Como seria um sistema de transporte com ônibus novos, mas com pinturas históricas
Publicado em: 25 de agosto de 2019
Desenhos mostram como ficaria o ABC Paulista se não houvesse padronização visual e as empresas continuassem as mesmas
ADAMO BAZANI
Os mais vividos com certeza devem se lembrar. De longe dava para reconhecer o ônibus pelas pinturas de cada empresa.
Atualmente, na maior parte do País, os sistemas de transportes têm padronização visual.
Os ônibus devem seguir cores e design determinados pelo poder público.
As padronizações não são de agora. Nos anos da década de 1970, com o objetivo de reorganizar os serviços, muitos dos quais passariam a ter alguma forma de integração, as pinturas começaram a seguir esquemas de design.
Na capital paulista, por exemplo, a partir de 1978 surgia o chamado esquema “saia e blusa”, pelo qual a saia, a área da lataria da parte superior da caixa de roda para baixo determinava a região atendida pela empresa. A blusa, da caixa de roda para cima, era livre para a viação pintar do jeito que quisesse. No início dos anos 1990, na gestão de Luíza Erundina frente à prefeitura de São Paulo, todos os ônibus ficaram brancos com uma faixa vermelha no meio. Uma letra “M”, que remetia a “municipalizado”, em referência à forma de organização e remuneração do transporte, era pintada com cores diferentes, também de acordo com cada região atendida. Terminada a “municipalização”, os ônibus continuaram brancos com faixas vermelhas, mas em vez da letra M, um retângulo indicava com as mesmas cores a região atendida. Em 2003, com novos contratos após licitação na época da prefeita Marta Suplicy, as cores da frente e da traseira dos ônibus passaram a indicar as regiões, era o sistema Interligado, o que continuou até meados de 2019 quando todos os novos coletivos estão sendo inseridos no sistema completamente cinza/prateado. Prefeitura de São Paulo e empresas de ônibus alegam questões de custos. No fim de 2019, por determinação da SPTrans e já seguindo a nova organização de lotes pelos contratos assinados em 06 de setembro de 2019, após mais de seis anos de uma licitação que não tibha definição, os ônibus municipais de São Paulo passaram a adotar uma nova padronização, mas com as cores já urtilizadas para definir cada região atendida. A frente a a traseira continuavam coloridas, mas os destaques de cores eram menores e na lateral, os ônibus ganharam faixas da mesma cor da região e o símbolo da SPTrans em destaque. (ABAIXO DOS DESENHOS UM EXEMPLO COM FOTOS DE UMA DAS EMPRESAS MAIS ANTIGAS DA CAPITAL PAULISTA)
Em Curitiba, também é antiga a padronização. As cores dos ônibus indicam os serviços, como “pratas” os chamados Ligeirinhos, que atendem às estações-tubo ou o interbairros, que é de cor verde, por exemplo.
Na Grande São Paulo, os ônibus metropolitanos passaram por padronização no final dos anos 1990, todos com as mesmas cores, na predominância de azul escuro, sem nenhuma diferenciação de área atendida.
Algumas padronizações seguem lógicas, como em Curitiba e São Paulo, por exemplo, mas em várias cidades, as cores ficam à mercê da vontade de quem está no poder. Santo André, no ABC Paulista, foi um exemplo disso. A cada prefeito que entrava, as cores dos ônibus mudavam. Cada prefeito queria impor sua marca e tirar dos coletivos as cores dos partidos rivais.
Quem defende a padronização de pintura diz que é necessário pensar em reduzir a poluição visual nas cidades. Além disso, o intuito seria mostrar que não há várias empresas atuando simplesmente, mas que existe um sistema de transportes interligado e que o cidadão não é cliente da empresa X, Y ou Z, mas deste sistema. Outro argumento é o da identificação com a cidade ou o Estado e não com o “gosto estético de um empresário de ônibus.
Para o pesquisador de sistemas de transportes, Mário dos Santos Custódio, há vantagens com a manutenção da identidade visual de cada empresa.
“ Para o passageiro, ele enxerga à distância os “seus” ônibus. Para o empresário, gasta menos com combustível, freios e pneus. Para o gestor público, controla melhor todo o sistema e não confunde gestão com operação. Para a mobilidade, permite que os ônibus andem mais rápido. Para o ambiente urbano, faz com que o colorido das operadoras, cada qual com sua própria padronização, melhore o visual da cidade. Para a qualidade total, faz com que as operadoras queiram efetivamente melhorar sua operação e para o sistema de transporte, permite que, inclusive em consórcio, cada operadora seja perfeitamente identificada” – defende.
