Empresa responsável por obras de quatro estações da linha 15 pode perder contrato se não retomar trabalho nesta semana, diz Pelissioni

Atraso por parte de construtora pode comprometer planos do governo de entregar mais estações até o final do ano. Foto: Adamo Bazani (Clique para Ampliar)

Governo do Estado estuda convidar concorrentes que ficaram em segundo e terceiro lugares na concorrência ou abrir nova licitação

ADAMO BAZANI

O Governo do Estado de São Paulo determinou que a empresa Azevedo & Travassos, responsável pelas obras de acabamento de quatro estações da linha 15-Prata do monotrilho da zona Leste, retome os trabalhos ainda nesta semana (final do mês de outubro), caso contrário, poderá rescindir os contratos e chamar outras companhias para terminar os serviços.

A informação é do secretário de transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, neste último sábado, 27 de outubro de 2018, durante inauguração da estação São Paulo – Morumbi, da linha 4-Amarela do Metrô.

São dois contratos, de aproximadamente R$ 100 milhões, que preveem obras de acabamento nas estações Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.

Além do acabamento e das instalações hidráulicas, a empresa Azevedo & Travassos é responsável pela implantação da ciclovia ao longo destas quatro estações.

O governo do Estado, por causa do abandono, já multou a construtora em aproximadamente R$ 1,6 milhão.

As obras deveriam ter sido concluídas entre setembro e outubro.

Segundo o secretário Clodoaldo Pelissioni, caso a Azevedo & Travassos não reinicie as obras, o governo do Estado tem duas opções: chamar as empresas que foram classificadas em segundo e terceiro lugares na concorrência ou abrir uma nova licitação, o que vai atrasar o cronograma de entrega das estações ainda mais.

“Se eles [empresa Azevedo & Travassos] não retomarem [as obras] provavelmente teremos a rescisão dos contratos e a providência subsequente, se as segundas colocadas toparem fazer as obras nós vamos contratá-las, senão, teremos de fazer uma nova licitação” – disse o secretário.

Ouça:

A empresa alega dificuldades financeiras, mas nega que tenha abandonado os canteiros de obras, dizendo que apenas paralisou os trabalhos para refazer o cronograma.

As obras deveriam ter sido concluídas em 20 de setembro e, agora, a empresa pediu como prazo, 20 de novembro.

Se a questão não for resolvida, a estimativa do governo do Estado de entregar as quatro estações até o final do ano pode ser comprometida.

O monotrilho da linha 15-Prata teve as obras iniciadas em 2011 e a previsão inicial era de que todo o traçado de 26,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes, fosse entregue em 2014 ao custo R$ 3,5 bilhões.

Mas agora, a estimativa de custo é de R$ 5,2 bilhões para um trecho menor; de 15,3 km e 11 estações, com a entrega da estação Jardim Colonial, somente em 2021.

Estão com os projetos congelados, sem previsão de obras, o trecho entre Vila Prudente e Ipiranga e o trecho que compreende as estações Jequiriçá, Jacú-Pêssego, ligação com o pátio Ragueb Choffi, Érico Semer, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes.

Apenas 2,3 km de monotrilho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, estão em operação comercial plena das 4h40 à meia noite. O trecho começou a operar com horário reduzido em 30 de agosto de 2014. A cobrança de passagem, mas com horário reduzido ainda começou em 10 de agosto de 2015.

Somente em 26 de outubro de 2016 é que o trecho passou a funcionar no horário integral das linhas de metrô, das 4h40 à meia noite.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2016/10/25/monotrilho-vai-funcionar-em-horario-ampliado-a-partir-desta-quarta-feira-26/

No dia 6 de abril de 2018, o secretário Clodoaldo Pelissioni e o ex-governador Geraldo Alckmin, em seu último dia à frente do Executivo Paulista, antes de tentar a presidência da República, entregaram quatro estações da Linha 15-Prata: São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. O trecho possui é 5,5 km de extensão. Entretanto, desde então, as operações ainda são em horário reduzido, para testes.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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