Prefeitura de São Paulo cria comissão para estudar requalificação de cobradores sem demissões
Publicado em: 25 de junho de 2019
Comissão será formada por representantes do poder público, do sindicato dos trabalhadores e das empresas
ADAMO BAZANI / JESSICA MARQUES
Diante da polêmica gerada por uma circular da SPTrans que autorizava a inclusão de ônibus novos dos tipos padron e básico sem cobradores a partir de 02 de setembro de 2019, a Prefeitura de São Paulo divulgou nesta terça-feira, 25 de junho, no Diário Oficial da cidade, que vai formar uma comissão para encontrar melhores formas de requalificar os trabalhadores que atuam como cobradores e evitar demissões.
Na portaria nº 87, o secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Edson Caram, disse que o percentual de pessoas que pagam em dinheiro é muito baixo, de 5% a 6%. Além disso, afirmou ainda que 44% dos veículos do sistema já circulam sem a presença dos cobradores.
Esse percentual se refere ao subsistema local, formado pelas ex-cooperativas com ônibus básicos, micrões e micro-ônibus.
A Prefeitura diz ainda que, em eventual organização de linhas com a mudança na malha do sistema, os profissionais que hoje atuam como cobradores terão prioridade nas contratações.
CIRCULAR
A SPTrans – São Paulo Transporte informou de maneira oficial que é verídica a circular que prevê que a partir do dia 02 de setembro de 2019, os novos ônibus municipais do subsistema estrutural dos tipos padron (motor traseiro e piso baixo) ou básico (motor dianteiro com elevador) devem ser inseridos na cidade já sem o posto do cobrador (assento e caixa armazenadora de dinheiro).
Atualmente, só os veículos do subsistema local (ex-cooperativas) estão com esta autorização de não terem o posto de cobrador.
Entretanto, segundo a SPTrans, em resposta ao Diário do Transporte nesta segunda-feira, 17 de junho de 2019, não há nenhum plano de demissão dos profissionais que exercem a função de cobrador.
Em entrevista ao Diário do Transporte, o presidente do SPUrbanuss, sindicato que reúne as viações, Francisco Christovam, acredita que este aproveitamento de mão de obra será possível porque o fim da função será aos poucos na cidade e também pelo atual índice de rotatividade dos cobradores, em torno de 20%, de acordo com o representante das empresas de ônibus.
Na entrevista, Francisco Christovam negou que haverá demissões em massa da categoria.
Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2019/06/18/fim-cobradores-onibus-sp-noticias/
Jessica Marques para o Diário do Transporte
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
acho que sé eu sou a favor do cobrador. Então vejamos: se acaso haja problemas na catraca, o condutor irá encostar o coletivo, atrasando viagem de trabalhador, causando discussões, sendo que o cobrador pode muito bem fazer isso sem prejudicar a viagem. Se caso haver acidente na pista tem de haver seu auxiliar até como testemunha, porque nem sempre o passageiro estará disponível para declarar a seu favor. O coletivo é extenso, e o condutor tem a obrigação de ficar atento à condução, o mesmo que um condutor de carro, que tem de ter atenção na rua, no trajeto, quando usa celular. Tudo isso que está sendo feito pelas cidades, a retirada do cobrador, terá consequencias nefastas……(anota aí)
Deveria ser feita uma parceria entre prefeitura, empresas e sindicato com o sistema S com uso do FAT para cursos técnicos gratuitos do setor de manutenção que possui uma carência de profissionais qualificados
Não restam dúvidas de que se trata de um assunto importante. Alguns aspectos preliminares a serem observados. O cobrador é um auxiliar de bordo que deixará de existir. Os veículos terão que ter um sistema moderno de câmaras de supervisão do ambiente a bordo. A função de conduzir o veículo (ônibus) é muito complexa para que ele assuma mais funções a bordo. A experiência de outros países em condições similares indica, a necessidade de um novo corpo de vigilância e bilhetagem eletrônica generalizada. Tais mudanças não ocorrerão de uma forma “tropical” trupicando… Necessitam de preparação e alteração de equipamentos disponíveis a bordo dos ônibus, isto porque o motorista não pode receber novas funções em acréscimo com possibilidade de comprometer a segurança da condução do veículo! E, ainda, que toda a arrecadação venha a ser feita por meio de bilhetagem eletrônica! Mudanças, aparentemente simples, porém com consequências e desdobramentos muito importantes necessitando uma programação e preparação com experiências-piloto!
. Rogerio Belda