Após reclamações de moradores, Santo André restringe acesso a Paranapiacaba
Publicado em: 18 de abril de 2020

Durante a quarentena decretada no estado de São Paulo por conta do coronavírus, turistas visitavam a vila normalmente
JESSICA MARQUES
A Prefeitura de Santo André, no ABC Paulista, restringiu o acesso a Paranapiacaba a partir deste sábado, 18 de abril de 2020. Assim, até 10 de maio, apenas moradores e pessoas que desempenham funções relacionadas ao serviço público ou a atividades essenciais poderão entrar na vila.
A medida foi tomada após reclamações de moradores, por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Prefeitura, Paranapiacaba dispõe apenas de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e de uma unidade do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Conforme publicado nas redes sociais por pessoas que residem na vila, mesmo com a quarentena decretada no estado de São Paulo por conta da pandemia de Covid-19, turistas visitavam Paranapiacaba normalmente.
No estado, a quarentena teve início no dia 24 de março, abrangendo municípios. Desde então, moradores solicitam uma ação mais eficaz para impedir a entrada de turistas no local.
Anteriormente, ações pontuais foram feitas pela administração municipal para conscientizar turistas, mas a vila continuou sendo frequentada. Agora, o acesso está restrito por decreto, publicado em Diário Oficial.
Confira:
BLOQUEIO
Os bloqueios são realizados em dois pontos: no acesso à estrada de terra que leva à parte baixa de Paranapiacaba e na entrada da parte alta, e vão continuar enquanto durar a quarentena.
A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informou que realizava bloqueios desde o dia 04 de abril, bloqueios para conscientização de turistas que desejam visitar a vila, apenas aos fins de semana.
A partir deste sábado, por sua vez, os bloqueios serão diários e terão a função de comunicar aos visitantes que o acesso é restrito a moradores e solicitar seu retorno.
COMPROVAÇÃO DE RESIDÊNCIA
Para entrar na vila, agora é preciso comprovar que é residente ou que trabalha no local. Segundo a Prefeitura, a comprovação deve ser feita por meio da apresentação de conta de consumo, contrato de trabalho ou de aluguel residencial.
Também serão aceitos documentos referentes à residência em nome do morador ou de parente. Por sua vez, as pessoas que possuem imóvel em Paranapiacaba têm a opção de comprovar por meio de documento de posse ou propriedade.
“O Parque Natural Nascentes de Paranapiacaba está fechado, assim como todos os pontos turísticos e estabelecimentos comerciais desde que as primeiras medidas contra a Covid-19 foram decretadas em Santo André. Ainda assim, existem pessoas que visitam a Vila, muitos vêm a pé ou de bicicleta. Por isso a necessidade de proibir o acesso de pessoas que não morem em Paranapiacaba. É preciso preservar a saúde não só de quem mora no local, mas também de quem visita. O isolamento social é a principal maneira de conter o coronavírus”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Fabio Picarelli, em nota.
FISCALIZAÇÃO
A fiscalização será feita pela Secretaria de Meio Ambiente, Guarda Civil Municipal e Secretaria de Mobilidade Urbana. A recomendação da Prefeitura é que os profissionais autorizados a acessar a vila por realizarem atividades essenciais fiquem no local apenas o tempo necessário para fazer o serviço.
OUTRAS MEDIDAS
Também em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Santo André suspendeu todos os serviços públicos de turismo na Vila de Paranapiacaba. Além disso, o pagamento de aluguéis e taxas municipais, para moradores e comerciantes, não precisará ser efetuado nos meses de abril, maio e junho.
Considerada patrimônio histórico nacional, Paranapiacaba foi construída por uma companhia inglesa (São Paulo Railway) a partir de 1860, quando teve início a implantação da ferrovia pioneira no Estado de São Paulo, que ligou o porto de Santos a Jundiaí.
A Parte Baixa da Vila foi comprada pela Prefeitura de Santo André em 2002. Desta forma, é cobrada uma mensalidade para imóveis, com valor variando por tipologia, girando em torno de R$ 200.
Jessica Marques para o Diário do Transporte
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