Após operações policiais, pedido de CPI dos ônibus de São Paulo é protocolado na Câmara Municipal
Publicado em: 10 de junho de 2022

Polícia investiga suposta ligação de empresas que surgiram de cooperativas de transportes com o crime organizado e facções criminosas
ADAMO BAZANI
A Câmara Municipal de São Paulo teve protocolado nesta sexta-feira, 10 de junho de 2022, um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para “investigar todas as empresas que prestam serviço de transporte coletivo no município de São Paulo”.
O requerimento é do vereador Mario Palumbo Junior, o delegado Palumbo, do MDB, e ocorre depois de duas operações policiais que investigam supostas ligações entre empresas de ônibus que surgiram de cooperativas com assassinatos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e com membros de facções criminosas na direção destas companhias.
Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 09 de junho foi realizada uma operação na empresa TransUnião, inclusive com investigações sobre o vereador Senival Moura, do PT, que nega envolvimento em crimes.
Em entrevista ao Diário do Transporte, o delegado-geral de polícia, Oswaldo Nico Gonçalves, disse que outras três empresas estão sendo investigadas por possível participação no mesmo esquema no qual estaria envolvida a TransUnião.
Relembre:
A reportagem mostrou ainda que são investigadas outras empresas com origem em cooperativa, como a UPBus, onde ocorreu uma operação na semana passada.
Em 02 de junho de 2022, a Polícia Civil apreendeu armas, munições, computadores e documentos na UPBus, operadora da zona Leste de São Paulo.
O Denarc (Departamento de Narcóticos) da Polícia Civil de São Paulo está convencido de que a empresa de ônibus com origem em cooperativa de transportes do sistema urbano da capital paulista fazia lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e tinha membros ligados a uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.
Relembre:
O pedido de Palumbo traz as sugestões das seguintes ações para a CPI:
(1) identificar eventuais irregularidades;
(2) apurar as medições e pagamento;
(3) avaliar a qualidade dos serviços prestados;
(4) identificar eventuais pessoas físicas e/ou jurídicas que estejam envolvidas diretamente ou indiretamente com estas empresas, que possam ser frutos de ilícitos contra a administração pública;
(5) identificar o quadro societário das empresas e verificar se há conflito de interesses com a administração pública;
(6) verificar o programa de compliance das empresas e os documentos da operação, seguro, CNDS em todas as esferas e por fim
(7) verificar quais são os mecanismos que estas empresas se utilizam para combater a corrupção e a fraude
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Quais vereadores assinaram o pedido de CPI ??