SPTrans vai reduzir em 988 ônibus a frota  das linhas municipais e chama divulgação de Sindmotoristas de “irresponsável”

Quantidade corresponde a 8,39% da frota. Entidade trabalhista diz que redução seria de 25%.

ADAMO BAZANI

A SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema de ônibus da cidade de São Paulo informou ao Diário do Transporte, que a partir desta quinta-feira, 25 de junho de 2020, vai “readequar” a frota de ônibus municipais em “8,39% dos veículos que circulam atualmente”.

Com isso, o total de ônibus em operação vai ser reduzido dos atuais 11.779 coletivos (92,31% da frota de antes da pandemia) para 10.791, ou seja, 988 ônibus a menos, ficando 84% da frota de antes da pandemia.

Mais cedo, o Sindmotoristas, sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus da capital, informou que a redução seria de 25% da frota, o que resultaria em quase 2,8 mil veículos.

A gerenciadora classificou de irresponsável a divulgação da entidade trabalhista.

“É totalmente improcedente, portanto, a informação de que 25% da frota será reduzida nesta quinta-feira, conforme divulgado de forma irresponsável pelo Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas), o que só contribui para desinformar a população.”

Na nota, a SPTrans informou ainda que o número de 1,3 milhão de passageiros por dia vem se mantendo (antes da pandemia eram 3,3 milhões), que a medida será adotada em linhas que estão com oferta superior à demanda existente e que vai priorizar o atendimento em bairros mais afastados do centro, onde está maior concentração de casos Covid 19 e síndromes respiratórias.

Confira a nota na íntegra:

A Prefeitura, por meio da SPTrans, informa que a frota de ônibus da cidade será readequada em menos de 9% nesta quinta-feira, 25 de junho, e vai priorizar o atendimento em bairros mais afastados do centro, onde está maior concentração de casos Covid 19 e síndromes respiratórias. A readequação corresponde a 8,39% dos veículos que circulam atualmente. Com a mudança, 10.791 coletivos seguirão operando em São Paulo,  ou 84% da frota total antes da quarentena. É totalmente improcedente, portanto,  a informação de que 25% da frota será reduzida nesta quinta-feira, conforme divulgado de forma irresponsável pelo Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas), o que só contribui para desinformar a população.

Antes da pandemia, 3,3 milhões de passageiros eram transportados nos ônibus municipais diariamente. Esse número caiu para 1,3 milhão de pessoas por dia e vem se mantendo estável nas últimas semanas. Desde o início da quarentena, a SPTrans manteve a frota de veículos bem acima da demanda,  monitora constantemente as linhas e esses dados podem ser conferidos em Boletim divulgado diariamente com total transparência.

A medida será adotada em linhas que estão com oferta superior à demanda existente.

A decisão foi tomada levando-se em conta os índices de lotação de veículos,  a estabilidade da demanda de passageiros, que não acompanhou o crescimento da frota, e a sustentabilidade do sistema municipal de transportes.

Para se ter um exemplo, enquanto a frota de ônibus teve um acréscimo de 40% no mês de junho, com a inclusão de 3.385  veículos, chegando a 92% do cenário pré-quarentena, a demanda de passageiros se manteve sempre próxima a 40%.

Todas as linhas circulando atualmente serão mantidas. Nas linhas do subsistema local de distribuição, que opera nos bairros, não haverá readequação.

A SPTrans seguirá monitorando a demanda de passageiros e a oferta, para realizar os ajustes operacionais quando constatada a necessidade.

Ações da SPTrans

Vale lembrar que a SPTrans adotou medidas para que diversas práticas novas fossem incorporadas na rotina do sistema. Além da limpeza mais pesada já realizada diariamente nas garagens em todos nos veículos, a higienização passou a ser feita também entre as viagens,nos terminais, principalmente nos locais onde há contato mais frequente dos passageiros, como balaústres, corrimãos e assentos.

O uso de máscara passou a ser obrigatório para todos e a SPTrans autorizou as empresas concessionárias a isolarem seus motoristas com cortina em “L”. Os terminais de ônibus também passaram a ser higienizados com mais frequência e ganharam marcação no solo.

Ações de orientação e conscientização sobre cuidados e higiene pessoal também continuam sendo realizadas com todos os operadores, por meio das concessionárias, e com os passageiros, por meio de mensagens sonoras e cartazes nos terminais, redes sociais e no Jornal do Ônibus.

PASSAGEIROS SENTADOS:

De acordo com os mais recentes dados veiculados pela própria SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, estavam em circulação 92,31% da frota habitual de antes da pandemia, o que representa 11.779 ônibus.

Segundo o  mais recente boletim de trânsito e mobilidade da cidade, a média diária dos passageiros tem se mantido em 1,3 milhão de pessoas por dia (em torno de 3,5 milhões de viagens) nos últimos dias. Antes da pandemia, a média em dia útil era de 3,5 milhões de pessoas (em torno de 9 milhões de viagens).

A questão da frota, lotação e passageiros em pé foi alvo de uma polêmica que resultou em troca no comando da pasta da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes da capital paulista.

No sábado, 20 de junho de 2020, foi oficializado o nome da então diretora de planejamento Elisabete França no lugar de Edson Caram, que estava no cargo desde dezembro de 2018 e pediu demissão em 12 de junho de 2020, na mesma semana que o prefeito Bruno Covas ameaçou dispensá-lo dizendo, em entrevista coletiva no dia 08 de junho de 2020, que iria trocar de secretário caso os ônibus na cidade de São Paulo anda trafegassem com pessoas em pé.

A circulação dos ônibus municipais somente com passageiros sentados foi uma recomendação da SMT – Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes para evitar lotação e reduzir o risco de contágio pela Covid-19. Porém, nesta sexta-feira, 19 de junho de 2020, a SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora dos coletivos, confirmou que revogou a orientação.

Já Edsom Caram foi nomeado oficialmente agora para o cargo de Secretário Executivo, do Gabinete do Prefeito.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/06/20/em-primeira-mao-elisabete-franca-e-a-nova-secretaria-de-transportes-da-cidade-de-sao-paulo-no-lugar-de-caram/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Claudio disse:

    As linhas de um bairro sem metrô, trem teria aumenta a quantidade de ônibus. Só as linhas que faz trajeto finais dos 2 bairros que tem metrôs deveria reduzi os ônibus. Assim ficaria menos pior.

  2. Alberto Luiz s Motta disse:

    Gostaria de saber quais linhas sofrerão essa redução. Será que a Detrans teria essa capacidade de informar?????? Com base em que dados de chegou a esses denominadores???? Depois disso vamos avaliar a capacidade e competência (sic) dessas pessoas que só andam de véi uso próprio

  3. Jean disse:

    SP tá perdidinha….nao sabe o que faz! Aliás sp trans só atrasa…pra que tirar ônibus de circulação? Periferia sofre com lotação…

  4. Adriana Oliveira disse:

    Quanto menos ônibus na rua mais aglomerações terá..Será que a SP Transporte ñ está pensando nas pessoas que precisam trabalhar? Com menos ônibus mais aglomerações terá…

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