Rodoviários da Veleiro, em Maceió, atrasam saída dos ônibus para discutir reajuste salarial

Foto: Tôni Cristian / Ônibus Brasil

Sindicato da categoria realizou uma assembleia por dia nas quatro empresas da capital alagoana. Transporte coletivo pode parar

ALEXANDRE PELEGI

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Alagoas (Sinttro/AL) realizou na manhã desta sexta-feira, 29 de janeiro de 2021, uma assembleia com os trabalhadores da empresa Veleiro, uma das concessionárias do transporte municipal de Maceió.

Os ônibus atrasaram a saída da garagem para a reunião, que debateu as reivindicações da categoria, como reajuste salarial, vale alimentação e plano de saúde.

O Sinttro começou uma série de encontros na terça-feira (26), iniciando com os rodoviários da Empresa São Francisco. Na quarta (27) a assembleia foi na garagem da Empresa Cidade de Maceió, e ontem (28) com os rodoviários da Real Alagoas, cobrindo assim todas as empresas que atendem o sistema de transporte de Maceió.

Segundo o sindicato da categoria, foi aprovada uma futura greve por reajuste salarial.

O Sinttro alega que as empresas de ônibus cortaram o vale alimentação e o plano de saúde dos funcionários, e a categoria teme por novos cortes em razão da diminuição no valor da tarifa.

Como mostrou o Diário do Transporte, a Prefeitura de Maceió reduziu a tarifa de ônibus para R$ 3,35, valor mais barato entre as capitais brasileiras, no dia 25 de janeiro de 2021. A tarifa até então era de R$ 3,65. Relembre:

Maceió reduz tarifa de ônibus para R$ 3,35, valor mais barato entre as capitais brasileiras

MEDIAÇÃO DA PREFEITURA

Nesta quinta (28) o superintendente municipal de Transportes e Trânsito da prefeitura de Maceió, André Costa, recebeu representantes do Sinttro/AL. O encontro buscou evitar uma possível paralisação da categoria.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da prefeitura, “os trabalhadores do transporte coletivo apresentaram as principais reivindicações da categoria, a exemplo de mudanças no plano de saúde e do ticket alimentação por parte das empresas que atuam na capital”.

Ainda de acordo com a prefeitura, o presidente do Sinttro/AL teria garantido que a pauta de solicitações não estaria relacionada à redução nas passagens dos ônibus, e sim à retirada de benefícios dos trabalhadores. No encontro, os rodoviários pediram a mediação da SMTT junto aos empresários.

Na próxima semana a SMTT participará de uma audiência com rodoviários e empresas de ônibus e o Ministério Público do Trabalho (MPT/AL), visando mediar uma solução para o problema.

Reunião aconteceu na sede da SMTT e visa evitar paralisações dos rodoviários. Foto: Ascom SMTT

POSIÇÃO DAS EMPRESAS: GREVE É ILEGAL

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb) divulgou nota nessa semana em que busca esclarecer os danos causados pela diminuição no número de passageiros, um dos efeitos da pandemia de Covid-19, e desta forma alertar para a situação difícil que vive o setor. Para as empresas, a greve é ilegal.

Leia a nota na íntegra:

NOTA

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb) esclarece que há meses vêm comunicando a categoria sobre a atual situação das empresas quanto aos prejuízos acumulados com a queda de passageiros e os efeitos da pandemia nos últimos meses.

Em 2020 as empresas perderam em média mais de 50% dos passageiros.  Mas mesmo diante de tantos prejuízos, as empresas vêm fazendo esforços para honrar com todos os compromissos com os trabalhadores e está em dia com os pagamentos dos rodoviários, bem como benefícios como plano de saúde e ticket alimentação. Porém, a situação se agravou ainda mais com o fim do programa do Governo Federal que garantiu auxílio às empresas nos últimos meses.

Em todas as convenções coletivas realizadas até 2019, os rodoviários conseguiram ganhos reais acima da inflação.

O Sinturb enxerga a greve como ilegal em um período delicado para as empresas. Uma possível paralisação trará ainda mais prejuízos para o setor, dificultando o funcionamento do serviço e o fechamento de contas. Assim como, trará prejuízos para a população que depende diariamente do transporte público.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading