Sindicato diz que CPTM ainda não cumpriu ‘negociação trabalhista’ feita em TV para acabar com greve nas linhas 11, 12 e 13
Publicado em: 26 de agosto de 2021

“Cláusulas” foram intermediadas por apresentador, que fez sugestões de tópicos, com participação de sindicalista e secretário dos transportes; ‘Estado de greve’ foi mantido
ADAMO BAZANI
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil distribuiu um comunicado afirmando que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) não cumpriu uma espécie de negociação trabalhista realizada ao vivo em um programa vespertino de TV na última terça-feira, 24 de agosto de 2021, para acabar com a greve que atingiu as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que ocorreu no mesmo dia.
De acordo com a entidade, está mantido o “estado de greve”
Por causa dessa greve, ônibus ficaram lotados, pessoas perderam compromissos de trabalho e de saúde e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos.
Apesar de desde março a categoria estar discutindo com a estatal a forma de pagamento de reajuste salarial, inclusive no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), foi no programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, que aparentemente se definiria.
O apresentador José Luiz Datena “mediou” a espécie de sessão de conciliação ao vivo e até sugeriu algumas “cláusulas” que foram aceitas pelo secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, e o secretário-geral do sindicato, Alexandre Mucio.
Em alguns momentos, Baldy parecia estar constrangido.
A CPTM havia proposto pagar o reajuste em dez parcelas.
“Cinco parcelas, tá bom”? – disse o apresentador ao secretário da gestão do governador João Doria depois de proposta do sindicalista.
A proposta oficial da CPTM era que as 10 parcelas fossem pagas a partir de janeiro.
Depois o sindicalista pediu para antecipar a data.
O apresentador sugeriu: “Outubro?”
Ambas as partes aceitaram.
O diálogo estava ao vivo.
Depois foi acordada a reversão da demissão dos 10 funcionários por causa da greve, além de ter sido marcada uma reunião presencial entre o secretário Baldy e os sindicalistas que deveria ocorrer nesta quarta-feira (25).
Mas em comunicado, o sindicato disse que na quarta-feira (25) não houve a reunião, que um ofício enviado pelo presidente da CPTM, Pedro Moro, tinha cláusulas diferentes da TV, e que os funcionários grevistas receberam o comunicado de desligamento.
A reunião foi sugerida pela secretaria para ocorrer somente em 01º de setembro de 2021
Apesar de ter sido transmitida ao vivo na TV, não houve formalização do acordo e nem homologação perante à Justiça Trabalhista.
Pela greve, 560 mil passageiros foram prejudicados.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Comentários