Eletromobilidade

Anfavea prevê que 90% dos caminhões e ônibus do Brasil serão a diesel em 2035

Apresentação foi feita nesta terça (10). Foto: Reprodução.

Associação afirma que renovação da frota com veículos elétricos será lenta, mesmo no cenário de convergência global

JESSICA MARQUES

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prevê que, em 2035, 90% dos caminhões e ônibus do Brasil serão a diesel. A previsão foi divulgada nesta terça-feira, 10 de agosto de 2021, durante o evento “O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo”, com o objetivo de avaliar os cenários para o futuro da motorização veicular, considerando a realidade brasileira e incluindo os resultados do estudo feito pelo Boston Consulting Group.

Segundo a associação, mesmo no cenário de convergência global, com quase 2,5 milhões veículos eletrificados vendidos em 2035, a renovação natural da frota será muito lenta. A frota circulante de leves ainda terá quase 80% de motores flex (gasolina/etanol), enquanto praticamente 90% dos caminhões e ônibus nas ruas continuarão consumindo diesel.

“Logo, a demanda por etanol e álcool anidro (presente em 27% na gasolina) exigirá altos investimentos da indústria sucroalcooleira, algo em torno de R$ 50 bilhões em 15 anos. O mesmo raciocínio vale para os produtores de diesel e biodiesel. Além disso, serão necessários investimentos significativos e mandatórios na produção de HVO (diesel de origem vegetal) para a frota circulante”, detalhou a Anfavea, em nota.

De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o tema ficou ainda mais relevante com a divulgação do relatório IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), pela ONU, com a estimativa de que o limite de +1,5° C de aquecimento global em relação à era pré-industrial será alcançado em 2030, dez anos antes do previsto.

“A Anfavea lidera esse debate fundamental e inadiável, pois a indústria automotiva precisa saber como direcionar seus investimentos para as próximas gerações de veículos e para inserir o Brasil nas estratégias globais de motorização com foco total na descarbonização”, afirmou Moraes.

“Enfrentar as mudanças climáticas é o maior desafio da nossa geração. Na indústria automotiva, tecnologias de eletrificação e maior uso de combustíveis sustentáveis já se mostram um caminho sem volta. As empresas precisam se preparar para o desafio e mirar as novas oportunidades, investindo em produção, infraestrutura, distribuição, novos modelos de mobilidade e serviços, além da capacitação dos seus profissionais”, disse Masao Ukon, sócio sênior do BCG Brasil e líder do setor Automotivo na América do Sul.

Em nota, a Anfavea pontua que, mesmo no cenário mais acelerado de convergência global, com uma quantidade de quase 2,5 milhões de veículos eletrificados vendidos por ano já em 2035, a contribuição para a redução de emissões de CO2 será bastante limitada.

“É impossível tentar resolver o problema contando apenas com os veículos novos que serão vendidos a cada ano. A única saída é implantar políticas eficientes que promovam a rápida retirada da frota velha das ruas. Políticas de Inspeção Veicular e de Renovação da Frota, previstas em lei desde a criação do Proconve em 1986, até hoje não saíram do papel.”

Confira a apresentação, na íntegra:

Jessica Marques para o Diário do Transporte

Comentários

Comentários

  1. carlos souza disse:

    Ou seja,não há mais pôha nenhuma que não….vazio,nada,zero,e só.Não tem mais planeta há muito tempo.Se algum ET ver algo parecido com planeta Terra,pode desistir.É só miragem.

    1. fernando rocha de miranda pereira disse:

      Hummmm entao vai levar uma eternidade para os onibus e caminhoes sairem do motor a diesel para o eletrico. O carro eletrico esta custando um preço caro e o pobre nao pode comprar. A petrobras nao quer largar o osso de jeito nenhum

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