Ônibus não circulam em Foz do Iguaçu e Prefeitura autoriza transporte alternativo

Passagem nas vans custa R$ 4, mas o passageiro deve utilizar dinheiro, pois não é possível pagar com o Cartão Único. Foto: Divulgação.

Duas das três empresas do Consórcio Sorriso paralisaram atividades e podem ser penalizadas

JESSICA MARQUES

Os ônibus de duas das três empresas que integram o Consórcio Sorriso, responsável pelo transporte coletivo de Foz do Iguaçu, no Paraná, não circularam nesta quinta-feira, 23 de abril de 2020.

Assim, a Prefeitura autorizou a circulação de transporte alternativo na cidade. As linhas que deixaram de ser operadas pelo Consórcio Sorriso passam a ser operadas por vans de turismo credenciadas pelo Foztrans (Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu).

Neste caso, a passagem nas vans custa R$ 4, mas o passageiro deve utilizar dinheiro, pois não é possível pagar com o Cartão Único.

Ao todo, 37 vans foram autorizadas a circular, cada um com capacidade para transportar até 15 pessoas. Os itinerários com as informações estão contidos nos para-brisas dos veículos.

QUEDA NA RECEITA

O Consórcio Sorriso informou que a redução de passageiros do sistema, por conta das medidas de restrição do novo coronavírus, geraram uma queda de receita de 90%. Assim, as empresas acumularam dívidas de R$ 2 milhões.

Neste cenário, de acordo com o Consórcio Sorriso, a paralisação desta quinta ocorreu porque as empresas não tem combustível para abastecer os veículos.

PENALIZAÇÃO

Em nota, a Prefeitura de Foz do Iguaçu informou que estuda medidas de penalização ao Consórcio Sorriso por descumprimento de contrato. As ações do Executivo poderão ir desde a intervenção no sistema até a rescisão contratual.

“A prefeitura entende que essa forma com que duas (das três empresas que integram o Consórcio) agiram é uma forma desrespeitosa, de chantagem ao Poder Público, porque tentam antecipar receitas ou subsídios onde não há um processo legal e tão rápido”, disse o prefeito Chico Brasileiro, em nota.

“Paralisar o transporte, prejudicar as pessoas e descumprir um contrato é um ato de chantagem e a prefeitura não vai aceitar, por isso autorizamos as vans de turismo a circularem para que o cidadão não fique sem um meio de se locomover”, afirmou também o chefe do Executivo.

As penalizações estão sendo analisadas pela Procuradoria Geral do Município. Em ofício enviado ao Foztrans, a Câmara de Vereadores solicita do Executivo que sejam tomadas medidas imediatas de intervenção e rescisão contratual da concessão.

NEGOCIAÇÃO

A Prefeitura informou ainda que não possui nenhuma dívida com o Consórcio Sorriso. Além disso, desde o início do mês a administração municipal informou estar analisando juridicamente a possibilidade de antecipar a compra de vales-transportes escolares para manter os ônibus rodando e evitar a demissão de trabalhadores nesta crise provocada pela Covid-19.

“Causa mais estranheza ainda a paralisação, pois na tarde de ontem (22), durante uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), um dos representantes do Consórcio afirmou que antecipação da compra dos vales transportes por parte do Município, resolveria momentaneamente os problemas de fluxo de caixa. A antecipação de receita estava programada para esta quinta-feira (23).”

Jessica Marques para o Diário do Transporte

 

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