Faixa Azul para motos não teve nenhum acidente grave no primeiro mês de operação, diz CET
Publicado em: 25 de fevereiro de 2022
Segundo companhia, via vem sendo utilizada por 86% dos motociclistas e fluidez melhorou no local
ADAMO BAZANI
Após um mês de implantação do projeto piloto da “Faixa Azul” para motos na Avenida 23 de Maio, sentido Santana/Aeroporto, não houve registro de nenhum acidente com vítima grave ou mortes envolvendo motos no local da faixa, entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad.
A informação é da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em balanço divulgado nesta sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022.
A “Faixa Azul” começou a funcionar experimentalmente de forma oficial no dia 25 de janeiro de 2022.
Ainda de acordo com a CET, a faixa tem sido usada por 86% dos motociclistas que passam por aquele ponto da Avenida 23 de Maio, mesmo não sendo de uso obrigatório.
A companhia ainda afirmou que o trânsito melhorou no local, com aumento de 10% na fluidez, em média.
Veja o balanço de acidentes:
– Fora do espaço da faixa azul: sete sinistros sem vítima e quatro com vítima. Os motoristas dos veículos não sinalizaram a mudança de faixa com a seta e colidiram de leve com as motocicletas.
– No espaço da faixa azul: quatro sem vítima, também causados pelo não uso da sinalização de seta ou pelo movimento brusco de troca de faixa.
– Em outra ocasião, um funcionário que fazia a zeladoria no canteiro central da Avenida 23 de Maio, ao lado da faixa azul, foi atingido por um veículo que trafegava de forma perigosa no local
– Para finalizar, o motociclista que trafegava pela faixa azul teve um mal súbito (desmaio) e caiu dentro do espaço, mas não houve interferências ou acidentes envolvendo outros veículos.
Menos lentidão:
Ao mesmo tempo, houve melhora na fluidez na avenida 23 de Maio. A lentidão diminuiu cerca de 10% no trecho em comparação a 2021 (de 0,72 para 0,65). Para os técnicos na CET, ao organizar o fluxo de veículos, retirar as tachas da sinalização horizontal e orientar os espaços compartilhados, evitou-se os conflitos existentes entre autos e motos. Graças a isso, o trânsito fluiu sem as rotineiras disputas com buzinas, estresse e o hábito de mudança entre faixas sem necessidade (o famoso “costurar”).
Os dados captados ao longo da via serão enviados para a SENATRAN – Secretaria Nacional de Trânsito trimestralmente.
Em nota, a CET explica o histórico da 23 de Maio quanto a motos e como funciona o projeto.
Histórico
A Avenida 23 de Maio tem um histórico de acidentalidade grave. Entre 2018 e 2020 foram 117 sinistros com moto envolvida – 129 Feridos e 4 mortos.
A avenida 23 de Maio foi escolhida para o projeto piloto por tratar-se de uma via com alto número de trânsito de motocicletas: 2.400 motos por hora, chegando a 50 mil ao dia, com 78% dos sinistros no local envolvendo a moto.
Como é o projeto piloto
Houve uma nova sinalização horizontal da pista com rebalizamento das faixas e que não afetou a capacidade volumétrica de tráfego e a segurança dos motoristas que trafegam pelo local. Além disso, uma sinalização vertical foi implantada por toda a extensão da via (coluna projetada cônica, o que há de mais moderno no mercado, pois são mais longas e mais altas)
A sinalização foi implantada entre as faixas 1 e 2 – usualmente utilizadas pelos motociclistas – para que, em tráfego lento, as motos pudessem transitar com mais disciplina, de forma segura e consciente e sem alterar a dinâmica já existente na via.
Vale ressaltar que o uso da faixa azul não é obrigatório. O motociclista é orientado a utilizar em caso de trânsito lento. Há sinalização vertical por toda a via alertando para os limites de velocidade, cuidado e orientação ao mudar de faixa e mensagens educativas lembrando do uso da seta, o respeito aos limites de velocidade e a atenção aos sinais de trânsito e compartilhamento do espaço na avenida.
Para garantir mais fluidez e respeito à sinalização existente, os motociclistas da CET e do CPTRAN fazem rondas para o monitoramento e controle do tráfego no local.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Por que não colocam a faixa na esquerda como era no trecho da Vila Mariana até a Paraíso, ao invés do corredor? Se fizessem isso, diminuiriam ainda mais os acidentes.