Ao citar maior velocidade do sistema e menos gastos de operação, Mário Custódio diz que o fato de o passageiro identificar melhor os ônibus, evita frenagens desnecessárias e, somando os segundos poupados, em toda operação, os ganhos são significativos.
O Rio de Janeiro, em 2018, no pacote que tentou revitalizar o sistema de ônibus, “despadronizou” as pinturas, permitindo que cada empresa voltasse a usar sua identidade.
Independentemente dos argumentos contrários ou favoráveis, para curiosidade, o Diário do Transporte, colocou em alguns ônibus modernos pinturas antigas de cidades do ABC Paulista.
Os resultados ficaram, no mínimo, interessantes.
Cabe salientar que não foi possível retratar todas as empresas e todas as épocas. Algumas pinturas tiveram de se adaptar aos modelos atuais de carrocerias e pode haver alguma diferença em relação a ângulos, fontes das letras, formas e tonalidades de cores. O objetivo mesmo foi fazer o leitor imaginar e viajar um pouco no tempo.
E quem quiser ver fotos e vídeos antigos, com imagens de época dos ônibus do ABC, pode acessar este link:
Vídeos e Fotos mostram transportes de Santo André em diferentes épocas
EXEMPLO DAS PINTURAS DA CAPITAL PAULISTA
Sobre a linha do tempo das pinturas da capital paulista, seguem algumas fotos da Viação Gato Preto cuja história remente ao início de 1927 (o período anterior ao “saia e blusa” é destacado apenas com uma imagem
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Transbus, uma das pinturas mais modernas e belas dai.
Realmente a padronização ficou feia, fica um negócio impessoal, genérico, não reconhecemos a qualidade de cada uma, afinal é tudo igual.
SENSACIONAL, caro ADAMO. Em marketing de comunicação não tenho dúvidas de que cada empresa de ônibus deveria ter sua própria identidade visual para melhor servir os usuários. Imagine se todos os postos de combustível, todos os Bancos, todas as escolas particulares, todos os restaurantes, todas as igrejas, etc., fossem obrigados a, por determinação do Poder Público, ter sua imagem retirada e imposta uma imagem escolhida pelo governante. Empresa de ônibus é igual. Presta serviço à população e deveria ser percebida ao longe e de perto pelo povo, cabendo a ele fazer as escolhas e também perceber a qualidade da empresa que serve melhor. Veja a EMTU, que determinou a padronização de 4.500 ônibus. Na minha opinião essa socialização das pinturas só fez com que a gestora (EMTU), que deve sim ter controle total do sistema, passasse a ser confundida com as operadoras, que por sinal em muitos casos a percepção foi de nivelamento por baixo e não up grade.
Amigos, bor tarde.
Parabéns ao Diário do Transporte e ao autor dos desenhos; sensacional matéria para ler num domingão.
Agora, Viale ou Caio BRT na Padroeira, Santa Rita e Ribeirão Pires é surreal.
Quanto a triângulo; eu pelo menos nunca vi, desde 1991, com as cores amarelo claro e azul.
Eu só conheci a Triângulo creme claro e vermelho, com aquele serviço de péssima qualidade, nem número de linha tinha.
E tinha também com as cores vermelho, creme claro (ou branco) e amarelo.
Procurem no Google Imagens que lá tem.
Agora, me tirem esta dúvida, existiu triângulo amarelo claro e azul?
Gosto não se discute; mas a pintura da Santa Paula, sempre foi de classe simples e bonita.
Num Vialle BRT, ficaria um showwwwwwwwwwwwwwwww.
Att,
Paulo Gil
“Buzão e Emoção é a Paixão”
OLÁ PAULO. Sim, existiu a pintura que o ADAMO reoroduziu. Eu tirei ao menos uma foto dela, se não me engano um gabriela, na linha FERRAZÓPOLIS – TABOÃO.
Mario Custódio, bom dia.
Muiiiiiiiiiiiiito obrigado pela informação.
Que legal eu realmente nunca tinha visto.
Abçs,
Paulo Gil
Infelizmente, só podemos imaginar, pois, hoje em dia, as empresas querem cortar custos ao máximo, inclusive nas pinturas.
Duvido que elas queiram colorir suas frotas.
Podem ver que em São Paulo até aquele padrão colorido desde a gestão Marta Suplicy está sendo substituído pela cor prata.
Alguém deve ter pensado que pintar os ônibus nessa cor irá transformá-los em metrô…
Não vai, mas dá para disfarçar mais a sujeira, enrolar com a limpeza e não gastar água.
Viver, Ver e Rever… as emoções das situações vividas no transporte que fazem parte do nosso emocional.
Kaio, bom dia.
