Emplacamentos de ônibus acumulam alta de 41,24% até julho, mas em junho, já houve perda de ritmo, diz Fenabrave
Publicado em: 2 de agosto de 2023

Últimas unidades da tecnologia Euro 5 estão sendo emplacadas; estimativa é de redução de desempenho no segundo semestre
ADAMO BAZANI
Os emplacamentos de ônibus no Brasil ainda refletem a antecipação de renovações de frota realizada no ano passado por causa da mudança de tecnologia de redução de poluição e somou entre janeiro e julho deste ano 15.182 unidades, o que significa alta de 41,24% em relação às 10.749 unidades de semelhante período do ano passado.
O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 02 de agosto de 2023, pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Entretanto, com o fim das últimas unidades da tecnologia anterior que era mais barata, mas não pode ser comercializada, o mercado de ônibus perde o fôlego.
Em junho, foram emplacados 1.783 ônibus, o que representa queda de 15,7% em comparação com as 2.115 unidades emplacadas em junho.
Como mostrou o Diário do Transporte, entre maio de junho, a queda foi de 5,48%.
Em maio, foram emplacados 2.237 ônibus e, em junho deste ano, foram 2.115 unidades.
Relembre:
Grande parte desta alta ocorre por causa dos emplacamentos das últimas unidades de modelos com base na tecnologia Euro 5, que deixou de ser produzida para o mercado nacional. Desde janeiro de 2023, está em vigor no Brasil a tecnologia Euro 6, que é menos poluente, porém, cujos ônibus e caminhões podem custar até 30% mais.
No ano passado, para escapar destes valores de aquisição maiores, os empresários de ônibus que puderam, anteciparam as compras previstas para este ano.
O que explica esta antecipação de compra ainda surtir efeitos nos emplacamentos acumulados do primeiro semestre, é que existe um tempo de três a seis meses entre a compra de um ônibus, produção do chassi, encarroçamento e, por fim, licenciamento.
Chassis e carrocerias são comprados com fornecedores diferentes. Primeiro é fabricado o chassi em São Bernardo do Campo/SP (Mercedes-Benz e Scania), Curitiba/PR (Volvo), Campinas/SP (BYD), Sete Lagoas/MG (Iveco), Resende/RJ (Volkswagen) ou Caxias do Sul/RS (Agrale e Volare).
Depois de já pronto, este mesmo chassi é transportado até Caxias do Sul/RS (Marcopolo/Volare), São Mateus/ES (Marcopolo), Botucatu/SP (Caio e Irizar), Cascavel/PR (Mascarello), Erechim/RS (Comil), Flores da Cunha/RS (EMA – Maxibus Carrocerias e Equipamentos Ltda) ou São Marcos/RS (BepoBus).
Nas encarroçadoras os ônibus são finalizados. Porém, em muitos casos são necessários equipamentos, como de bilhetagem, câmeras, etc, que são instalados em locais próprios ou nas garagens.
RANKING DE MARCAS:
O ranking de marcas de ônibus tem poucas mudanças no topo há anos, com a Mercedes-Benz liderando, seguida de Volkswagen e Marcopolo (que inclui os miniônibus produzidos pela Volare, vendidos já montados).
Os números se referem ao acumulado entre janeiro e julho de 2023, algumas marcas incluem minibus e vans.
1º MERCEDES-BENZ: 8.448 ônibus – 55,64% de participação no mercado.
2º VOLKSWAGEN: 3.208 ônibus – 21,13% de participação no mercado.
3º MARCOPOLO: 2.141 ônibus – 14,1% de participação no mercado.
4º IVECO: 542 ônibus 3,57% de participação no mercado
5º. VOLVO: 526 ônibus – 3,46% de participação no mercado.
6º SCANIA: 178 ônibus – 1,17% de participação no mercado.
7º AGRALE: 122 ônibus – 0,80% de participação no mercado.
8º INDUSCAR: 10 veículos: – 0,07% de participação no mercado
9º LVTONG: 4 veículos – 0,03% de participação no mercado
10º HIGER: 1 ônibus: 0,01% de participação no mercado.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes