Metrô de São Paulo mostra passo a passo da troca de vidros danificados de trens

Troca pode levar até 3 horas. Foto: Diário do Transporte.

Procedimento é necessário geralmente em casos de vandalismo, o que prejudica operação

WILLIAN MOREIRA

Quando um passageiro utiliza os trens do Metrô de São Paulo, pode notar um vidro riscado que, dias ou até horas depois, se torna “novo em folha”, limpo e sem qualquer avaria. Isso acontece porque a companhia mantém uma rotina de substituição destes itens o mais breve possível.

O procedimento de substituição de um vidro é necessário geralmente em casos de vandalismo, o que prejudica a operação e afeta a rotina dos passageiros.

Assim, o Metrô busca remover a avaria dos vidros rapidamente como forma de inibir os atos de vandalismo, para que a “marca” de quem cometeu o ato não fique no local por muito tempo.

O Diário do Transporte acompanhou uma tarde de trabalhos na manutenção de trens focada sobre a substituição de vidros.

A reportagem esteve presente no Pátio do Jabaquara, na capital paulista. Na ocasião, uma equipe efetuou a troca de um vidro da porta em um trem. O processo apesar de ser rápido com duração de pouco mais de uma hora, requer a retirada da composição do atendimento aos passageiros por um tempo ainda maior, já que é levado em conta o estacionamento no pátio, a inspeção, a convocação da equipe de manutenção, a substituição de itens necessários e a inspeção pós-serviço.

O supervisor de Manutenção da companhia, Genison Oliveira, explicou de forma resumida como é feito o procedimento, que pode levar até 3 horas dependendo do tamanho do vidro ou posição em que ele está.

A TROCA

No momento da troca acompanhada pela reportagem, dois funcionários do setor de corretiva chegaram ao local com as ferramentas e o vidro a ser substituído. Por se tratar de uma peça menor e em uma porta, o trabalho foi rápido.

Para a substituição, feito o desmonte e a remoção da borracha e placa metálica de proteção. Em seguida, foi feita a remoção do vidro avariado e o encaixe do novo no lugar. Em seguida, a reinstalação das proteções.

Veja abaixo uma parte do processo:

No momento da troca, haviam ao todo três trens parados para passar pelo mesmo procedimento.

Além de portas, tinham vidros de janelas, maiores e mais largos, que demandaram um trabalho mais demorado e com mais pessoas participando.

Trabalhadores capacitados em tarefas como essa, bem como as peças de substituição estão em todos os quatro o pátios de manutenção do Metrô: Jabaquara, Tamanduateí, Itaquera e Oratório, sendo o último dos trens do monotrilho.

GASTOS

De acordo com informações do Metrô, no ano de 2019 foram gastos R$ 431 mil com material e mão-de-obra para realizar a substituição destes equipamentos nos trens.

Já em 2020 um levantamento preliminar até o mês de novembro, tratando dos mesmos custos com material e mão-de-obra, contabilizaram R$ 225 mil em despesas.

Segundo a companhia, o montante poderia ser investido em outros setores, como sinalização visual, campanhas educativas ou sociais que são rotineiramente realizadas caso as ações de vandalismo diminuíssem.

Por essa razão, a companhia pede a colaboração dos passageiros, que podem denunciar anonimamente estes atos via SMS Denúncia (97333-2252) informando o fato, a linha, próxima estação, sentido do trem e, se possível, características dos suspeitos.

A denúncia também é possível via aplicativo de celular “Metrô Conecta”, com o compartilhamento das mesmas informações.

Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte

Comentários

Comentários

  1. É o Metrô colocando em prática a teoria das janelas quebradas. Segundo o Wikipédia, a teoria das janelas quebradas pode ser sumarizada na ideia de que, se uma janela de um edifício for quebrada e não receber logo reparo, a tendência é que passem a jogar pedras nas outras janelas, e posteriormente passem a ocupar o edifício e destruí-lo.

  2. Maurício H Collaneri disse:

    Tive um professor de administração que explicou já no início da década 80 que o metrô de são Paulotem uma filosofia de qualidade que serve de referência mundial. Essa teoria das janelas quebradas era exatamente o que dizia aquele professor. Se algo está ligeiramente vandalizado a tendência é agravar. Podemos observar isso nos bancos estofados de ônibus. Rasgou um pouco e amanhã a espuma tá lá aparecendo. Mas o metrô faz uma enorme diferença. Eles conseguem reparar em tempo recorde qualquer estrago O Metrô de são Paulo é um orgulho. Se não faz melhor é porque já atingimos o rendimento decrescente onde o excesso de demanda não se resolve adicionando mais recursos operacionais.

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