Exponi 2018: Histórias, emoção e solidariedade no mundo dos ônibus – Veja as fotos
Publicado em: 7 de julho de 2018
Evento em Campo Largo, no Paraná, reuniu entusiastas e diversas gerações que ajudaram a construir as cidades por meio do transporte urbano e rodoviário
ADAMO BAZANI / JESSICA MARQUES
Não eram apenas máquinas, tampouco apenas veículos antigos ou novos. Eram retratos de histórias das regiões, das cidades e de milhões e milhões de vidas. Assim, as aparentemente frias máquinas ganhavam vida, no olhar e nos relatos das pessoas que compareceram à edição de 2018 da Exponi, uma exposição de ônibus antigos e novos em Campo Largo, no Paraná.
O evento não estava sendo realizado há cinco anos, mas voltou em grande estilo. Além de reunir em torno de 55 ônibus e entusiastas dos transportes vindos de diversas partes do país, o evento revelou verdadeiras surpresas.
Uma delas, um ônibus Caio Gabriela, cuja restauração terminou na madrugada deste sábado, 7 de julho de 2018, mas teve início em 2014, pela paixão de Eduardo Tols, profissional dos transportes e que tem um pouco da sua história pessoal revelada no modelo de ônibus.
Tols lembra dos veículos da Expresso Rodex, de Curitiba. Ao adquirir o ônibus, o objetivo não foi apenas restaurá-lo, mas também parte da história da capital. O dono do Caio Gabriela conta que foi feita até mesmo uma pesquisa sobre as placas e numeração do ônibus no sistema.
“Ele não estava abandonado, mas estava estacionado na rua há cinco anos sem uso, fora das cores originais. O Reinaldo, especializado em placas, descobriu que o ônibus foi um carro do sistema de transporte coletivo de Curitiba, de prefixo CC008, da Auto Viação Nossa Senhora da Luz. Diante disso, a gente começou a puxar esse novelo. Foi o 1113 no tempo do carro todo amarelo, que foi incorporado em 1979 em Curitiba nas cores verde e amarela, originais de época” – contou Tols.
Quem chefiou a restauração foi o profissional em funilaria Clodilei Borsatto Grassi. Ele afirmou que algumas peças não foram mais encontradas, devido à idade do veículo, que, inicialmente, pertenceu à empresa Nossa Senhora da Luz.
Algumas dessas peças tiveram que ser fabricadas artesanalmente. “Teve peça que a gente teve que fabricar, como vidro, que alguns quebraram, pega-mão também foi fabricado, mas como padrão original de fábrica” – disse Grassi. “O que a gente não encontrou para comprar, a gente teve que restaurar.
PRIMEIRO BIARTICULADO DO PAÍS
Outro destaque foi o primeiro biarticulado do país, que rodou em Curitiba e também foi o primeiro biarticulado do primeiro BRT (Bus Rapid Transit) do mundo, o Ciferal GLS Megabus.
Tantos primeiros guardam histórias especiais. Esta unidade saiu com um pequeno defeito: as portas não eram completamente compatíveis com as plataformas das estações tubo. Problema que foi corrigido nos outros 32 veículos, como explica Eduardo Tols.
“Ele tem uma diferença dos demais 32: uma janelinha a mais que o escalonamento, a parada das rampas, não para perfeitamente na estação tubo. Os outros foram se adaptando. Esse veio com esse pequeno erro que virou história e virou lenda. Quando chegamos na Exponi com ele, o pessoal disse que a lenda chegou.”
Outro organizador, Osvaldo Born, conta com emoção a história do evento, que começou em 2004 e foi crescendo, praticamente em todos os anos.
Além de história, paixão por veículos e emoção, a Exponi também foi um evento de solidariedade. Cada visitante e participante doou dois quilos de alimento não perecível, que serão destinados a instituições beneficentes da região de Campo Largo.
“Desta vez, em Campo Largo, as instituições foram indicadas pela Prefeitura. A Associação dos Deficientes de Campo Largo e a Aldeia São José, que trabalha com crianças e jovens em situação de risco. Toda contribuição que os visitantes, parceiros comerciais e motoristas trouxeram vai fazer uma grande diferença para essas instituições” – explicou Born.
Além do Caio Gabriela e do primeiro biarticulado, o Ciferal, outros ônibus antigos se destacaram. As novidades também marcaram a Exponi, como o biarticulado Scania com motor dianteiro, o Vissta Buss Busscar 360 e modelos que ainda prestam serviços na capital e em cidades da Região Metropolitana de Curitiba, como Campo Largo, Colombo, Piraquara, Tamandaré e Fazenda Rio Grande, por exemplo.
EMPRESÁRIO
Diversas histórias de pioneiros nos transportes também puderam ser conferidas na Exponi, como a do empresário João Isaak, que atua em transportes desde o início dos anos 1960.
João Isaak começou no segmento com transporte escolar e viu de perto a evolução tecnológica e viária de Curitiba e da Região Metropolitana. O empresário se lembra dos primeiros veículos do estilo jardineira, com carroceria de madeira e chassis de caminhão da Chevrolet.
Nos anos 1970, foi a vez de operar uma linha rodoviária regular, Curitiba / Cerne. Hoje, João Isaak atua no segmento de fretamento e diz que, o que mais evoluiu foi a tecnologia dos veículos.
Entretanto, todo esse ganho tecnológico, na prática, é anulado pelo congestionamento e pela falta de prioridade ao transporte coletivo.
Confira as imagens dos ônibus expostos:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Jessica Marques para o Diário do Transporte
Autopass ITS já funciona em quase 950 ônibus e já beneficiou mais de 5 milhões de passageiros na Região Metropolitana de São Paulo
Caso de Sucesso Viação Alpha, do Rio de Janeiro: como as otimizações da operação podem reduzir custos e atender picos de demanda de passageiros
Que maravilhas….Ver as fotos foi como voltar no tempo. O Bela Vista me desperta muito. Parabéns aos expositores.
Parabens!! Uma verdadeira viajem no tempo.
Lindo pena que não pude ir ver essas maravilhas
Se Deus permitir também estarei no evento em LONDRINA na antiga rodoviária da cidade em 21/07/18 e no dia 31/07/18 no evento em SÃO PAULO.
Através das Belíssimas Imagens / fotos de ônibus Urbanos e Rodoviários, o Diário do Transporte revela e nos Leva Para o Passado, para No Presente e Permite Imaginar ou sonhar com o Futuro. Na Verdade, atualmente, existem ônibus que em matéria de espaço físico e conforto, deixa a chamada classe econômica ou turística dos aviões no chinelo. Quem gosta do segmento do transporte de passageiros, se delicia com esse tipo de matéria. Isso, me remete a mais de quarenta (40) anos atrás, Tive a Imensa Satisfação em Conhecer o Espanhol senhor Manoel Dieguez, Fundador do Expresso Brasileiro, um Estrangeiro que de deu mostras de empreendedorismo, paixão por ônibus, e, mais ainda Homenageou o Brasil mais que muitos brasileiros Natos, dando as cores de seus ônibus o “Verde e Amarelo” que simbolizou as cores do nosso Brasil.
Parabéns Diário do Transporte e minhas homenagens ao senhor Manuel Dieguez.