Gírias e expressões da estrada por um motorista de ônibus profissional
Publicado em: 24 de março de 2019
Condutor da Itapemirim, Gustavo Monteiro, em seu canal do Youtube, relembra alguns dos termos comuns que fazem parte do “dialeto” das rodovias e rodoviárias
ADAMO BAZANI
“Ele primeiro mafiou. Aceitou pegar o mulão e saiu correndo. Para chegar logo, ele até balançou o banheiro. Quase o tempo todo não andou no cano cheio. Mas no caminho deu ruim. A ansiedade era grande que ele mesmo tirou do prego. Tanta correria era para tear na chegada. Fazer o quê? Ele era poluído mesmo e nem tinha medo que alguém soltasse a correia. E olha que ele nem era pombo, mas queria que alguém fosse no bambu com ele.”
Não entendeu nada?
Então provavelmente você não é um motorista profissional de ônibus rodoviário.
Como toda profissão e categoria, os motoristas têm suas gírias e expressões próprias.
Algumas são quase autoexplicativas e têm uma lógica. Outras parecem que não tem nada a ver, mas se popularizaram.
Em seu canal do Youtube, chamado “Gustavo Interestadual”, o motorista da Viação Itapemirim, Gustavo Monteiro, citou algumas gírias.
O profissional advertiu que algumas delas são regionais, não sendo conhecidas no País todo e que para os mesmos significados podem existir outras expressões.
Mesmo assim, é bem curioso e vale a pena conferir.
– Pinóquio: o motorista dirigindo com sono
– Tear: namorar, paquerar.
– Rosca-grossa: pessoa bruta, “ignorante”.
– Balançar o banheiro: fechada em outro veículo (normalmente é a parte do ônibus que mais se aproxima do outro veículo numa fechada).
– Tirar do Prego: quando o ônibus quebra e o motorista consegue consertar, mesmo que provisoriamente até a próxima parada.
– Horário no morro: Quando tem um horário sem motorista escalado.
– Soltou as correias: ficou bravo.
– Cano cheio: quando o ônibus está na marcha, pressão e torques corretos.
– Carro: ônibus
– Corujão ou Bacural: dirigir de noite
– Rolando pneu ou pé de pano: andando devagar, pé leve, pé em cima
– Mafiar: querer trocar a escala para tentar pegar um horário melhor, mesmo que já tenha outro motorista escalado.
– Poluído: motorista que tem manias negativas e vícios de direção e trabalho
– Pombo: motorista novato na empresa de ônibus (não necessariamente na profissão).
– Ir no Bambu: Viajar apoiado no pega-mão dos degraus da porta
– Mulão: Para designar os ônibus mais antigos. Veio da gíria dos caminhoneiros ao designar o Mercedes-Benz 1935
– Jogar na Grota: Tombar o ônibus, entalar no canteiro.
Veja o vídeo:
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Mt bom o canal dele.
Gustavo interestadual excelente canal, sigo ele bem do inicio, venho aprendendo muito com as dicas dele. Exemplo de profissional. Tenho muita vontade de conhecê-lo pessoalmente algum dia.
Faltou um outro termo do dialeto dos motoristas : Tá no chinelo / sapato – Significa andando / correndo muito
Aqui na cidade do Rio de Janeiro diz-se “andando na mola”,motorista correndo muito.
Motorista”deitão”,que anda muito devagar.
“Furar barco”, começar a trabalhar mais cedo no horário de alguém que se atrasou.
“Andar no cabide”,é quando o carro(ônibus )está cheio.
“Catar todo mundo “,significa parar em todos os pontos.
Etc
Amigos, boa noite.
Ótima matéria para ler no domingão, valeu Adamo!
Já assisti o canal do Gustavo Monteiro e obrigado por compartilhar com todos as expressões dos rodoviários do buzão.
Monteiro, siga em paz no trecho!
Att,
Paulo Gil
Gustavo esqueceu de citar…dar um dente..um outro proficional da mesma empresa que estiver de pasageiro uniformizado,ajudar a dirigir algum trecho..kk é oq muitos gostam
Demora-se tanto, talvez uma vida na busca por aprimorar a linguagem formal e alguns círculos de convivência reduzem de forma vulgar a comunicação falada e escrita onde somente o próprio grupo sabe do que se trata. Coisas da cultura ou subcultura. Também sou motorista rodoviário. Cinesíforo !
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