Empresa responsável por obras de quatro estações da linha 15 pode perder contrato se não retomar trabalho nesta semana, diz Pelissioni
Publicado em: 29 de outubro de 2018
Governo do Estado estuda convidar concorrentes que ficaram em segundo e terceiro lugares na concorrência ou abrir nova licitação
ADAMO BAZANI
O Governo do Estado de São Paulo determinou que a empresa Azevedo & Travassos, responsável pelas obras de acabamento de quatro estações da linha 15-Prata do monotrilho da zona Leste, retome os trabalhos ainda nesta semana (final do mês de outubro), caso contrário, poderá rescindir os contratos e chamar outras companhias para terminar os serviços.
A informação é do secretário de transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, neste último sábado, 27 de outubro de 2018, durante inauguração da estação São Paulo – Morumbi, da linha 4-Amarela do Metrô.
São dois contratos, de aproximadamente R$ 100 milhões, que preveem obras de acabamento nas estações Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.
Além do acabamento e das instalações hidráulicas, a empresa Azevedo & Travassos é responsável pela implantação da ciclovia ao longo destas quatro estações.
O governo do Estado, por causa do abandono, já multou a construtora em aproximadamente R$ 1,6 milhão.
As obras deveriam ter sido concluídas entre setembro e outubro.
Segundo o secretário Clodoaldo Pelissioni, caso a Azevedo & Travassos não reinicie as obras, o governo do Estado tem duas opções: chamar as empresas que foram classificadas em segundo e terceiro lugares na concorrência ou abrir uma nova licitação, o que vai atrasar o cronograma de entrega das estações ainda mais.
“Se eles [empresa Azevedo & Travassos] não retomarem [as obras] provavelmente teremos a rescisão dos contratos e a providência subsequente, se as segundas colocadas toparem fazer as obras nós vamos contratá-las, senão, teremos de fazer uma nova licitação” – disse o secretário.
Ouça:
A empresa alega dificuldades financeiras, mas nega que tenha abandonado os canteiros de obras, dizendo que apenas paralisou os trabalhos para refazer o cronograma.
As obras deveriam ter sido concluídas em 20 de setembro e, agora, a empresa pediu como prazo, 20 de novembro.
Se a questão não for resolvida, a estimativa do governo do Estado de entregar as quatro estações até o final do ano pode ser comprometida.
O monotrilho da linha 15-Prata teve as obras iniciadas em 2011 e a previsão inicial era de que todo o traçado de 26,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes, fosse entregue em 2014 ao custo R$ 3,5 bilhões.
Mas agora, a estimativa de custo é de R$ 5,2 bilhões para um trecho menor; de 15,3 km e 11 estações, com a entrega da estação Jardim Colonial, somente em 2021.
Estão com os projetos congelados, sem previsão de obras, o trecho entre Vila Prudente e Ipiranga e o trecho que compreende as estações Jequiriçá, Jacú-Pêssego, ligação com o pátio Ragueb Choffi, Érico Semer, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes.
Apenas 2,3 km de monotrilho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, estão em operação comercial plena das 4h40 à meia noite. O trecho começou a operar com horário reduzido em 30 de agosto de 2014. A cobrança de passagem, mas com horário reduzido ainda começou em 10 de agosto de 2015.
Somente em 26 de outubro de 2016 é que o trecho passou a funcionar no horário integral das linhas de metrô, das 4h40 à meia noite.
Relembre:
No dia 6 de abril de 2018, o secretário Clodoaldo Pelissioni e o ex-governador Geraldo Alckmin, em seu último dia à frente do Executivo Paulista, antes de tentar a presidência da República, entregaram quatro estações da Linha 15-Prata: São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. O trecho possui é 5,5 km de extensão. Entretanto, desde então, as operações ainda são em horário reduzido, para testes.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Autopass ITS já funciona em quase 950 ônibus e já beneficiou mais de 5 milhões de passageiros na Região Metropolitana de São Paulo
Caso de Sucesso Viação Alpha, do Rio de Janeiro: como as otimizações da operação podem reduzir custos e atender picos de demanda de passageiros