SPTrans vai reduzir em 988 ônibus a frota das linhas municipais e chama divulgação de Sindmotoristas de “irresponsável”
Publicado em: 24 de junho de 2020
Quantidade corresponde a 8,39% da frota. Entidade trabalhista diz que redução seria de 25%.
ADAMO BAZANI
A SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema de ônibus da cidade de São Paulo informou ao Diário do Transporte, que a partir desta quinta-feira, 25 de junho de 2020, vai “readequar” a frota de ônibus municipais em “8,39% dos veículos que circulam atualmente”.
Com isso, o total de ônibus em operação vai ser reduzido dos atuais 11.779 coletivos (92,31% da frota de antes da pandemia) para 10.791, ou seja, 988 ônibus a menos, ficando 84% da frota de antes da pandemia.
Mais cedo, o Sindmotoristas, sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus da capital, informou que a redução seria de 25% da frota, o que resultaria em quase 2,8 mil veículos.
A gerenciadora classificou de irresponsável a divulgação da entidade trabalhista.
“É totalmente improcedente, portanto, a informação de que 25% da frota será reduzida nesta quinta-feira, conforme divulgado de forma irresponsável pelo Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas), o que só contribui para desinformar a população.”
Na nota, a SPTrans informou ainda que o número de 1,3 milhão de passageiros por dia vem se mantendo (antes da pandemia eram 3,3 milhões), que a medida será adotada em linhas que estão com oferta superior à demanda existente e que vai priorizar o atendimento em bairros mais afastados do centro, onde está maior concentração de casos Covid 19 e síndromes respiratórias.
Confira a nota na íntegra:
A Prefeitura, por meio da SPTrans, informa que a frota de ônibus da cidade será readequada em menos de 9% nesta quinta-feira, 25 de junho, e vai priorizar o atendimento em bairros mais afastados do centro, onde está maior concentração de casos Covid 19 e síndromes respiratórias. A readequação corresponde a 8,39% dos veículos que circulam atualmente. Com a mudança, 10.791 coletivos seguirão operando em São Paulo, ou 84% da frota total antes da quarentena. É totalmente improcedente, portanto, a informação de que 25% da frota será reduzida nesta quinta-feira, conforme divulgado de forma irresponsável pelo Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas), o que só contribui para desinformar a população.
Antes da pandemia, 3,3 milhões de passageiros eram transportados nos ônibus municipais diariamente. Esse número caiu para 1,3 milhão de pessoas por dia e vem se mantendo estável nas últimas semanas. Desde o início da quarentena, a SPTrans manteve a frota de veículos bem acima da demanda, monitora constantemente as linhas e esses dados podem ser conferidos em Boletim divulgado diariamente com total transparência.
A medida será adotada em linhas que estão com oferta superior à demanda existente.
A decisão foi tomada levando-se em conta os índices de lotação de veículos, a estabilidade da demanda de passageiros, que não acompanhou o crescimento da frota, e a sustentabilidade do sistema municipal de transportes.
Para se ter um exemplo, enquanto a frota de ônibus teve um acréscimo de 40% no mês de junho, com a inclusão de 3.385 veículos, chegando a 92% do cenário pré-quarentena, a demanda de passageiros se manteve sempre próxima a 40%.
Todas as linhas circulando atualmente serão mantidas. Nas linhas do subsistema local de distribuição, que opera nos bairros, não haverá readequação.
A SPTrans seguirá monitorando a demanda de passageiros e a oferta, para realizar os ajustes operacionais quando constatada a necessidade.
Ações da SPTrans
Vale lembrar que a SPTrans adotou medidas para que diversas práticas novas fossem incorporadas na rotina do sistema. Além da limpeza mais pesada já realizada diariamente nas garagens em todos nos veículos, a higienização passou a ser feita também entre as viagens,nos terminais, principalmente nos locais onde há contato mais frequente dos passageiros, como balaústres, corrimãos e assentos.
O uso de máscara passou a ser obrigatório para todos e a SPTrans autorizou as empresas concessionárias a isolarem seus motoristas com cortina em “L”. Os terminais de ônibus também passaram a ser higienizados com mais frequência e ganharam marcação no solo.
Ações de orientação e conscientização sobre cuidados e higiene pessoal também continuam sendo realizadas com todos os operadores, por meio das concessionárias, e com os passageiros, por meio de mensagens sonoras e cartazes nos terminais, redes sociais e no Jornal do Ônibus.
PASSAGEIROS SENTADOS:
De acordo com os mais recentes dados veiculados pela própria SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, estavam em circulação 92,31% da frota habitual de antes da pandemia, o que representa 11.779 ônibus.
Segundo o mais recente boletim de trânsito e mobilidade da cidade, a média diária dos passageiros tem se mantido em 1,3 milhão de pessoas por dia (em torno de 3,5 milhões de viagens) nos últimos dias. Antes da pandemia, a média em dia útil era de 3,5 milhões de pessoas (em torno de 9 milhões de viagens).
A questão da frota, lotação e passageiros em pé foi alvo de uma polêmica que resultou em troca no comando da pasta da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes da capital paulista.
No sábado, 20 de junho de 2020, foi oficializado o nome da então diretora de planejamento Elisabete França no lugar de Edson Caram, que estava no cargo desde dezembro de 2018 e pediu demissão em 12 de junho de 2020, na mesma semana que o prefeito Bruno Covas ameaçou dispensá-lo dizendo, em entrevista coletiva no dia 08 de junho de 2020, que iria trocar de secretário caso os ônibus na cidade de São Paulo anda trafegassem com pessoas em pé.
A circulação dos ônibus municipais somente com passageiros sentados foi uma recomendação da SMT – Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes para evitar lotação e reduzir o risco de contágio pela Covid-19. Porém, nesta sexta-feira, 19 de junho de 2020, a SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora dos coletivos, confirmou que revogou a orientação.
Já Edsom Caram foi nomeado oficialmente agora para o cargo de Secretário Executivo, do Gabinete do Prefeito.
Relembre:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
As linhas de um bairro sem metrô, trem teria aumenta a quantidade de ônibus. Só as linhas que faz trajeto finais dos 2 bairros que tem metrôs deveria reduzi os ônibus. Assim ficaria menos pior.
Gostaria de saber quais linhas sofrerão essa redução. Será que a Detrans teria essa capacidade de informar?????? Com base em que dados de chegou a esses denominadores???? Depois disso vamos avaliar a capacidade e competência (sic) dessas pessoas que só andam de véi uso próprio
SP tá perdidinha….nao sabe o que faz! Aliás sp trans só atrasa…pra que tirar ônibus de circulação? Periferia sofre com lotação…
Quanto menos ônibus na rua mais aglomerações terá..Será que a SP Transporte ñ está pensando nas pessoas que precisam trabalhar? Com menos ônibus mais aglomerações terá…