta historia so tem UM OTARIO, EU, passageiro e contribuinte.

    E a impunidade generalizada do Brasil.

    Att,

    Paulo Gil

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