Com tarifa reduzida, Araucária aumenta quantidade de passageiros nos ônibus e reduz subsídio, diz prefeitura

Ônibus do sistema Triar. Sistema começou a pesar menos nos cofres públicos depois do fim da CMTC, segundo prefeitura. Foto: Henrique Simões/Ônibus Brasil – Clique para ampliar

De acordo com Superintendência de Transporte Coletivo, média diária de registro de passagens cresceu 30%

ADAMO BAZANI

Reduzir a tarifa de transportes significa ter de aumentar subsídios? Não, necessariamente. Tudo depende do crescimento da demanda e do enxugamento de gastos, muitos dos quais dispensáveis.

Pelo menos é esta fórmula que a prefeitura de Araucária, no Paraná, diz ter aplicado e dado certo até agora.

Balanço da prefeitura mostra que a redução do valor da tarifa, de R$ 4,25 de R$ 2,90, em janeiro, resultou em aumento da demanda e o que pode ser mais surpreende: a necessidade de subsídios caiu.

A Superintendência de Transporte Coletivo divulgou por meio de nota que entre janeiro e julho (dado consolidado mais recente), o sistema Triar (Transporte Integrado de Araucária) registrou 6 milhões de usuários.

Segundo a autarquia, “a redução na tarifa local fez com que o número de passagens diárias em 2018 fosse 30% superior, em relação a 2017.”

Em janeiro, fevereiro e julho, período de férias escolares, a média mensal de passageiros foi de 730 mil registros. Entre março e junho, a média mensal superou 900 mil registros de passagens, de acordo com a administração municipal.

Já sobre os subsídios ao sistema, até o final de 2016, a prefeitura tinha de injetar 140% do valor da passagem. Na prática, a cada vez que um passageiro passasse pela catraca, a prefeitura tinha de pagar quase mais uma vez e meia ao sistema.

Além do aumento da demanda, reorganização de linhas e, principalmente, a extinção da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos de Araucária, são fatores apontados pela prefeitura como os que podem explicar a matemática.

A empresa de gerenciamento chegava a custar R$ 70 milhões por ano.

A gestão do sistema hoje é de responsabilidade da Superintendência de Transporte Coletivo, vinculada à Secretaria Municipal de Planejamento –SMPL, com uma estrutura administrativa mais enxuta.

A CMTC foi liquidada pelo decreto 31.539/2017, com base na lei municipal 3.157 de 21 de setembro de 2017; aprovada pelos vereadores. O projeto foi de iniciativa do executivo, na atual administração do prefeito Hissam Hussein Dehaini.

A prefeitura diz ainda que outras ações foram tomadas para deixar o transporte mais atraente, como wi-fi nos ônibus, exigência de renovação de frota e gratuidade para todos os moradores aos domingos, desde que tenham o cartão Triar.

Estudantes da rede municipal e acompanhantes de estudantes até 12 anos que fazem os deslocamentos para as escolas não pagam mais passagem.

Para a prefeitura, a diminuição dos custos com ampliação da demanda permitiu que mesmo com tarifa menor, o sistema pesasse menos nos cofres do município.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Margarete Farias disse:

    Araucária esta de parabéns

  2. Mara Eliber Rodrigues Batista moura disse:

    Araucaria a melhor cidade do Paraná.

  3. Sandro Ambrósio disse:

    parabéns pela gestão prefeito Hissan e equipe.

  4. Marcio Antunes disse:

    Nesta terça (11/09) foi aprovado projeto de lei repassando mais de 5 milhões do orçamento para cobrir o rombo do caixa.Ainda tem uma situação que é a liminar que obriga o Município a pagar a diferença do km rodado pago que já é superior a 6 milhões de reais. Quanto ao wi-fi “gratuito” nos ônibus, a propaganda que circula e está estampada nos ônibus padece de informações incorretas. O Poder Executivo deixa claro que os custos do wi-fi serão contabilizados no custo do km rodado, ou seja, nada é de graça. Quem paga são os usuários. E mais, o coitado que não tem celular e nem internet paga pelos serviços daqueles que têm.

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