História

BBF 2023 – Barueri: Caio Vitória em homenagem à Viação Tabu: da sucata para a preservação de uma memória (Diversas fotos)

Veículo reformado pela empresa Tamboré, de Barueri, será um dos destaques inéditos em exposição que ocorre neste sábado (26)

ADAMO BAZANI

Colaborou Luana Coutinho

Neste sábado, 26 de agosto de 2023, ocorre mais uma edição da BBF (Bus BrasilFest), exposição de ônibus novos e antigos, no Ginásio Poliesportivo José Corrêa, na Avenida Guilherme Perereca Guglielmo, 1000, no centro de Barueri, na Grande São Paulo.

O horário é das 10h às 17h e o ingresso é 1 kg de alimento não perecível. O local fica a poucos minutos da estação Barueri de trens da ViaMobilidade.

O evento, que costumeiramente reúne mais de 100 ônibus, é uma oportunidade de ver de perto a evolução dos veículos de transporte coletivo, desde os modelos que mais se pareciam com caminhões até ônibus dotados de alta tecnologia e de conforto, como rodoviários com cabines leito-cama.

Uma das tradições do evento, promovido pelo Portal do Ônibus e que tem apoio de divulgação do Diário do Transporte, é trazer novidades históricas.

Uma delas, que a reportagem antecipa, é um ônibus que relembra uma das fases mais marcantes dos transportes da cidade de São Paulo, o maior sistema da América Latina.

Trata-se de um modelo Caio Vitória, chassis Mercedes-Benz OF 1620, ano 1995, que ostenta a pintura branca com faixa vermelha referente à organização do sistema daquela década.

O veículo estava num pátio para ir para sucata e foi reformado pela Transportadora Turística Tamboré, com sede em Barueri (SP), e uma das patrocinadoras da edição deste ano da BBF na cidade.

O ônibus está com o logotipo da Auto Viação Tabú, que operou em parte da zona Sudeste da cidade.

Segundo um dos responsáveis pelo evento, Juverci de Melo, o ônibus foi da épica do descredenciamento das empresas do Grupo Niquini, liderado pelo empresário mineiro Romero Teixeira Niquini, que foi um dos maiores conglomerados de transporte coletivo da cidade de São Paulo nos anos 1990.

Originalmente, o ônibus veio para Auto Viação Tabú, (como foi reestilizado de novo).

Ainda segundo Juverci, depois a Tabú mudou o nome para Viação Vitória.

Indo para o Grupo Niquini, foi transferido para Expresso São Judas.

Com o descredenciamento das empresas do Grupo Niquini, houve a intervenção da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema de linhas de ônibus, e o coletivo foi transferido para Via Sul, cujas operações atualmente são da empresa Via Sudeste.

A Tamboré e Juverci, que sugeriu a estilização do veículo, foram tão primorosos na pesquisa, que conseguiram levantar os períodos que este ônibus ficou em cada empresa e os prefixos que recebeu nelas.

25/10/1995 a 22/01/2002 – 09 569 – Auto Viação Tabú / Viação Vitória

22/01/2002 a02/02/2002 – 404 245 – Expresso Paulistano

25/02/2002 à 05/04/2003 – 511 897 – Transporte Coletivo São Judas

19/05/2003 à 02/06/2003 – 516 510 – Via Sul Transportes Urbanos

02/06/2003 à 25/06/2004 – 5 1510 – Via Sul Transportes Urbanos

SERVIÇO:

BBF (Bus BrasilFest), exposição de ônibus novos e antigos

LOCAL:

Ginásio Poliesportivo José Corrêa, na Avenida Guilherme Perereca Guglielmo, 1000, no centro de Barueri.

ENTRADA:

1 kg de alimento não perecível.

COMO CHEGAR

De acordo com o Google Maps, o ponto de ônibus mais próximo recebe as linhas T131 e T154, da empresa Benfica BBTT.

T131 – Barueri (Centro) / 18 do Forte Circular (via Aldeia de Barueri e FIEB)

T154 – Barueri (Centro) / Jd. Mutinga Circular (via Aldeia de Barueri e Jardim Santa Cecília)

A estação Barueri de trens da linha 8-Diamante, operada pela ViaMobilidade, fica a cerca de 15 minutos a pé, de acordo com o roterizador do Google Maps. (veja abaixo)

A linha 8-Diamante tem na capital paulista conexão na Estação Palmeiras Barra Funda com a linha 3-Vermelha do Metrô (Corinthians-Itaquera/Palmeiras-Barra Funda) e o serviço 710 (Rio Grande da Serra – Santo André – Luz – Francisco Morato – Jundiaí) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A tarifa do sistema de trens e metrô é de R$ 4,40 e é possível mudar de linhas sem ter de pagar de novo, desde que o passageiro não saia da estação.

A passagem da rede de trilhos pode ser paga com dinheiro nas bilheteiras, Cartão TOP (Metropolitano), pelo aplicativo do TOP gerando QR Code (Metropolitano) ou Bilhete Único (Sistema Municipal de São Paulo). O acesso ao Metrô e à CPTM ainda pode ser pago com os respectivos bilhetes Edmonson (papel cartolina com tarja magnética) da respectiva empresa: bilhete do Metrô na estação de Metrô e bilhete da CPTM na estação da CPTM, para quem ainda tiver estes meios de pagamento mais antigos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários

  1. Ligeiro disse:

    Não é tão longe da estação. A quem for de trem, saí à direita do acesso principal (sentido Castelo Branco) e segue pela calçada sentido Hospital Municipal. É área plana, então sem surpresas, apesar de sem sombras (usem protetor solar).

    A prefeitura poderia ceder um serviço de “transfer” gratuito, até para testar o movimento. Já tem o ônibus do Parque da Maturidade, não duvido que ceder um serviço gratuito para o evento testaria as operações do reformado (pfff) Terminal Urbano.

    Quem quiser andar um pouco mais, pode descer em Antônio João, segue à esquerda pela avenida paralela à linha férrea. Ou pode ir por dentro da Aldeia de Barueri.

    Bom passeio a todos! Valorizem a história!

  2. Lucas disse:

    Eu andei muito nos ônibus da Tabu que faziam na época a linha 342N COHAB Prestes Maia/Mercado da Penha

  3. Paulistano disse:

    Este ônibus era horrível. Um verdadeiro lixo ambulante. Toda a vibração do motor e das vias era transferida para o interior da lata de socar gente. Tudo tremia mais que britadeira, os vidros trepidavam a cada acelerada e o barulho ensurdecedor do motor garantia a dor de cabeça logo cedo.
    O sinal de desembarque era feito por um varal encardido parecido com o daquelas privadas de boteco de quinta.
    Os bancos eram rígidos e sem estofamento, cada buraco na via (bastante comuns, aliás) tornava-se um chute no toba.
    A catraca possuía diversos remendos de ferros soldados na parte de baixo para evitar que pessoas passassem sem pagar. Lembro que as crianças não pagantes muitas vezes rastejavam no chão para conseguir passar.
    Encosto de cabeça? Nem pensar. Um tubo na altura dos ombros de uma pessoa de estatura média era oferecido aos trabalhadores mais cansados e corajosos em enfrentar o torcicolo que viria mais tarde.
    Sim, valorizar a história é muito importante para que não deixemos que absurdos como estes voltem a nos atormentar. Mas não vou mentir sobre a vontade de incendiar um birosca dessas…

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