Trans Acreana espera autorização para operar linha de ônibus mais extensa do mundo

São mais de cinco mil quilômetros entre Lima, capital do Peru, e a capital São Paulo

ALEXANDRE PELEGI

A Viação Trans Acreana aguarda apenas a liberação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), para operar a linha de ônibus que liga Lima, capital do Peru, à cidade de São Paulo, maior metrópole da América Latina.

São mais de cinco mil quilômetros de uma longa jornada rodoviária, provavelmente a rota mais extensa do mundo.

A linha era explorada no passado pela peruana Expresso Internacional Ormeño. Mas após a falência da empresa, com a morte dos proprietários na pandemia de Covid-19, o trajeto está sem atendimento.

Segundo nota do governo do Estado do Acre, a Trans Acreana já possui os documentos necessários e autorização para circular no território do Peru. Resta apenas a aprovação da ANTT sobre a cobertura dos seguros veiculares.

O gerente da viação, Anderson Nascimento, explica a situação: “Durante a pandemia, a ANTT mudou algumas regras e estamos enfrentando uma grande burocracia quanto ao seguro. Pelas exigências que estão sendo feitas, nenhuma seguradora brasileira se encaixa nas normativas da ANTT”.

No entanto, a Trans Acreana já fez o primeiro teste internacional graças a uma autorização em caráter emergencial.

A empresa foi a responsável por transportar a comitiva liderada pelo governo do Acre, que participou do lançamento da Corredor Turístico Trinacional Amazônico-Andino e da I Feira Internacional de Turismo, na região de Cusco.

De acordo com a nota do governo do estado do Acre, “subir a Cordilheira dos Andes é um dos maiores desafios da Trans Acreana. Os motoristas precisam de grande habilidade para realizar as curvas extremamente fechadas da rodovia Interoceânica Sul, a Estrada do Pacífico, e se manter lúcidos em trechos com quase cinco mil metros de altitude no altiplano peruano. Em grandes alturas, o oxigênio é escasso e o corpo humano sofre com o chamado ‘mal da montanha’, que ocasiona sonolência, dores de cabeça e até mesmo perda da consciência, entre outros distúrbios”.

A empresa anuncia ainda outra novidade: a implantação da linha Rio Branco-Porto Maldonado, também no Peru.

A Trans Acreana solicitou à ANTT a operação do trecho de 570 quilômetros, com frequência de seis vezes por semana, entre as duas cidades.

A iniciativa conta com o apoio institucional do governo do Estado, conforme ressalta a diretora de Turismo da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Seet), Waleska Bezerra:

A retomada da maior linha de ônibus do mundo e desta nova rota até Porto Maldonado será muito importante na consolidação da Rota Turística Trinacional, que foi lançada recentemente. A Trans Acreana será muito importante neste processo”.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Santos Dumont disse:

    Parabenizamos a iniciativa da Transacreana, mas também entendemos a cautela da ANTT quanto a autorização da operação. Seguro é fundamental para uma operação em que a própria transportadora destacou o risco real sob o ‘mal-da-montanha’ inexistente em terras brasileiras, e isto fora à exposição ao trânsito em condições severas de intempérie naquela altura andina.
    Talvez fosse mais adequado uma operação com paradas intermediárias com intervalo para descanso de dupla de motoristas (caso assim seja) ou a exigência de troca efetiva de motoristas com experiência e habitualidade naquelas condições extremas.
    De qualquer modo, é um desafio assumido pela empresa nacional num percurso de 1 semana dentro de um ônibus. Haja zeladoria com o estado do ônibus.

  2. Paulo Elias pires Viana disse:

    Sim está linha saía do Rio de janeiro até Bogotá vc Colômbia

  3. José Egle Oliveira Rebouças disse:

    Muito bom pra nós acrianos .É a forma mais curta e eficiente de conhecer o nosso país vizinho. Eu sou José Egle servidor de educação do estado do acre e Neto de peruano abraço.

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