Que bom ler você novamente aqui no Diário.
Nunca vou me esquecer da primeira VVR na garagem da Redenção na Vila Maria.
E por falar em VVR, se possível, trás notícias dela para nós, estou com saudades.
A BBF vai substituir a VVR?
A VVR no Memorial da Amperica Latina era simplesmente sensacional, fácil acesso, música, food truck´s e a alegria de todos numa confraternização muito legal.
Tenho muitas fotos das VVR´s uma recordação dupla.
Não some não, sua presença, ânimo e dedicação são indispensáveis para o buzão do Barsil.
Forte abraço!
Paulo Gil
“Buzão e Emoção é a Paixão”
Bacana, mais acho que cada época e diferente, custos, aumento, demandas caem, sempre evolui pra mudar, infelizmente.
Seria possível a mesma matéria com os ônibus de São Paulo? Um pouco de colorido na paisagem não faz mal nenhum, pena que a atual administração tucana resolveu deixar os novos ônibus cinza,provavelmente uma alusão à esse governo cinzento e incompetente, que não tem nada para seu destacar
Alfredo, bom dia.
Ótima ideia!
Adoraria ver os buzões novos com a verdadeira pintura da Viação Gato Preto do Sr. Luiz Gatti, principalmente com o nome de cada buzão.
Abçs,
Paulo Gil
Retomei fortemente minha infância com essas pinturas da Humaitá, Santapaula, Parquinho, Utinga, Pérola…a São Luiz já não usava essa qdo eu passeava na 102 e 170. Santa Rita foi bom pra imaginar, junto com a da VSI, que seria até interessante se a UFABC existisse décadas antes…
Tudo isso deve ter ocorrido devido ao alto custo das tintas..Lembram os carros que eram coloridos nas ruas? Hoje vc mal distinguem o modelo, já a maioria é cinza chumbo, perolado, ou grafite, ou brancos….Mas seria legal relembrar..
Amigos, bom dia.
Com relação a fúnebre e feia pintura cinza metálica dos novos buzões de Sampa, precisa cautela com relação a afirmar que elas são mais baratas.
Eu acredito que não; como as tintas de parede a cor branca é mais barata.
Mas para ter certeza precisa ter uma cotação precisa nas mãos tirar esta conclusão com assertividade.
Não se esqueçam, que hoje temos a possibilidade de adesivação, muito usada em buzões de turismo e alguns rodoviários.
Pra mim essa padronização de cores só tem uma razão; política.
Por outro lado ela tem sua utilidade, qualificou todos os buzões ruins, como é a política.
Se o buzão faturasse somente pela catraca eu queria ver se as empresas de buzão se dobrariam a esta exigência boçal.
Como o lucro das empresas de buzão está garantido pelos subsídios, para elas não importa o custo e muito menos a cor da pintura, afinal o subsídio paga tanto o fúnebre cinza metálico como o branco.
Claro que com a cortesia do CONTRIBUINTE PAULISTANO.
OBS,: O novo logotipo da Viação Gato Preto ficou muito legal, parabéns a GATO.
Att,
Paulo Gil
Pelo que entendi os ônibus da Caio saem de fábrica já na cor prateada, porém achei um erro também mudarem pra prata as linhas de bairros periféricos, linhas troncais com articulados ate ia, agora perdeu de vez a identidade das cores dos bairros pra diferenciar cada região, pois cinza e uma cor morta, as lotações novas que estão comprando já tem vindo toda cinza, triste.
Achei legal a pinturas dos carros com as empresas antigas. Pena que a Viação Represa (que era de São Paulo, e não de São Bernardo – era co-irmã da Viação e Garagem Mar Paulista, com a garagem e administração na Avenida Nossa Senhora do Sabará) não veio com a pintura clássica, que era azul claro e azul escuro. Mas nota mil para sua iniciativa, pois ficou simplesmente divino!
Millenium BRT na ribeirão pires,parque das nações,riacho grande só em sonho mesmo ficaram bonitas pra caramba mas não seria realidade infelizmente.
Os apaches,neobus e viales até seriam possíveis mas millenium BRT nessas empresas o custo seria alto demais.
saudade da humaita aqui na cidade sao jorge assim como hoje nao tinha ar condicionado mas os onibus eram conservados e limpos hoje nem isso sem falar que essa padronizaçao nova pareçe que foi feita por uma criança de 3 anos horrivel a pior que ja vi nos meus 45 anos de cidade sao jorge
Alguém sabe dizer alguma coisa sobre a história da empresa Autobus de São Caetano do Sul ,
obrigado.
Voltei no tempo…….muito legal
Caraca, meu desenho veio parar neste site? Que honra!