Eletromobilidade

Ônibus elétricos em Curitiba: Agência Francesa de Desenvolvimento deve financiar veículos, infraestrutura e carregamento de baterias

Membros da AFD conhecem sistema de ônibus de Curitiba

Missão esteve na capital paranaense, conheceu projetos locais e apresentou o modelo do Electribus de Bogotá; Programa E-Motion vai ser lançado em 2022 para financiar eletromobilidade na América Latina

ADAMO BAZANI

Uma missão da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) esteve em Curitiba nesta terça-feira, 05 de outubro de 2021, para estudar uma nova parceria com o município para o financiamento de ônibus elétricos, infraestrutura de carregamento para a eletromobilidade e a diversificação de meios de transporte com emissão de baixo carbono.

Os técnicos da ADF conheceram projetos locais, como o Inter 2 e o Ligeirão Leste-Oeste, e apresentaram iniciativas internacionais, como o Electribus, desenvolvido para Bogotá, na Colômbia.

Segundo a prefeitura de Curitiba, na modelagem aplicada na cidade colombiana, há financiamentos distintos para a compra de veículos e baterias, infraestrutura de recarregamento e ainda a possiblidade de contratos de aluguel, tanto de veículos como de equipamentos. Os modelos de concessão também são distintos, tanto para a aquisição como para a operação do sistema de transporte.

O chefe adjunto da Divisão de Mobilidade e Transporte AFD (Paris), Stéphanne Carcas, disse que o projeto de sistema de ônibus elétricos em Curitiba deve contar com US$ 50 milhões da iniciativa.

“Estimamos um financiamento de US$ 50 milhões para a compra de 140 veículos elétricos, mais infraestrutura de carregamento para o modelo de Curitiba. Com recursos disponíveis do Green Climate Fund para o segundo semestre do ano que vem, seria possível elaborar um pacote de financiamento dos veículos, sistema de recarga e subsídios para outras aplicações vinculadas”

Segundo o executivo, os investidores não querem mais só financiar a infraestrutura viária para os ônibus, mas os sistemas como um todo.

“Durante vários anos nossos parceiros pediam para financiar a canaleta de transporte, a infraestrutura viária. Com o passar do tempo, começamos a financiar o sistema integrado com os diversos componentes do transporte urbano”

O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur, disse que dois dos eixos principais do sistema de ônibus estão nos planos para mudanças de matriz energética.

“Caminhamos para uma transição do modelo de transporte. Uma requalificação que envolve a nova infraestrutura do Inter 2 e do Ligeirão Leste-Oeste com a mudança de matriz energética dos veículos e o fortalecimento da intermodalidade”

Segundo a prefeitura, os trabalhos com vistas à eletromobilidade estão integrados ao planejamento da cidade como parte da meta Viva uma Nova Mobilidade Urbana, prevista no plano de governo 2021/2024 do prefeito Rafael Greca e que pretende a ampliação da intermodalidade com prioridade a sistemas movidos à energia limpa.

A missão da AFD percorreu trechos do BRT Leste-Oeste, a partir da estação CIC Norte até o Terminal Campina do Siqueira.

A prefeitura explicou que o percurso faz parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável, financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com processo em curso com o New Development Bank (NDB) e prevê a adequação da infraestrutura viária para melhoria da eficiência e capacidade do Inter 2 e do Interbairros II.

Programa E-Motion para eletromobilidade na América Latina:

Em 2022, deve ser lançado o Programa E-Motion, fundo de mobilidade elétrica para a América Latina, que vai contar com recursos do Green Climate Fund (GCF).

Entre os integrantes do programa estão a Proparco, subsidiária da AFD que financia o setor privado com enfoque nos setores de energias renováveis, agroindústria, instituições financeiras, saúde, educação; o Banco de Desenvolvimento Alemão KfW, a Agência Alemã de Cooperação Internacional Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e a Corporação Andina de Fomento (CAF).

Segundo os agentes explicaram aos técnicos da prefeitura, o foco do E-Motion é promover uma transição regional em grande escala para a eletromobilidade, financiando, além do sistema de transporte de massa (micro-ônibus, ônibus padron e BRTs), veículos de carga leve e também táxis.

Os recursos provenientes deste fundo para projetos locais deverão estar disponíveis em julho de 2022, após o cumprimento das etapas de aprovação do Programa E-Motion pelas instâncias do Green Climate Fund.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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